segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Saudades da minha mãe!!



Hoje, senti uma saudade imensa da minha mãe. Sabe aquela coisa de querer colo, de querer sentir o cheiro, ouvir a voz, sentir a presença? Pois, é.....hoje, bateu a saudade. Às vezes, fico olhando as pessoas na rua e, fico imaginando onde estarei daqui a alguns anos e, lembro que, há alguns pares de anos atrás, não me via sozinha, sem minha mãe ao meu lado, me chamando a atenção, me fazendo olhar para frente, levantando meu astral; me mostrando sempre que, por mais humilde que fossemos, o importante éramos ser limpos, justos e honestos e, principalmente, viver a vida com bom humor e muita fé. Em alguns momentos, me pego lembrando de momentos especiais e, claro, de outros que, mesmo dolorosos, marcaram muito, mas, me fizeram mais forte. Até nisso, ela foi especial, pois partiu e me deixou mais forte, mais madura, sabendo segurar algumas barras sem me desmanchar em lágrimas ou permitir que o pavor de apoderasse de mim. Minha mãe foi uma mulher inigualável – ao menos, para mim. Desde pequena trabalhou para ajudar a família, primeiro, em casa de família, “limpando bunda de criança”, como costumava dizer; depois, em fábricas e, por último, em um órgão do Estado – claro, que esse foi o melhor de todos...rsrsrsrs. Engravidou aos 17 anos, em uma época em que embarrigar nessa idade era quase como cometer um crime contra a honra da família, mas, por mais incrível que pareça, meus avós a apoiaram em tudo e, minha avó era osso duro de roer, hein...não era fácil lidar com ela (mas, era minha segunda mãe e, eu a amava muito). Só que meu pai, de livre e espontânea obrigatoriedade imposta pelo pai dele, casou. E, após 5 meses tendo uma mãe solteira, quando fechou os nove, minha mãe era devidamente uma senhora que seria uma “senhora esposa e mãe” e, futuramente, mãe de 03 meninas (uma veio a falecer logo após nascer). Passou muitos percalços junto com meu pai e durante 42 anos, foram companheiros, parceiros, cúmplices e formaram uma família que aprendeu a vencer suas batalhas na união e na harmonia, sempre com muito amor e respeito mútuos. Quando ficou doente e, passou a ter muitos outros problemas, nunca reclamou, sempre viveu cada dia do jeito que dava, sem deixar de perder a fé que possuía e, sinceramente, nunca perdeu a alegria e, essa, era a principal motivação para todos a que a cercavam. Quando foi embora, deixou um vazio imenso, uma dor que parecia nunca ter fim. A tristeza que se abateu sobre todos os que conviviam com ela era indescritível. Mas, o tempo foi passando, essa mesma dor foi diminuindo e, aos poucos, fomos aprendendo a viver sem essa presença que nos era tão importante e iluminada. A saudade será eterna, claro, pois, uma pessoa que viveu como ela: alegre, feliz, amiga, companheira e uma mãe maravilhosa, nunca será esquecida. E, hoje, num momento de carência materna, a saudade bateu forte. Senti saudades de voltar para casa e receber seu abraço; sentar no sofá assistindo tv, enquanto ela fazia crochê, tomando um chazinho com biscoitos e, sem prestar muita atenção no que passava no canal, ficar papeando sobre o dia que passou; saudades de quando entrava no meu quarto, quando já estava entrando na sonolência total, com a tv ligada e um livro caído por cima e, cuidadosamente, tirava meus óculos, guardava o livro e desligava a tv e, juro, saudade de quando chegava na porta do quarto, às 10 horas de uma manhã de sábado e, sem cerimônia, gritava “como é que é, Carla, não vai levantar hoje? Vamos lá, vamos lá....já é quase meio-dia!”. É, saudade é uma coisa estranha, pois, em certos momentos ela nos deixa sem chão, sem objetivos; mas, em outros, como esse que se abateu sobre mim, hoje, nos faz ver que as coisas acontecem quando têm que acontecer, para que possamos testar nossa fé e, principalmente, aprender a conviver com ausências amadas que, em um momento futuro (na minha concepção, claro), farão parte, novamente, de nossa vida e, aí, sim, esse reencontro será eterno.Muita luz no caminho dela. Sempre!!!




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