sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Os Amiguinhos Travessos



Num bosque encantado, vivia um macaquinho de nome Sapeca. Sapeca era um macaco muito esperto, alegre e brincalhão. Ninguém escapava de suas travessuras.
No meio do bosque, havia um lindo lago, com água límpida e transparente, com grandes árvores e belas flores. No lago, morava um patinho, pequeno, todo amarelinho, com manchinhas negras nas asas, chamado Quén-Quén. Sapeca e Quén-Quén eram amigos.
Ás vezes, Sapeca convidava o patinho para andar pelo caminho florido do bosque, para secar suas asas e brincar com os outros animaizinhos da floresta.
Um dia, os dois saíram a caminhar, conversando e inventando brincadeiras. De repente, o esquilo Quick saiu do meio da mata e, sem querer, acabou assustando os dois amigos distraídos.
Sapeca falou:
- Puxa, Quick! Que susto. Achei que era o Senhor Leão.
- Eu também me assustei. - disse Quén-Quén.
- Desculpem, rapazes, só queria me juntar a vocês para brincar.
- Tudo bem. Vamos ficar por aqui e assustar o primeiro que passar? - perguntou Sapeca.
- Vamos! - responderam em coro o patinho e o esquilo.
E assim, os três amigos esconderam-se no bosque. Não demorou muito e lá apareceu Dona Lindinha, uma coelhinha toda branquinha, com grandes orelhas e olhos brilhantes.
Coitada! Completamente entretida em seus pensamentos, sonhando com sua plantação de belas cenouras, não percebeu Sapeca em cima de uma árvore, o esquilo mais abaixo, em um pequeno galho e o patinho, como não sobe em árvores, ficou no chão, como uma pequena bola amarela.
A coelhinha foi se aproximando da árvore e, aahhhh. Nossa! Que susto a coitadinha levou.
-  Ei, acho que ela desmaiou! - disse o patinho.
-  Ou morreu de susto? - perguntou o esquilo.
- Vamos olhar de perto. - falou Sapeca.
Quando chegaram perto da coelhinha, toda quietinha, deitada no chão, perceberam que a coitadinha, realmente, havia desmaiado. Mas, numa pequena distração dos três, ela deu um pulo e, adivinhem? Quem se assustou foram os três, que correram um para cada lado, escondendo-se onde podiam.
Depois, quando tudo ficou mais calmo, a coelhinha ficou esperando que os malandrinhos voltassem para junto dela. Então, os quatro reunidos, deram boas gargalhadas do susto que todos levaram.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Mais Cachorreira...ainda

Bem, já falei que nunca fui “cachorreira” – já tive cães, mas, nunca fui de me agarrar muito para não criar laços e, claro, ter muitas responsabilidades. Mas, no meu último aniversário, em abril, ganhei um cãozinho de presente – em um post anterior, já falei sobre isso (Virei Cachorreira- 19/julho) e, óbvio, me apaixonei, me entreguei de corpo e alma. Ele está com 05 meses e, no último final de semana (21/8) ele se machucou. Na verdade, “eu” machuquei ele....com a mania de se enfiar na frente da gente, histericamente, acabei trombando com ele e, o pobrezinho teve um distensão na perna traseira direita. Aí, tive a plena certeza de que me meti em uma grande enrascada quando ganhei esse presente. Enlouqueci quando ele, do nada, começou a choramingar de madrugada, e começou a apresentar dificuldades para caminhar. Já fiquei imaginando que estava com a tal da parvovirose, que não ia conseguir salvá-lo, que eu não tinha sabido cuidar dele direito – apesar de já ter tomado todas as vacinas, fiquei neurótica do mesmo jeito. No domingo, tudo fechado.....acabei sendo socorrida pela veterinária dos cachorros de uma amiga minha, através do celular....olha o nível da loucura!!!! Expliquei a situação e ela recomendou um antiinflamatório (está correta a escrita, porque pesquisei, ok??? “anti” seguido de “vogal” não leva hífen.....espero que tenha escolhido o site certo). Comecei a medicação no domingo mesmo e, na segunda, levei-o ao veterinário e, examinando, ele constatou a tal distensão. Recomendou que continuasse com a medicação de 08h em 08h, 10 gotas e logo, logo, ele estaria legal. Ótimo. Voltei mais leve para casa. Mas, daí, o cachorro resolveu não se alimentar; quando olhava a ração, virava a cara e fazia um olhar tipo: “por favor, prefiro um bifão”; mas, voltou a tomar água, o que já me aliviou....fica magro, mas não desidratado.....rsrsrsrs....Na terça, liguei, novamente, para o veterinário e expliquei a falta de apetite do cão e, ele, muito atenciosamente, me indicou um remédio para o estômago, porque não havia motivos para ele ter deixado de comer. Comprei o remédio, que preciso dar de 12h em 12h, 02 ml e ele está tomando, sem resistência nenhuma. A única coisa que consegue comer (e, com muita vontade, diga-se de passagem) é um osso - desses que se vendem em casas de produtos veterinários e que ajuda a afiar os dentinhos dele, e, uma ou duas bolachinhas água e sal. Depois de 04 dias de medicação, já mudou bastante o ânimo: está latindo muito, mordendo, caminhando – mancando um pouco ainda e, grudado na gente. Parece uma sombra. Mas, de tudo o que escrevi, o que queria dizer, na verdade, é que, apesar de não ter tido filhos, e, cuidando desse meu bichinho, descobri que a preocupação por um serzinho indefeso nos deixa sem saída, sem rumo; não sabemos por onde começar a buscar a solução de um problema que, na verdade, nem sabemos qual é, pois, eles não falam, não se comunicam com gestos; só os olhares nos enviam um tipo de mensagem que, na nossa total ignorância do mundo animal, parecem ser um pedido de ajuda, de socorro e, só nos resta tentar fazer o nosso melhor para aplacar um pouco a dor, o desconforto que parecem passar. Amanhã, ele vai ao veterinário, novamente, para ser examinado e ver como está a perna e, espero, sinceramente, ter feito tudo da maneira correta para que tudo fique bem e ele volte ao normal, correndo, pulando, latindo e mordendo histericamente nossas meias. Vou confessar algo, sem muita frescura ou vergonha de me abrir: fiquei tão preocupada com ele, com a apatia em que se colocou que, sem nenhum pudor, digo de coração: chorei muito - de preocupação, de tristeza por ter causado isso, de medo de perdê-lo, enfim, sofri junto com ele. Acho que descobri que meu lado “cachorreira” é muito mais humano do que eu jamais imaginei ser. Na verdade, ele é meu “filhotinho” e precisa de atenção, cuidados e, principalmente, muito amor.  E, vou agradecer, sempre e de coração, a quem me presenteou o Forks: Kauê, Marcelo e Elisandra - Valeu!!!

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Perdas...doloridas

O que vem depois da morte? Por que temos que passar por tantas perdas? E, sendo um pouco mais estúpida, ainda, no total desconhecimento das leis espíritas: o que viemos fazer aqui???? A cada vez que perdemos alguém a quem amamos, essas questões se fazem presentes – pelo menos, na minha mente. E, ao mesmo tempo em que faço tais questionamentos, sinto que as respostas estão dentro de nós mesmos, dentro da fé que cada um possui e cultiva. O motivo de passarmos por situações de perdas, deve ser para que possamos descobrir a força que existe dentro de nós quando somos chamados a “sofrer”, quando somos obrigados a enfrentar a partida de alguém que amamos demais e que foi parte importante em nossa vida. Temos que aprender a viver cada dia de maneira a preencher o vazio que essa pessoa deixou; temos que acostumarmos a nos virar sozinhos, sem ter aquela opinião ou conselho que sempre esteve ali presente, mesmo quando não pedíamos; temos que aprender a chegar em uma casa mais vazia – de amor, de aconchego e, mesmo assim, continuar fazendo dessa casa nosso porto seguro. Não sei o quem vem depois da morte, no sentido espiritual de tudo; mas, falando em sentimentos terrenos, depois da morte, vem a dor, o sofrimento por não ter estado presente nos últimos momentos de quem partiu; o arrependimento por não ter dito coisas que, depois do acontecido, vêm a nossa mente e enche nosso coração de angústia. Depois da morte, vêm as lágrimas que se sucederão por muitos meses e, talvez, anos, até; vêm as lembranças que, mesmo nos momentos de dor, preencherão um pedaço mínimo de nosso dolorido coração; vem a impotência, a dúvida, o medo, a solidão e, principalmente, por um breve espaço de tempo, a perda da fé e, uma enorme raiva do Ser superior que levou uma pessoa que fazia a diferença em nossa vida. Mas, como o tempo, realmente, cura tudo, quando conseguimos nos recuperar – semana que vem, mês que vem, daqui a 02 anos, sei lá, todas essas questões começam a ser entendidas e, com um pouco de boa vontade, aceitas. Começamos a perceber que, mesmo que tenham tirado um pedacinho de nós, o que ficou foi o mais absoluto amor; a maior certeza de que fizemos o nosso melhor; ficou o ensinamento da verdade, da família, da simplicidade e da fé. O tempo, com as perdas que por ele se espalham, nos faz ver que o que importa é o tempo que passamos juntos, são os momentos que ficam em nossa lembrança e, principalmente, a garra e a coragem que essa pessoa que partiu possuía e, mesmo que não saibamos onde, de alguma maneira, essa garra e coragem, foram passadas para nós e, no momento certo, elas surgirão e nos farão mais fortes, um pouco mais duros, mas, não menos sensíveis e, certamente, nos farão renascer das cinzas dessa dor que, no momento, insiste em machucar.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Descanso em Casa

Como é bom estar em casa, sem fazer nada...quer dizer, sem ter horário para nada: ter que levantar cedo, se arrumar correndo, sair atropelando tudo para pegar a lotação/ônibus, chegar no trabalho e ficar rezando para o horário passar logo e voltar para casa. Estar de férias é algo sem comparação: mesmo ficando em casa, sem viagens ou saídas, é relaxante...falo isso por mim, ok? Adoro estar em casa. Gosto da liberdade de ir e vir, sem horários especificados; de levantar cedo por vontade própria, sem a obrigação de fazer isso; de assistir TV até o sono chegar, sem a preocupação de acordar atrasada no dia seguinte; de ficar de pernas pro ar; limpar a casa quando a vontade bater; buscar um DVD na locadora; sair para passear com meu cachorro. Enfim, curtir momentos comigo mesma, sem horários. Acho que são esses momentos que nos fazem refletir sobre a vida, sobre tudo o que nos acontece durante nossa passagem por estas bandas terrenas. Eu já aprendi muito com muitos erros, muitas besteiras que fiz e, claro, que outros me fizeram; amadureci, aprendi a me resguardar e viver novas experiências de maneira um pouco egoísta, sempre pensando em mim primeiro. Ando em um momento “voltada ao meu interior” – se minha mãe estivesse aqui, eu diria que seria um momento de “volta ao útero”.....Fico em casa, lendo, assistindo aos meus seriados preferidos, dou uma caminhada e volto para o meu cantinho, sossegada, sem estress. Lendo o que escrevi, fica parecendo a vida de uma pessoa sem “vida”, sem vontade de nada. Não. Pelo contrário. Tenho vida sobrando dentro de mim, adoro viver, adoro acordar pela manhã e, mesmo que não faça nada, o dia sempre é especial. Me afastei um pouco de tudo: amigos, colegas, alguns familiares; mas, não é porque algo de grave aconteceu; apenas resolvi ficar no meu canto, cuidando de mim e das minhas coisas; sem me envolver em outros problemas que não sejam os meus; sem dar opinião em decisões que não são minhas. Está ótimo ficar em casa. Não vejo a hora de me aposentar e descansar para valer e, quando isso acontecer, poderei viajar, sair mais, aproveitar mais muitos outros momentos, não apenas por 30 dias – período de férias, mas, por todo o resto da minha vida de aposentada – a palavra é meio deprimente, mas, tudo o que uma boa aposentadoria proporciona, não tem preço, é bom demaaais.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Louco Trânsito



Outro dia, escrevi sobre aulas de direção e contei que depois de ter feito vááárias aulas, não tirei, ainda, minha carteira. E, depois de ter feito essas aulas, comecei a prestar mais atenção no trânsito e, confesso: fiquei apavorada com a loucura que é essa selva de carros e motoristas desgovernados que andam soltos por aí. Fiquem imaginando eu, completamente virgem na estrada, sendo massacrada por buzinaços, gestos obscenos e palavras impublicáveis, por estar andando a 60km, onde se anda a 60km; 80km, onde se anda a 80km e 100km onde, obviamente, se anda a 100km – mas, sendo iniciante, provavelmente, não sairia dos 60km (isso, eu sendo muuuiiito otimista...rsrsrsrsr). Fico apavorada, como pedestre, das asneiras que vejo; aquele famoso “sinal de mão” – que completou 01 ano – funciona quando “os motoristas” querem, porque, só param quando acham que é hora de parar ou, quando sentem que o pedestre vai se enfiar na frente do carro, ele parando ou não, mesmo correndo o risco de ficar sem a mão do “pare”. A disputa pelo espaço nas avenidas é outra coisa que me apavora; ônibus saem dos corredores – teoricamente, seus espaços, e se jogam na frente de carros menores, sem um pingo de vergonha; as lotações, saem do meio da pista, dando sinal ou não, sem se preocupar se o carro que vem mais atrás vai parar, dar espaço ou ignorar seu avanço, para, do outro lado da calçada, pegar 01 passageiro. É uma briga constante e, na maioria das vezes, injusta e, SEMPRE, desnecessária. Quando leio sobre acidentes nas estradas e suas muitas mortes, fico pensando nas famílias que perdem essas pessoas, o vazio que deixam e, principalmente, em como esse tipo de coisa pode ser evitado. Quando as pessoas vão se dar conta que carros são objetos usados para ajudar, proporcionar momentos legais e muito lazer? Quando vão parar de usá-lo como uma metralhadora louca, manuseada por um total desconhecido de seu potencial, que sai disparando sem direção, acertando o coração de famílias inteiras, devastando vidas e tirando a chance de muitas pessoas crescerem e terem uma vida plena de saúde? Já pensei em retomar mais algumas aulas e fazer a prova final, mas, fico receosa de aprender melhor, conseguir tirar a carteira e, no final de tudo, não conseguir entrar em um carro e pegar a estrada. O trânsito causa medo. O cara atrás do volante causa medo. Enfim, vale a pena dirigir quando tudo isso assusta e causa medo??? Não sei se vou tirar a carteira um dia, mas, aplaudo quem consegue e tem coragem de enfrentar essas feras soltas por nossas ruas, sem fiscalização ou punição devidas. Mas, o dia-a-dia é uma porção infinita de desafios a serem vencidos, então, vamos em frente, enfrentar nossos medos e tentar vencer todos os desafios que se apresentarem. Prometo tentar novamente!!!

domingo, 15 de agosto de 2010

Corrida do Tempo


O sábado foi muito frio....e, nublado, só para ajudar a sensação de querer ficar dentro de casa e não colocar nem o nariz para fora. A semana foi embora, outra está chegando e, tudo passa muito rápido, rápido demais. Parece que, há alguns anos atrás, o final do ano custava muuuito a chegar; o ano parecia ter uns 500 dias e, o Natal e Ano Novo eram esperados com muita vontade, com muito desejo de coisas novas, de mudanças reais e quase que a longo prazo. Se prestarmos atenção, as coisas mudaram; o ano mal começa e, quando nos damos conta, já estamos em dezembro e, os planos que eram feitos, não passam de meros flashes em nossas mentes, pois, com toda essa loucura atual, o importante não é fazer planos, mas, sim, conseguir atravessar o ano e chegar vivo ao final dele. Mas, mesmo com tudo isso, ainda tem gente que não consegue relaxar, viver momentos legais, curtir pequenos gestos, pois, por mais bobos que possam parecer no momento, podem acabar sendo parte de uma lembrança futura que, por estarmos na rotação maluca da terra, não prestamos atenção. E, com esse passar de tempo, nos pegamos contando os cabelos brancos que aparecem, sentindo a dor que não sentíamos antes, dando passos menos rápidos e mais cuidadosos e, em alguns casos, ficamos só sentados, esperando esse tempo passar. Já perceberam que constatamos mais rápido aquilo que não nos agrada do que aquilo que nos satisfaz? Quando o primeiro fio de cabelo branco surge, bate uma incerteza; ficamos um pouco mais sensíveis e achando que tudo vai começar a envelhecer dentro de nós, começando pela cabeça - mas, não imaginamos que isso pode significar um pouco mais de experiência ou maturidade e que, com uma boa tinta, podemos mudar a cor do cabelo e parecer mais jovem, moderna e sexy; as dores que começam a aparecer, nos deixam mais lentos, com mais vontade de ficar atirado em algum lugar aconchegante, sem mexer um único músculo que seja, apenas, curtindo nosso descanso – mas, não pensamos em procurar um exercício que se adapte a nossa necessidade, algo que possamos fazer de maneira natural e com boa vontade, uma simples caminhada que seja. Então, o tempo passa rápido; a vida passa num piscar de olhos. Como fazer para aproveitar esse tempo em que ainda estamos aqui, vivendo vários momentos? Acho que devemos viver cada dia, de maneira simples, com calma, tranqüilidade e, tentando melhorar nosso olhar sob esse mundo que nos cerca, pois, assim, nossos dias poderão tornar-se mais agradáveis, mesmo que corridos e, com ou sem cabelos brancos, com ou sem dores musculares e, certamente, um pouco mais relaxados, conseguiremos acompanhar o ritmo louco do tempo que corre e nos faz enlouquecer de preocupação, em busca do final desconhecido dessa estrada que é onde a vida nos levará. Boa semana a todos – espero que um pouco mais devagar....

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Saurus Jr - O Dinossauro

Há milhões de anos atrás, num vale encantado, viviam muitos dinossauros, de tamanhos e idades diferentes.
Mas, havia uma família em particular, que era muito unida, bonita e feliz: Papai Dino Saurus, Mamãe Dona Sauras e o casal de filhos, Saurus Jr. e Bronto Sauras.
Um dia, em meio a vulcões desativados, densa mata e lindos lagos, Saurus Jr. brincava com um pequeno lagarto, quando viu algo mexer-se entre as árvores. Curioso, correu até lá e, o dia foi embora, a noite chegou e nada do menino voltar.
Os pais já estavam preocupados, pois o mesmo nunca havia feito isso antes. Saíram à procura do pequeno dinossauro. Todos gritavam seu nome, tentavam seguir suas pegadas e nada.
Resolveram deixar para o outro dia a continuação das buscas. Mamãe Dona Sauras só sabia chorar, enquanto a filha tentava acalmá-la.
Quando o sol nasceu, todos saíram rápido de suas cavernas e, surpresa! Lá estava pequeno Saurus Jr., acompanhado de uma linda e delicada dinossaurinha.
A mãe correu para abraçar o garoto, que já provara não ser tão garoto assim, e perguntou-lhe o que havia acontecido.
Ele disse que, após ouvir o barulho na mata, foi até lá e viu que a dinossaurinha havia trancado uma das patas em um buraco. Ele ajudou-a, carregando-a até a caverna dela. Começaram a conversar e, distraído, ele nem sentiu as horas passar e, quando percebeu, já era muito tarde para voltar e como estava muito longe de casa, resolveu passar a noite na caverna da dinossaurinha, junto com a família dela.
Todos felizes e mais tranqüilos por tudo ter corrido bem, resolveram festejar no café da manhã mesmo, e a festa arrastou-se por mais dois dias.
E Saurus Jr., o que aconteceu com ele? Passado muito tempo, casou-se com a dinossaurinha, tiveram três lindos dinossauros e viveram felizes por muitos e muitos anos.


PS.:  12/5/1999

Segunda-Feira....Argh.....

Vou ter que concordar com o Garfield – e, admitir que ele tem razão, quando diz aos 04 ventos que “odeia segunda-feira”. Segunda, seria em tese, o primeiro dia de uma suposta dieta; o início de uma nova semana; o primeiro dia útil dentro do trabalho, onde, provavelmente, teremos momentos legais, chatos, insuportáveis e, se nos esforçarmos muito, momentos em que as palavras entrarão por um ouvido e sairão por outro. Segunda-feira, é o dia seguinte a derrota do seu time e, pior, a vitória do time rival e, para nós, gremistas apaixonados, a queda de um treinador e o suspense pelo nome do próximo, em quem jogaremos todas as nossas fichas. É o dia mundial da preguiça, da pouca vontade em fazer qualquer coisa que acabe com a beleza que foi nosso final-de-semana. E, garanto que a minha, não foi das melhores ou mais produtivas. Mas, pensando bem, se não existisse a segunda, tudo começaria na terça e, provavelmente, acabaria no sábado; então, o final-de- semana seria “domingo e segunda”....não, muito sem graça. Gosto de Terças e Sextas - isso falando em dias úteis, claro. Terça foi o dia da semana em que nasci e tenho que considerar um dia especial no calendário; na religião, dizem ser o dia de São Jorge, guerreiro, batalhador, forte e, me sinto protegida por ele. No dia-a-dia, Terça é o dia mais divertido em matéria de TV, porque é o dia em que passam os seriados mais engraçados que, além de me fazer dar boas gargalhadas, fazem com que eu esqueça um pouco dos problemas que pintaram na segunda. Enfim, curto muito a Terça!! Sexta-feira......ah, Sexta! Um dia antes do tão esperado final-de-semana. Dia de sair para uma cervejinha com petiscos; vinho com pizza ou, simplesmente, ficar em casa, assistindo TV, com pipoca e guaraná, ou a cervejinha com petiscos, o vinho com a pizza......Quando chega a Sexta, tudo parece que se ilumina mais; o final-de-semana está chegando e será para relaxar, esquecer coisas chatas e probleminhas que pintaram durante a semana. Acho que a Sexta é uma pré-recarga positiva que se completará no domingo, que é o dia em que, realmente, se relaxa por completo: ler jornal na cama, levantar depois das 10h, comprar comida pronta, lavar a louça na hora que quiser, sentar no sol, comer bergamota, enfim, aproveitar o que ainda resta da folga para esquecer da realidade lá fora que, obviamente, recomeçará na Segunda-feira....

domingo, 8 de agosto de 2010

O Porquinho e a Tartaruga

Era uma vez um Porquinho chamado Rosado, que tinha muitos amigos e todos moravam em uma grande fazenda. Ele gostava de todos: da Galinha caipira, que tinha vindo do interior; do Galo convencido, que se achava o melhor galo-cantor do mundo; do Coelho que tinha o nome de Nuvem, por ser branquinho e fofo; tinha, também, o Cavalo, que gostava de contar estórias e todos na fazenda o chamavam de Troteador, pois, enquanto ele falava, ficava batendo as patas no chão e, finalmente, a Tartaruga Lentidão (no fundo, a preferida de Rosado).
Lentidão adorava o Porquinho Rosado, e ele gostava de pregar peças na coitada; apostava corridas e, claro, sempre ganhava; vivia fazendo brincadeiras com ela.
Todos gostavam de morar naquele lugar: havia pássaros sempre cantando prá lá e prá cá; flores e árvores ao redor da casa; uma horta repleta de coisas saudáveis e suculentas.
Um dia, Rosado reuniu todos os amiguinhos, enquanto a Tartaruga descansava: resolveram assustar a coitadinha. O Porquinho fez uma máscara igual a cara de um lobo e pediu para o Cavalo ficar escondido atrás de uma árvore com a tal máscara, quando a Tartaruga chegasse perto, ele deveria pular na frente dela com o falso focinho de lobo e gritar.
Tudo pronto, o Porquinho foi chamar a pobre Lentidão, pedindo que fosse descansar embaixo da tal árvore, pois naquele lugar estava cheio de formigas vermelhas, que davam mordidas bem ardidas.
Assim foi feito: lá se foi a Tartaruga para baixo da árvore, agradecendo a atenção do amigo. Quando chegou perto, o Cavalo saltou com aquela máscara horrível de lobo e gritou. Nossa! A Tartaruga olhou para ele, deu meia volta, passou que nem vento pelo coelho e, foi se encolher dentro de seu casco, num canto do galpão.
O Porquinho rolava de tanto rir do susto da coitada; ele foi dizer ao Cavalo que havia feito tudo direitinho e, quando chegou perto, olhou para trás e viu o Cavalo parado, com olhos arregalados, olhando para ele.
Rosado olhou para frente e viu que não era o Cavalo que estava ali, mas, sim, o Lobo de verdade. Quando o Lobo ia agarrar o Porquinho, os amigos se juntaram e pularam no pescoço do Lobo, dando-lhe uma surra no malvado, fazendo com que ele fugisse dali e não voltasse mais.
O Porquinho agradeceu a ajuda dos amigos, pediu desculpas à Tartaruga e prometeu nunca mais assustar ninguém. Todos continuaram se divertindo e a amizade ficando cada vez mais forte a cada novo dia que passavam naquela maravilhosa fazenda.

A Princesa e o Tigre

No meio da floresta, existia um pequeno vilarejo. Mas, este não era apenas um lugar comum. Tudo era menor que o normal e até mais bonito.
As casas eram pequeninas, assim como seus habitantes. Nesse lugar, existia uma espécie de Rei e Rainha, que comandavam todo aquele povo lá do alto do seu castelo.
Era dia de festa. A pequenina filha do Rei, a Princesa Flor, iria casar com o Príncipe Saturno. Todos estavam felizes. A cerimônia já ia começar, aguardava-se apenas a noiva. Os minutos foram passando e viraram horas.
O Rei preocupado; o noivo aflito. De repente, o Rei chamou o Comandante da Guarda Real e mandou procurarem a Princesa. Algo havia acontecido.
A igreja entrou em pânico; todos cochichavam; uns queriam saber mais que os outros; muitos curiosos do lado de fora não sabiam o que acontecia lá dentro.
O Rei saiu à porta da igreja e disse que não haveria casamento – a Princesa Flor havia desaparecido.
Todos murmuraram um “OOOOOOh!!!!” abafado e triste, pois gostavam muito de seus Reis e da sua Princesa. Em meio a confusão, surgiu um homenzinho do povoado dizendo que vira pegadas entrando para o meio da mata e, encontrara a charrete da Princesa virada na estrada e o cavalo com o pescoço inchado pela mordida de algum bicho.
A Guarda Real se reuniu com o Príncipe para traçar planos. Todos temiam pela vida da Princesa, pois sabiam que um feroz animal rondava, há dias, o vilarejo onde viviam.
E, alguns já haviam, inclusive, visto o tal animal: um enorme tigre de listras pretas e presas gigantes. Com mais essa novidade, o desespero aumentou.
O Rei ordenou que o Príncipe e a Guarda partissem. E, assim foi. Por 5 dias e 4 noites eles não descansaram e, sabiam estar próximos do local onde estaria a Princesa.
No final do quinto dia de buscas, eles ouviram risadas, barulho de água sendo jogada para todos os lados. Caminharam silenciosamente, seguindo o som daquele melodioso riso.
Quando chegaram à margem do rio, viram a Princesa dentro da água e, perto dela, o temido tigre. Ficaram em posição de ataque e o tigre, sentindo o perigo, deu um enorme rugido que o ar de seu bafo quase derrubou a todos.
A Princesa, assustada, ordenou que o tigre ficasse calmo e que os guardas, juntamente com o Príncipe, ficassem onde estavam.
Depois, com tudo mais calmo, ela explicou que, quando ia para a igreja, o cavalo que conduzia sua charrete fora picado por uma abelha e, com o susto acabou correndo sem direção certa. Ela perdeu o equilíbrio, caiu e ficou desacordada por um longo tempo.
Quando acordou, sentiu algo molhado em seu rosto a fazer-lhe cócegas. Viu que aquele tigre que, na verdade, não passava de um filhote dócil e brincalhão, a havia levado até a margem do rio.
Como ela raramente saía do castelo, não conhecia aquele lugar e não soube como voltar. Ficou aguardando que alguém a encontrasse e, nesse meio tempo, fez amizade com aquele belo animal.
Os guardas voltaram para o vilarejo, levando a Princesa e o Príncipe montados no tigre. Quando chegaram, o susto foi grande, todos queriam correr e esconder-se; mas, ela explicou que não precisavam ter medo e, calmamente, contou aos pais o que havia acontecido.
O casamento ficou para o dia seguinte. E lá vinha a noiva, linda, montada no maravilhoso tigre listrado que ela, carinhosamente, chamou de Companheiro.
A cerimônia foi linda, com muita emoção; a festa foi excepcional, com muita música e comida para todos. Tudo saiu perfeito.
A Princesa casou com seu Príncipe; o Tigre Companheiro virou guardião real do vilarejo e todos foram felizes para sempre.



PS.:18/10/1999

sábado, 7 de agosto de 2010

O Elefantinho Curioso


Em uma terra distante chamada Índia, havia um pequeno elefante, de nome “Trombudo”, que vivia com uma família de comerciantes de tapetes – o pai, a mãe e dois meninos pequenos, que adoravam o elefantinho. Os três estavam sempre brincando, sempre se divertindo juntos. Eram muito felizes e o elefantinho não conseguia imaginar viver em outro lugar que não ao lado daquela família, que era também, a família dele.
O dono da loja de tapetes, costumava dizer que possuía um tapete mágico guardado em um lugar seguro, nos fundos da loja e, no dia em que precisasse, venderia o tapete e obteria um bom dinheiro para ter uma velhice tranqüila ao lado de sua família.. O elefantinho sempre ouvia a mesma estória do tapete e já andava cansado daquele blá, blá, blá todos os dias; os meninos gostavam de ouvir várias vezes, pois tinham curiosidade em saber onde o pai guardava o tal tapete – o sonho deles era sair voando mundo afora.
Um dia, ele acordou e descobriu que o comerciante havia viajado para comprar mais mercadorias, deixando sua esposa e os dois filhos pequenos sozinhos. O elefantinho, de peito estufado, pensou: “Hoje, eu sou o homem da família. Preciso cuidar deles, não deixar ninguém se aproximar.”. E, o dia foi passando, tranquilamente.
Quando começou a anoitecer, o elefantinho foi para o local onde costumava dormir: uma garagem espaçosa e bem arejada, onde ele gostava de ficar observando o belo pomar que a dona da casa cultivava.
De repente, ele ouviu um barulho e, curioso, saiu para ver o que era. Surpresa! Dois homens tentavam pular a janela para entrar na casa. “E agora, o que faço?” Os homens entraram na casa e começaram a revirar tudo – a esposa do comerciante acordou com o barulho e eles resolveram amarrá-la, junto com os meninos e colocá-los no banheiro.
O elefantinho ficou louco da cara; precisava fazer algo. Ficou aguardando, quieto. Pela janela do banheiro, colocou sua tromba e pegou os dois meninos, tirando-os de lá, desamarrando-os e antes de colocá-los em um lugar seguro, fez um deles desamarrar a mãe. Depois dos três seguros, o elefantinho voltou para perto da casa e, viu os dois homens saindo com um enorme tapete, que estenderam no chão e sentaram em cima, falando várias palavras sem efeito nenhum. Tentaram, tentaram e resolveram deixar o tapete lá, resmungando entre eles - “Comerciante idiota, mentiroso. Este tapete não voa coisa nenhuma. Vamos embora”.
Quando eles chegaram perto do portão, o elefantinho correu até eles, ergueu sua tromba e gritou tão alto, tão alto, que os dois ficaram de cabelos em pé, olhos saltando da cara, e tremendo tanto que pareciam estar sendo sacudidos por alguém, tamanho o susto que levaram. Eles não conseguiam se mexer.
O elefantinho pegou os dois, enrolou-os em um tapete velho e levou-os até a porta da delegacia, deixando-os passar a noite lá; pela manhã, o delegado saberia o que fazer com eles.
No outro dia, o comerciante voltou e ficou sabendo o que havia acontecido. Preocupado, resolveu contar a família o segredo do tapete, pois se houvesse uma próxima vez, eles poderiam fugir no tapete mágico. A mãe e os filhos se olharam, como se não acreditassem e, o elefantinho, ficou ansioso para saber quais eram as tais palavras.
O comerciante disse: “Este tapete foi do meu tataravô, que era viajante e conhecia alguns índios que possuíam poções mágicas. Uma noite, numa grande festa, o feiticeiro da tribo resolveu presentear meu tataravô dando-lhe o tapete e enfeitiçá-lo, fazendo com que quando se pronunciasse as palavras certas, ele saíria voando. Meu tataravô ficou maravilhado e trouxe o tapete para a Índia, onde está até hoje”.
Os meninos estavam impacientes para saber o que dizer, o elefantinho também. A esposa pediu: “diga logo as palavras”. O comerciante levantou, estendeu o tapete no chão e mandou que todos sentassem, inclusive o elefantinho. Quando todos estavam acomodados, o homem falou: “Conte sempre até nove, mas espere ao dez chegar, quando a contagem acaba, o tapete começa a voar”.
De repente, eles sentiram que o tapete começava a se movimentar lentamente. Aos poucos, foi levantando, levantando e, quando o comerciante estalava os dedos, o tapete mudava de direção e velocidade. Eles estavam enlouquecidos, viam toda a cidade lá de cima: os parques, a floresta, a cidade inteira. Parecia que podiam tocar as nuvens.
Mas, o pai resolveu voltar, antes que alguém os visse e voltasse a querer roubar o tapete. Quando chegaram em casa, o pai disse que poderiam, sempre que quisessem usar o tapete, desde que a noite e tomando cuidado. Aceitaram e, sempre que podiam, davam uma fugida no tapete.
Desta maneira, alegre e despreocupada de uma infância repleta de imaginação, conheceram o mundo todo, sempre junto com seu fiel amigo elefantinho. Para eles, foi a melhor infância que alguém poderia ter e, para o elefantinho, foram os melhores amigos que alguém poderia desejar.
E todos foram muito felizes.



26/4/2001

A Casa Encantada

Era uma vez, uma casa toda colorida, cheia de flores, num jardim muito bem cuidado. Dentro da casa viviam alguns objetos diferentes, estranhos até. Não pelas formas que possuíam, mas porque comunicavam-se entre si.
Todos sempre disputavam para saber que tinha mais brilho, quem iluminava mais todos os ambientes da casa – enfim, era uma briga diária.
O Cara de Lâmpada, muito enlouquecido, com um dente e olhos muito puxados, gritava do alto do teto, com voz rouca e pastosa:
- Eu sei que sou o mais brilhante, o mais iluminado, pois, daqui ilumino todo o ambiente!
O Mestre Abajur, que morava há mais tempo na casa, sorria debochadamente e resmungava de cima do armário onde ficava.
- Humpf! Este idiota acha que por viver lá em cima, é melhor que nós. Mas, ele esquece que pode cair e quebrar.
- O que o Senhor está resmungando aí, Mestre Abajur? Fale mais alto para que todos possam ouvi-lo – falou, inesperadamente, Dona Lareira Fogosa.
Mas, Mestre Abajur, já dirigia sua atenção para as Gêmeas Incandescentes, que pareciam tristes, meio apagadinhas, no corredor da casa.
- Qual o problema meninas? Vocês estão tão caladinhas. O que há?
- Ah, Mestre Abajur, vocês ficam discutindo quem brilha mais; quem mais isso, quem mais aquilo...e esquecem que nós não vivemos uma sem a outra. Se eu apago, ela também apaga; então, não podemos ficar, como vocês, disputando o brilho da casa.
- Ora, queridas, não fiquem assim. O Cara de Lâmpada e o Mestre Abajur são meio malucos. Se pararmos para pensar, nenhum de nós brilha mais que o outro – falou Dona Lareira, muito sábia na sua observação.
Todos gritaram ao mesmo tempo.
- Não, eu sou o melhor. Eu. Eu.
De repente, um estrondo e tudo ficou escuro. Nenhum som, nada se ouvia. A única claridade que entrava na casa vinha da rua. Do céu.
Assustados, perguntavam uns aos outros:
- O que houve? – disse o Cara de Lâmpada.
- Não sei – falaram as Gêmeas.
- Eu também não sei, mas estou todo arrepiado – disse o Mestre Abajur.
- E eu estou sentindo um frio aqui neste cantinho sempre tão quentinho – sussurrou Dona Lareira, com suas chamas apagadas.
Então, uma bela voz se fez ouvir, por entre as nuvens daquela fria noite de inverno.
- Nada de extraordinário aconteceu. Apenas, quis mostrar a todos vocês que, sem energia, as lâmpadas não iluminam nada e, com uma brisa mais forte, o fogo que vem da lareira, apaga.
- Mas, quem é você, que mesmo sem energia e com todo o vento que existir, continua brilhando? – perguntou Mestre Abajur , encolhidinho no seu armário.
- Eu?? Sou a Lua. Sempre brilhante, iluminando a escuridão da noite.
Todos, surpresos, falaram em coro:
- Ohhhhhhh!!!!
As Gêmeas mais animadas, disseram:
- Agora, sabemos quem brilha mais
- É, e daqui prá frente, não disputaremos para saber quem é o melhor – falou Cara de Lâmpada, com um grande suspiro de satisfação.
- Isso mesmo. E, vamos ficar muito mais amigos, agora – gritou Dona Lareira.
Então, como mágica, todos voltaram a ficar acesos, iluminados: Cara de Lâmpada, Mestre Abajur, as Gêmeas e Dona Lareira – todos com um brilho muito mais intenso.
Dona Lua, feliz, mostrou a eles que a vaidade entre amigos não faz bem.
O que vale é a amizade verdadeira e sincera.



(17/11/1997)

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

A Corajosa Thais e seus Amiguinhos

Uma linda garotinha, com cabelos castanhos cacheados, largo sorriso e um olhar brilhante, chamada Thaís, morava próxima a uma pequena aldeia, rodeada de flores e pássaros.
Todos gostavam de Thaís que, a tardinha, sempre saía com sua mamãe para fazer compras.
Thaís tinha alguns bichinhos de estimação: o peixinho Lili, o passarinho Pluminha, o gatinho Algodão e o cãozinho Feroz (que de feroz não tinha nada).
Um dia, a mamãe de Thaís não pode ir às compras, pois o irmãozinho da menina precisava de cuidados e o pai chegaria tarde.
Thaís ofereceu-se para ajudar, indo buscar o que precisariam para o jantar. A mãe, mesmo receosa, permitiu que a menina fosse, recomendando-lhe muito cuidado no caminho. Lá se foi ela, pulando e balançando seus lindos cachos e, ao seu lado, seu fiel cãozinho.
Distraída, a menina não percebeu que tomara o caminho errado. O cãozinho, pulando a sua frente, latindo muito, não conseguiu evitar que ela continuasse andando, sem se importar com ele.
E assim, lá se foram, afastando-se cada vez mais do caminho da aldeia. De repente, a menina começou a estranhar as coisas ao seu redor: árvores secas, chão coberto de folhas velhas, alguns porcos e, em frente, um cachorro enorme, com dentes afiados, latindo para ela. Quando percebeu, estava dentro de um cercado, e no meio deste, uma casa muito velha e caindo aos pedaços.
Thaís sentiu muito medo e, o cachorrinho percebendo sua aflição, encostou-se em suas pernas. Quando resolveram dar meia-volta, o cão furioso ficou no seu caminho e, atrás deles, saindo da casa, uma velha suja, desdentada e mal-cheirosa gritou que eles não se atravessem a sair dali. Agora, seriam seus “ajudantes”.
A menina lembrou, então, que aquele lugar era muito temido por todos da região, pois aquela velha era louca e não gostava de crianças. Resolveu não resistir e seguiu a velha para dentro de casa. Dentro, a casa parecia pior ainda, com baratas e ratos correndo soltos por tudo.
Thaís tentava pensar em algo e, só conseguiu pensar em não se desesperar, pois, assim que dessem por sua falta, iriam procurá-la e dariam uma lição naquela velha má.
A velha começou mandando a menina arrumar sua cama – um quadrado cheio de cupins e pulgas, coberto de pó e com um penico imundo embaixo; depois, mandou-a tirar água de um poço coberto de sujeira, atrás da casa. E, de tarefa em tarefa, anoiteceu e a menina, muito cansada, pela primeira vez abriu a boca e pediu à velha para deixá-la voltar para casa; sua mãe e seu pai deveriam estar preocupados com sua ausência.
A velha começou a rir e disse que Thaís deveria esquecer sua mãe, seu pai, ou quem quer que fosse, pois, ali, de agora em diante seria seu novo lar.
A menina, chorando, sentou-se em um canto abraçada ao seu cãozinho. De tão cansada, acabou adormecendo e sonhou. Sonhou que estava em casa, abraçada a sua mãe, olhando seu irmãozinho brincar com seu pai e, o cãozinho dormindo perto da porta. Ouviu, então, um latido de cachorro, uma porta abrindo, alguém caindo.
Acordou, assustada. Já havia amanhecido e ouvia vozes. Parecia a voz de seu pai. A porta escancarou-se e seu pai entrou; ela correu para abraçá-lo, chorando.
Ainda assustada, perguntou como a haviam achado. O pai disse que a mãe, estranhando sua demora, foi atrás dela na aldeia e, como ninguém havia visto a menina, começaram a procurá-la. Perceberam que o passarinho e o gatinho da menina tentavam levá-los a algum lugar. Resolveram segui-los e, quando viram onde haviam chegado, esperaram o melhor momento para salvá-la.
Curiosa, perguntou o que havia acontecido com a velha fedorenta. O pai disse que o gatinho havia distraído o cachorro e alguns homens o prenderam; a velha tentou evitar que eles entrassem, então, o passarinho começou a bicar-lhe a cabeça e a voar ao seu redor, atrapalhando seu campo de visão. A velha acabou levando um belo tombo que foi preciso três homens para erguê-la do chão. Ela, com certeza, nunca mais prenderá ninguém contra vontade.
Os dois foram embora e, quando encontrou sua mãe, Thaís abraçou-a e encheu-a de beijos, prometendo que nunca mais se distrairia e, de agora em diante, quando saísse sozinha, sempre seguiria seu cãozinho, pois ele saberia o caminho certo.

PS: Mais uma para minha queridinha, quando tinha 07 anos. 

kauê e o Panda

Kauê sempre desejou ter um bichinho de estimação, mas seu pai sempre dizia que não poderiam ter um enquanto morassem na cidade, sem espaço para o animalzinho.
Um dia o pai de Kauê foi transferido, pois seu trabalho exigia, no momento, sua presença longe da cidade grande. O garoto, claro, estranhou a nova cidade – poucos edifícios, poucos carros nas ruas e muito verde – e o pai explicou que era uma cidade do interior, sem grandes luxos e cheia de simplicidade e ar puro.
Kauê lembrou, então, que agora poderia ter o seu bichinho e foi logo pedindo ao pai que, já esperando por isso, concordou. O menino não cabia em si de felicidade.
Depois de se instalarem na nova casa e de conhecerem os novos vizinhos, voltaram a rotina normal. Na semana seguinte, Kauê e a mãe foram ao mercado e, no caminho, passaram por uma loja de animais. O menino tanto insistiu que a mãe acabou entrando com ele na loja. Lá dentro, seus olhinhos brilharam por ver tantos bichinhos lindos.
O garoto saiu andando entre puleiros e gaiolas, estranhando que, mesmo com tantas gaiolas, eles andassem soltos pelo loja, sem tenta fugir pelas janelas ou porta; e, de repente, ele viu o que queria: um pequeno Panda, com enormes olhos tristes. Kauê aproximou-se e tocou o ursinho; o animalzinho estendeu sua patinha e, imediatamente, surgiu uma grande amizade entre os dois.
Ele correu até sua mãe e pediu-lhe para comprar o bichinho; a mãe, quando viu o pequeno urso, encantou-se, também.
Em casa, Kauê arrumou um belo e limpo lugar para seu novo amigo e deu-lhe, também, um nome: “Plof”. O tempo foi passando e os dois cada vez mais unidos. Corriam, brincavam, subiam em árvores – Kauê para pegar frutas e Plof para pegar folhas.
Nas férias escolares, Kauê foi passar uns dias com seu pai na casa da vovó, que morava em outra cidade. A semana passou se arrastando para Kauê e seu amiguinho. Ambos morriam de saudades um do outro.
Quando chegou o dia de voltar, Kauê estava ansioso. Finalmente, chegaram em casa. Ele entrou correndo, abraçou e beijou a mamãe rapidamente e correu para ver Plof. Lá estava ele, deitado em sua caminha, quietinho, muito triste.
Quando ele viu Kauê, levantou e veio pulando fazer festa ao seu amigo. Os dois foram para o pátio e fizeram a maior bagunça, matando as saudades um do outro.
A mãe e o pai de Kauê observavam tudo e perceberam que o menino, além do Panda, precisava de um irmãozinho e, aprenderam com os dois que não existem barreiras nem solidão quando se tem amigos de verdade.


PS.: Esta, foi para o Kauê....filho de minha prima-irmã.....

terça-feira, 3 de agosto de 2010

O Susto de Rafael

Um garotinho chamado Rafael, adorava brincar de carrinho, bola, andar de bicicleta e balanço.
Era um garoto muito esperto e alegre. Um dia, foi acampar com uns amiguinhos. Passaram o dia fazendo bagunça, nadando num riacho de águas transparentes, jogando bola e procurando lenha para a fogueira que fariam a noite.
Quando a noite começou a cair, acenderam a fogueira, trouxeram panelas, alimentos, talheres, pratos; enfim, o necessário para um banquete na mata, e tudo sempre no meio de muita confusão.
Depois de tudo ajeitado, sentaram ao redor da fogueira, comeram, beberam e, após terminar o jantar, começaram a contar estórias de assombração.
Rafael foi o primeiro. Contou que uma noite, sozinho em casa, trancou tudo e foi para o seu quarto assistir TV. De repente, ouviu um barulho e foi ver o que era. Viu a janela da sala aberta e, lembrou que a havia fechado antes de deitar. Hummmm. Ficou com medo; mas, mesmo assim, foi até a cozinha com um dos chinelos na mão.
Ouviu o barulho mais forte agora; as pernas não obedeciam, as mãos tremiam e as batidas do coração parecia que iam estourar seus ouvidos. Quando conseguiu chegar a porta da cozinha, levantou o chinelo, acendeu a luz e deu um grito.
Quando Rafael viu o que era, gritou mais ainda, e já ia começar a correr de volta por onde viera quando “aquilo” o agarrou pela calça do pijama. O garoto não parava de gritar.
O que o segurava, ou melhor, quem o segurava, gritou-lhe para ficar quieto. Ele, imediatamente, reconheceu aquela voz: era sua irmã. Arriscou olhar para trás e, quase grita de novo olhando aquela cara coberta com uma meleca verde. Verde?
Furioso, perguntou o que ela fazia ali, toda verde, aquela hora da noite. Ela disse que havia esquecido a chave e, como ninguém atendera a porta, ela forçou a janela e entrou. Tomou seu banho, passou creme no rosto e foi até a cozinha pegar um copo de leite. Ela pensou que ele havia saído com seus pais.
Quando acabou a estória, todos riam e zombavam de Rafael. De repente, silêncio. Algo vinha na direção deles, quebrando galhos com seus pés. Todos se olharam e Rafael, muito sapeca e fingindo medo, apontou para o local de onde vinha o barulho. O susto e a correria foi geral; uns caíam, outros gritavam, outros se batiam tentando encontrar o melhor caminho até suas barracas.
Mas, num certo momento, em meio a toda confusão, viram que Rafael continuava sentado, dando boas gargalhadas. Voltaram e viram que ele e outro amiguinho haviam pregado uma peça no resto do acampamento.
Para vingar-se de Rafael e do outro, jogaram os dois no riacho. E, no final, todos resolveram entrar na água, para mais bagunça naquela noite quente e inesquecível.

PS.: Esta, escrevi em 2001 para o Rafa.....meu futuro boleiro.....atualmente, no Sub-13 do Esporte Clube Cruzeiro, de POA.

Estações do Ano

Com todo esse frio que se abateu sobre nosso Estado, ouço as pessoas reclamando o tempo inteiro e, claro, taxando de louco quem gosta de viver esse ar gelado, que chega a doer no rosto quando saímos à rua. Eu gosto de todas as estações, mas, reclamo de todas, também. Na primavera, é tempo de florescer tudo e minha rinite chega ao extremo, não consigo, por vezes, ficar sem espirrar uma manhã inteira e, nesse período até o perfume – algo que amo demais – me faz ficar com o nariz coçando tanto que, no final do dia, coitado, está todo vermelho e assado. Mas, entre ficar com o nariz assim e sem meus cheiros favoritos, prefiro sair toda no perfume, afinal, a primavera passa rápido e meu nariz não vai cair por causa de uns cheirinhos a mais. No outono, é aquele arzinho de “nunca se sabe que tipo de roupa colocar”, porque pela manhã é refrescante, a tarde fica um pouco mais quentinho e, ao anoitecer, esfria de novo, então, nosso corpo agradece tanta indecisão e responde com resfriados e mais rinite. O verão....ah, o verão...esse é o período que a maioria das pessoas espera com ansiedade, momento de livrar o corpo das roupas pesadas, colocar as rachadurinhas dos pés para fora, depilar pernas, tomar mais líquido para entrar no biquíni, ir para o happy hour, estar sempre de bom humor e com ótimo astral...but....o calor infernal é insuportável. Se for proprietário de uma casa na praia, onde pode sair correndo quando o calor aperta, aí sim, isso é saber viver o calor do verão; mas, se tiver que ficar na cidade, debaixo de sol, trabalhando para poder receber no final do mês, aí são outros quinhentos, tudo muda de figura, o verão passa a ser nosso moinho de vento, porque como Don Quixote, travaremos batalhas para que não sejamos derretidos pelo nosso próprio suor. Apesar de ser uma estação super prá cima, ela me deixa cansada, pesada (sei que tenho alguns quilinhos a perder, mas, é “pesada” pelo calor messssmoooo) e, na hora de ir para o trabalho, o jeito é correr para dentro da lotação, com aquele arzinho gelado, que nos faz querer ficar por ali o dia todo. O inverno é muito castigante pelos nossos pagos: levantar de manhã dói, lavar o rosto dói, tomar banho dói, sair de casa dói, enfim, respirar dói. Só que, com um olhar um pouco mais observador, percebo que as pessoas andam mais chiques, mais arrumadas, combinam mantas, botas, chapéus, luvas. Perdem mais tempo se produzindo – até porque, o frio pede muito mais agasalhos; cuidam mais da aparência - afinal, a maquiagem não vai chegar ao final do dia toda escorrida pelo rosto, como quando estamos no verão. O perfume já não causa tanto estrago ao meu olfato, mas, minha garganta, ao contrário, ao primeiro sinal de algo um pouco mais frio do que a temperatura ambiente, já se esgaça de frescura e começa a me incomodar, fazendo com que eu fique tossindo que nem cachorro louco e me deixando, por alguns dias, sem voz e, nos dias seguintes, com uma voz mais grave, sexy, até – dessa parte, eu gosto...rsrsrsrsr. Resumindo: acho ótimo termos 04 estações, mesmo que, em algum momento do ano, tenhamos as 04 em um só dia. Passar pelas 04 estações do ano, é como vencer uma corrida contra o tempo, pois sabemos que mais um ano se foi, que conseguimos curtir cada uma delas de acordo com o que nos era exigido e, principalmente, que em cada uma os aromas foram absorvidos, as mudanças foram percebidas e vivemos momentos de plena interação com a natureza. E, o mais importante, descobrimos que estamos vivos, esperando a próximo estação e, claro, com todas as reclamações e choradeiras de todos os anos.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

A Páscoa de Gabriel

Havia um menino chamado Gabriel, que não gostava de Páscoa. Achava tudo sem graça e dizia não acreditar que coelhinhos traziam ovos de chocolate.
Na escola todos faziam preparativos para a Páscoa: faziam cestas, coloriam ovos, recortavam orelhinhas de papelão, pintavam o rosto. E, Gabriel quieto, sentado em um canto, sem se envolver com nada.
Quando chegou a Véspera da Páscoa, ele foi visitar sua avó, que morava no interior. A vovó, claro, fez uma festa para Gabriel: havia doces, bolo, bala; enfim, muitas coisas boas.
A noite, sentados em frente a lareira, Gabriel falou para a vovó que não sabia porque todo mundo falava em Coelhinho; para ele, tudo era um monte de besteira. A avó olhou para ele e disse que, acreditar ou não, dependia de cada um e, que a Páscoa não era apenas “ovos” e “coelhinho”; ela significava o renascimento, a nova vida.
Ele disse que quando era menor, havia ganho um coelho de seu pai. O bichinho era muito amado e bem cuidado; mas, em uma Páscoa, há muito tempo atrás, infelizmente, ele fugiu. Para Gabriel, foi uma tristeza só, pois, o bichinho era sua maior alegria. Desde então, ele não gostava mais de comemorar a Páscoa.
A vovó olhou para aquele rostinho sério e pensou em como poderia ajudar aquele menino a superar essa tristeza. E, a noite foi embora.
Quando o menino acordou, no dia seguinte, deu um grito tão alto que a vovó, que preparava o café, foi correndo ao quarto do neto para ver o que estava acontecendo.
Quando chegou lá, o menino estava aos pulos no meio do quarto, com um bichinho branco nas mãos, com um nariz rosado e orelhas pontudas, olhando assustado para Gabriel. Ela chegou perto do neto, abraçou-o, e fez com que se acalmasse.
Ele olhou para a vovó, abraçou o coelhinho e disse que esta era a Páscoa mais maravilhosa da vida dele e nunca mais ele deixaria de comemorar este dia tão lindo.
A avó ficou muito satisfeita e agradeceu ao Papai do Céu a oportunidade de fazer seu netinho feliz, com aquele lindo coelho de Páscoa.


PS.: Foi escrita para o Gabriel, em 2001.

Saudades da minha mãe!!



Hoje, senti uma saudade imensa da minha mãe. Sabe aquela coisa de querer colo, de querer sentir o cheiro, ouvir a voz, sentir a presença? Pois, é.....hoje, bateu a saudade. Às vezes, fico olhando as pessoas na rua e, fico imaginando onde estarei daqui a alguns anos e, lembro que, há alguns pares de anos atrás, não me via sozinha, sem minha mãe ao meu lado, me chamando a atenção, me fazendo olhar para frente, levantando meu astral; me mostrando sempre que, por mais humilde que fossemos, o importante éramos ser limpos, justos e honestos e, principalmente, viver a vida com bom humor e muita fé. Em alguns momentos, me pego lembrando de momentos especiais e, claro, de outros que, mesmo dolorosos, marcaram muito, mas, me fizeram mais forte. Até nisso, ela foi especial, pois partiu e me deixou mais forte, mais madura, sabendo segurar algumas barras sem me desmanchar em lágrimas ou permitir que o pavor de apoderasse de mim. Minha mãe foi uma mulher inigualável – ao menos, para mim. Desde pequena trabalhou para ajudar a família, primeiro, em casa de família, “limpando bunda de criança”, como costumava dizer; depois, em fábricas e, por último, em um órgão do Estado – claro, que esse foi o melhor de todos...rsrsrsrs. Engravidou aos 17 anos, em uma época em que embarrigar nessa idade era quase como cometer um crime contra a honra da família, mas, por mais incrível que pareça, meus avós a apoiaram em tudo e, minha avó era osso duro de roer, hein...não era fácil lidar com ela (mas, era minha segunda mãe e, eu a amava muito). Só que meu pai, de livre e espontânea obrigatoriedade imposta pelo pai dele, casou. E, após 5 meses tendo uma mãe solteira, quando fechou os nove, minha mãe era devidamente uma senhora que seria uma “senhora esposa e mãe” e, futuramente, mãe de 03 meninas (uma veio a falecer logo após nascer). Passou muitos percalços junto com meu pai e durante 42 anos, foram companheiros, parceiros, cúmplices e formaram uma família que aprendeu a vencer suas batalhas na união e na harmonia, sempre com muito amor e respeito mútuos. Quando ficou doente e, passou a ter muitos outros problemas, nunca reclamou, sempre viveu cada dia do jeito que dava, sem deixar de perder a fé que possuía e, sinceramente, nunca perdeu a alegria e, essa, era a principal motivação para todos a que a cercavam. Quando foi embora, deixou um vazio imenso, uma dor que parecia nunca ter fim. A tristeza que se abateu sobre todos os que conviviam com ela era indescritível. Mas, o tempo foi passando, essa mesma dor foi diminuindo e, aos poucos, fomos aprendendo a viver sem essa presença que nos era tão importante e iluminada. A saudade será eterna, claro, pois, uma pessoa que viveu como ela: alegre, feliz, amiga, companheira e uma mãe maravilhosa, nunca será esquecida. E, hoje, num momento de carência materna, a saudade bateu forte. Senti saudades de voltar para casa e receber seu abraço; sentar no sofá assistindo tv, enquanto ela fazia crochê, tomando um chazinho com biscoitos e, sem prestar muita atenção no que passava no canal, ficar papeando sobre o dia que passou; saudades de quando entrava no meu quarto, quando já estava entrando na sonolência total, com a tv ligada e um livro caído por cima e, cuidadosamente, tirava meus óculos, guardava o livro e desligava a tv e, juro, saudade de quando chegava na porta do quarto, às 10 horas de uma manhã de sábado e, sem cerimônia, gritava “como é que é, Carla, não vai levantar hoje? Vamos lá, vamos lá....já é quase meio-dia!”. É, saudade é uma coisa estranha, pois, em certos momentos ela nos deixa sem chão, sem objetivos; mas, em outros, como esse que se abateu sobre mim, hoje, nos faz ver que as coisas acontecem quando têm que acontecer, para que possamos testar nossa fé e, principalmente, aprender a conviver com ausências amadas que, em um momento futuro (na minha concepção, claro), farão parte, novamente, de nossa vida e, aí, sim, esse reencontro será eterno.Muita luz no caminho dela. Sempre!!!




domingo, 1 de agosto de 2010

A Pancada

Era uma vez, um pequeno pássaro que vivia voando para todo lugar, pois não gostava de ficar parado e, por isso, nem amigos fazia.
Seu nome era Leveza – não pesava nada e, se bobeasse, até o vento lhe carregava para longe.
Leveza gostava dessa vida livre, sem compromissos, só indo pra lá e pra cá, sem falar nada para ninguém: era sozinho, não tinha família.
Um dia, em uma tarde de muito frio e pouco vento, Leveza resolveu sair para procurar alimentos, pois sua despensa já estava quase vazia. Como ainda não era inverno, ele não viu nenhum problema em sair voando por aquela floresta. E se lá foi ele.
Depois de algum tempo voando, começou a sentir uma brisa mais forte, que o empurrava com força para frente; mas, não se importou, logo passaria e ele voltaria para casa. Mas, o a brisa virou um vento forte, mais forte e Leveza começou a ficar com medo; de repente, foi empurrado com tanta força que, sem conseguir evitar, acabou batendo em uma árvore e desmaiou.
Quando acordou, viu que estava em um lugar bem quentinho, com gente falando a sua volta. Foi virando a cabecinha dolorida para tentar ver onde estava, mas não reconheceu o lugar; fechou os olhos e adormeceu.
No dia seguinte, acordou sentindo-se bem melhor. Quando ia levantar, alguém entrou: era uma linda passarinha, com belos olhos verdes, cabelo amarelinho, penas deslumbrantes e cheirosas, com um bonito e limpo avental. Trazia um prato com algo fumegante e com um aroma de dar água na boca.
Ela olhou-o e perguntou como se sentia; ele respondeu que estava melhor e que depois da pancada do dia anterior, não se arriscaria mais a sair sem antes prestar atenção nos ventos. A passarinha disse se chamar “Pluma” e, que ele já estava ali há 05 dias.
Leveza tomou um susto: 5 dias? - Uau, quanto tempo, pensou ele! Pluma falou para não se preocupar, logo ficaria mais forte e poderia voar de volta para sua família e amigos, que deveriam estar preocupados com a ausência dele.
Ele prestou um pouco mais de atenção naquela bela passarinha e, pela primeira vez, sentiu o coração bater mais forte. Disse que não tinha ninguém, que morava só e como estava sempre voando, não tinha amigos.
Pluma, que também havia se interessado por ele, convidou-o, então, para ficar morando ali, junto com sua família e seus amigos. Ele pensou, pensou e resolveu aceitar, pois estava cansado de ser sozinho e, porque queria ficar perto daquela linda passarinha.
O tempo foi passando; Leveza se recuperou completamente e estava cada vez mais encantado por Pluma, assim como ela por ele. Todos gostavam de Leveza e gostariam que ele ficasse com Pluma.
De tanto desejarem, ele acabou tomando coragem e pedindo a mão da meiga e tímida Pluma. Foi uma festança só o dia do casamento, todos felizes, brindando a alegria dos noivos que, até hoje, vivem muito felizes.

A Ovelhinha Tristonha



Num lugar bem distante da cidade, existia uma fazenda chamada “Alegria”. Lá havia muitos animais: porcos, cavalos, vacas, touros, galinhas, cães, gatos, pintos e uma linda e solitária ovelhinha.
A pobre ovelhinha sentia-se muito só, pois todos os outros animais tinham o papai, a mamãe ou, apenas um irmãozinho; mas, todos tinham alguém.
Todos a chamavam para brincar, tentando animá-la; mas, ela sempre preferia ficar no seu cantinho, sozinha.
Um dia, próximo a cerca da fazenda, apareceu um animal diferente, que ela nunca havia visto antes. Ele, vendo sua curiosidade, chamou-a. Lá foi a ovelhinha, toda simpática e faceira. Quando se aproximou da cerca, o estranho logo puxou-a e a colocou dentro de um enorme saco.
A coitadinha, com a surpresa, começou a gritar por socorro, mas era hora do almoço e todos os animais estavam se deliciando com sua comida. Ninguém a ouviria.
Não? Espere! O cachorro, guardião da casa, viu todo o movimento e reconheceu o lobo. Sem que ele percebesse, foi chamando os outros animais; e, um por um, foram cercando o lobo que, distraído tentando amarrar bem o saco com sua ovelha-almoço, nada percebeu.
Quando o lobo virou com o saco nas costas, levou um tremendo susto com aquele monte de bichos a sua volta. Soltou o saco e tentou fugir. Só tentou, pois o gatinho pulou nas suas costas, o porco deu-lhe uma focinhada nas canelas, as galinhas bicavam sua cabeça e pintinhos bicavam suas longas orelhas, o touro e vaca o cercavam e o cavalo, para completar o serviço, deu-lhe um dolorido coice no traseiro. Pobre lobo! Por essa, não esperava.
O melhor a fazer era esquecer ovelhas por muito tempo e, de tanto levar pancada, ficaria um bom tempo sem aparecer e sem sentar. Assim que deu, o lobo sai correndo, para nunca mais voltar.
A ovelhinha, já em segurança, agradeceu a todos e disse que, de agora em diante, seria parte dessa grande família e nunca mais sentiria falta de amigos ou irmãos, pois todos estavam ali, junto com ela.
O tempo passou e a ovelhinha nunca mais ficou sozinha, sendo para sempre uma ovelha alegre e feliz.

A Foquinha

A Foquinha Blue vivia no mar, rodeada de mariscos, estrelas-do-mar, peixes dourados, golfinhos e lindas sereias. Tudo era felicidade e alegria.
Um dia, saindo de sua bela casinha na praia, a Foquinha percebeu algo diferente – tudo parecia tão cinzento, tão mal-cheiroso. O que havia acontecido? Onde estavam seus amigos?
Blue correu para a beira da praia, tentando encontrar alguém pelo caminho. Na beira do mar, parou, muito assustada com o que via – o mar, que ontem era azul com muitas espumas brancas, estava repleto de manchas escuras, coberto de garrafas plásticas e com um cheiro insuportável.
A Foquinha foi até a casa de um pescador amigo seu. Bateu na porta e o pescador, abrindo, deu-lhe um triste sorriso e, com o olhar mais triste ainda, absorveu toda a imensidão do mar. Mesmo sem ter perguntado nada, o pescador explicou à Blue que um navio havia derramado óleo no mar, matando muito da vida marinha que havia ali; mas, alguns de seus amiguinhos haviam ido embora e ela deveria fazer o mesmo. Ele já estava indo, também.
Chorosa, Blue voltou para casa, arrumou suas coisas e saiu à procura de seus amigos e de um novo lar.
Quando chegou no outro lado da ilha, encontrou todos os seus amigos tentando recomeçar a vida naquele lugar lindo e intocado, ainda, pelo homem.
Mais tarde, sentaram-se todos na beira do mar, conversando e olhando além do horizonte, tentando fazer seus desejos virarem realidade.
Depois de muito tempo passado, a Foquinha Blue conta, ainda hoje, esta mesma estória para seus netos e para os netos do pescador, para que eles, quem sabe um dia, consigam pôr um pouco de amor à natureza no coração dos homens e tornar realidade seus sonhos e de seus amigos: o respeito da humanidade pelo espaço livre de poluição a que todo animal, e o próprio homem, têm direito.



PS.: Escrevi essa estória em 99 e, em 2010, poluir o mar e mexer com a natureza, ainda é uma das coisas que o homem não consegue evitar. Infelizmente!