quarta-feira, 29 de junho de 2011

Marte, Vênus, Plutão??


Tenho um colega que é bailarino e, assumidamente gay; acho um barato eles assumirem sua sexualidade, mesmo correndo o risco da desaprovação familiar ou da rejeição de algumas pessoas totalmente ignorantes à situação de cada um. Mas, outro dia, ele comentou em uma das redes das quais nós dois fazemos parte, o seguinte: “se os homens são de Marte, as mulheres de Vênus, de onde são os gays?”...Achei graça no questionamento inusitado dele e, cheguei a colocar os dedos no teclado para escrever “- de Plutão, ora bolas!!”, mas, como anda cheio de falso moralismo por essas redes afora, acabariam me acusando de homofobia, discriminação, um monte de baboseiras e todas sem um pingo de verdade, resolvi me calar. Mas, hoje, conversando com outros colegas, comentávamos que as pessoas estão começando a sair do armário, mesmo que tardiamente, pois alguns já têm filhos crescidos, uma estrutura familiar solidificada e, de repente, percebem que não são tão felizes quanto imaginavam, então, resolvem viver sua própria vida, buscar sua felicidade, mesmo que isso acarrete dor e raiva em pessoas próximas, ou, até mesmo, vergonha, em pessoas íntimas e mais próximas ainda. E, ainda dentro do assunto, surgiu a tão aclamada amizade feminina: onde uma vai a outra vai junto – um bom exemplo: banheiro feminino; barzinho, prova de vestido, provador de loja, ligações no meio da noite para desabafar, vingança conjunta contra qualquer idiota que incomode uma das duas; acabam virando unha e carne; o pingo do “i” da outra; o ping do pong, enfim, se completam. Mas, não se ouve ninguém dizer que a duas têm um caso, que uma das duas é “sapatão”; elas são apenas “muito” amigas, são cúmplices, são companheiras e, tudo está legal. Agora, vai isso acontecer entre dois homens...o que são? Os dois só podem ser gays. Imagina, homem entrar com o amigo no banheiro, ajudar ele a escolher roupa no provador, ligar para chorar as mágoas no meio da noite...nem pensar, isso é coisa de mulher com mulher. Para mim, no fundo, tudo isso é muita hipocrisia, porque as pessoas acabam julgando atitudes sem olhar para todo o conjunto da coisa; não existe mais essa de que isso é coisa de mulher e aquilo é coisa de homem. Cada um, dentro da sua maturidade e mente esclarecida, sabe de sua sexualidade e como usá-la, sem com isso, deixar de ser “homem” ou “mulher”, sem deixar de ser inteligente, sem deixar de ser uma pessoa que procura ser feliz ao lado de alguém que a complete e que mexa profundamente com seu lado romântico. Todos queremos isso, independente de nossa opção sexual. Acho que, quando tivermos consciência plena de que uma relação de amor não é exclusivamente para ser vivida por esse ou por aquele, mas, que deve ser experimentada por todos aqueles que realmente sabem o significado de amar e querer ser feliz, o mundo vai ficar mais aberto para todas as novas opções de liberdade de amar e ser amado e, permitir que as pessoas vivam sua sexualidade de forma tranqüila e satisfatória. Não atiremos pedra naquilo que não entendemos, busquemos, simplesmente, descobrir as diferenças e tentar decifrá-las.




terça-feira, 28 de junho de 2011

Calor na Lotação

Ontem estava muito frio e, com o vento que batia, a sensação era de menos 500 graus...um horror...Mas, hoje, o dia começou com um solzinho muito agradável e aconchegante, daqueles de fazer a gente grudar a bunda no banco mais próximo, com um saco de bergamotas e, aquecer nossos corpos e arrepiar as gengivas com aquele gostinho da fruta escorrendo bucho a dentro....tô inspirada, né???rsrsrsrsr... Ontem, não ouvi o celular despertar – até porque, ainda não domei o bicho: ele desperta, dou um tapa e...foi...não toca de novo; mas, descubro como fazer aquela coisa ficar tocando a cada 10 minutos, isso eu prometo. Claro que, depois do toque fatídico e do tapa certeiro, acordei às 07h07min....07h07min, dá pra acreditar?? E, hoje, novamente, aconteceu tudo de novo: desperta, estapeia, dorme e acorda atrasada, às 07h07min....será alguma coisa cabalística? Será um aviso para algo no dia 07/7? Ou tenho que jogar esses números para ganhar uma graninha? Ou, alguma coisa acontecerá às 07h07min, do dia 07/7?? Nossa, tantos 07 me nocautearam os neurônios; o melhor a fazer, é tentar ficar acordada no primeiro toque do celular, às 06horas. Com todo esse frio, mesmo querendo ficar na cama até mais tarde, esquecer que existe um local de trabalho com trabalho a ser feito, não querer colocar o nariz para fora de casa, precisei levantar e sair toda cheia de roupa...na verdade, é um exagero, pois, não uso roupas de lã, apenas casacos grossos, mantas, luvas, meias grossas, botas e chapéus. E, todo esse aparato, na hora de entrar na lotação e achar um lugar para sentar, fica sempre um pouco mais incômodo: as luvas não deixam segurar direito nos corrimões, a manta sempre atrapalha na hora de mexer na bolsa e, alguém sempre senta em cima de uma pontinha do casaco da gente. Sem falar que, quem senta no bancão do fundo - no ônibus, geralmente, conhecido como “cozinha”, fica muito mal acomodado, porque sou eu e mais 04 apertados lá atrás, igualmente mumificados de tanta roupa e, os mais folgados, mesmo sem muito espaço, sempre querem ficar bem instalados, não importando que o vizinho ao lado esteja quase que com a cara espremida no vidro (isso, quando se está sentado no banco ao lado da janela). Mas, à vezes, dá vontade de grudar no vizinho do lado e pedir para ele não levantar e, hoje, foi o que aconteceu: sentei lá atrás e sentou um rapaz do meu lado, grande e forte, cheio de roupa, o lado direito dele grudado no meu lado esquerdo; no começo, me irritei um pouco porque fiquei apertada no cantinho e ele parecia estar se sentindo muito bem quase montado na minha anca, mas, aos poucos, fui relaxando e comecei a me sentir aquecida no lado esquerdo, fazendo eu esquecer que estava frio lá fora e, a viagem prosseguiu tranqüila, até chegar ao nosso destino final. Quando percebi que ia levantar, quase grudei no braço dele e pedi para ficar ali, não sair, não levar com ele aquele calor gostoso, que me levava a imaginar estar sentada à frente de um fogão à lenha, enorme e aconchegante, que me aquecia o corpo todo e deixava o rosto em chamas. Quero deixar claro que, em nenhum momento, esta aproximação teve conotação sexual, pois, sinceramente, nem reparei muito no rosto dele, apenas me deixei levar pelo calorzinho que emanava daquele casaco grosso e que parecia querer me envolver, engolindo toda minha vontade de sair do lugar e vir ao trabalho. Na verdade, acho que o frio confunde nossos pensamentos, embaralha tudo e acaba congelando os mais sensatos, fazendo com que os totalmente sem nexo se acumulem e quase transbordem de tanta imbecilidade ou, quem sabe, carência. 

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Redescobrindo o fone de ouvido


Redescobri o fone de ouvido. Nossa, como é bom colocar o fone e esquecer quem nos rodeia, o que nos preocupa e o que passa por nós. Entrar no Ônibus, lotação ou táxi, com um som nos envolvendo é muito bom para começar ou terminar o dia, sem estress. Primeiro, o prazer que nos dá ouvir aquela música que gostamos, que nos faz querer sair dançando pelo corredor afora ou, no caso do táxi, ficar somente balançando a cabeça,  é algo que não tem preço (não como o Mastercard, porque esse “tem” preço e, acreditem, é altíssimo). É divertido ver as pessoas se remexendo no ritmo da música, a cabeça pendendo para as lados ou, aqueles risinhos contidos quando ouvem algo engraçado, sem se dar conta de onde estão e que estão sendo observados. E, claro que, redescobrindo o fone de ouvido, entrei na onda; hoje pela manhã, me peguei sacudindo a cabeça e me envolvendo a ponto de quase sair cantando junto com a Lady Gaga e, ainda ficar fazendo piruetas no corredor da lotação, convidando as pessoas para me acompanhar na evolução da dança. Imagina a cena...seria muito engraçado, se não fosse me causar um grande constrangimento e a mudança radical do meio de transporte para ir ao trabalho todos os dias. Até porque, pela manhã, as pessoas não estão com muita disposição para ouvir uma música legal, dançante e que tire do pensamento o primeiro problema a resolver quando chegar no local de trabalho. Mas, eu me sentindo bem com meu radinho, o resto não importa, desde que não atrapalhe essas pessoas, ok? Outro dia, o fone saiu do celular e a música, que estava alta, ficou mais alta ainda, porque me bateu o pânico e eu não consegui baixar o som, parar a música e nem desligar a porquera do celular – quase joguei no chão e pisei em cima, matando a cantora e assassinando a canção. Solução: engatei correndo o fone, novamente, depois de conseguir desvencilhar ele dos meus cabelos e orelhas e, fiquei fria; desci da lotação e, só fui conseguir desligar a música depois de respirar fundo e deixar a “luz” entrar no meu cérebro. Meu celular é novo, um modelo que só pode ser manuseado por crianças a partir dos 07 anos ....rsrsrsrssr, então, estou totalmente analfabeta em relação a ele; já li o manual, mas, não consigo aplicar nada – na verdade, falta paciência para ler, gosto de ir direto ao ponto que me interessa (aliás, como em tudo em minha vida), então, claro que vou pagar mais alguns micos, mas, tudo vale a pena se for para domar o bicho e para continuar a me sentir conectada ao mundo cada vez mais moderno e cheio de armadilhas para quem já passou dos 40.   

terça-feira, 21 de junho de 2011

Coisas para fazer antes que o mundo acabe...

Estava lendo um artigo e algumas pessoas falavam em suas listas de desejos para fazer antes dos 25, 30, 50 ou antes de morrer. Achei engraçado alguns desejos, outros realizáveis e, a maioria, quase que impossível de se concretizar; resolvi, então, ver como seria uma lista minha, tendo como objetivo realizá-la antes de acabar o mundo. Aceito sugestões...

01- Ir a um Cassino
02- Pintar o cabelo de loiro
03- Falar Baleiês com o chefe
04- Sair de destaque em uma escola de samba
05- Nadar nua
06- Colocar a bunda para fora num carro em movimento
07- Passar Natal e Ano Novo em NY
08- Cantar num Karaokê
09- Entrar em um banheiro masculino
10- Fazer xixi de pé
11- Ligar de madrugada para o chefe e passar um trote
12- Ter mais um cachorro
13- Transar em um local público
14- Lançar um livro
15- Autografar o livro na Feira do Livro
16- Passa uma semana em um convento (para ver se controlo a ansiedade)
17- Ir a um show de strippers
18- Entrar no Gruta Azul (e sair, de preferência)
19- Andar de Kart
20- Jogar uma partida de tênis
21- Tirar fotos naquelas cabines fotográficas automáticas
22- Fazer um Book sensual
23- Passar férias em Trancoso, Porto Seguro, Bonito e Minas Gerais
24- Visitar SP e curtir as noites de shows, musicais, filmes e restaurantes
25- Fazer mais uma tatuagem
26- Ir a um baile da terceira idade, de mini-saia
27- Comprar um NoteBook e domá-lo totalmente
28- Fazer uma depilação com cera quente
29- Ver 04 filmes diferentes no cinema, num mesmo dia
30- Aprender italiano
31- Conhecer Itália, Portugal e Espanha
32- Comprar um Christian Louboutin
33- Usar um vestido tomara que caia, vermelho e curto
34- Aprender libras
35- Perder o medo de usar a panela de pressão
36- Aprender a fazer churrasco
37- Visitar um pub inglês
38- Ver a troca de guarda da Rainha
39- Ganhar na Loteria
40- Me aposentar (com muita saúde, espero)
41- Fazer polledance (é assim?)

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Retornando ao Blog...

Me  ausentei do meu próprio blog....pode isso? Ando correndo tanto que, no atual momento, minha companheira mais constante é a cama e não a escrita.  Hoje, depois de vários dias cansativos, atribulados e estafantes, consegui sentar para escrever; mas, sinceramente, não é para fofocar, é mais para desabafar mesmo....Ando me sentindo meio excluída, meio de lado; parece que todos têm seus grupos, suas pessoas mais chegadas, seu ombro amigo para chorar e, eu, pareço ser a pessoa que consigo resolver meus próprios problemas, minhas próprias necessidades. As coisas não andam legais no trabalho: há uma falta de perspectivas; o “produto final” para todo o trabalho que colocam em nossas mãos parece que não vai aparecer; o que eu vejo, são pessoas que não se preocupam com o potencial de mão-de-obra que tem à disposição, mas, apenas pessoas que querem seus desejos atendidos, como se fossem crianças mimadas que, batendo os pés serão pronta e rapidamente satisfeitas. Qual o meu papel nisso tudo? Atender pedidos idiotas de mudança de ramais, de confecção de chaves, carimbos, etc...? No que tudo isso vai contribuir para o desenvolvimento do País, Estado, da minha Cidade? Outro dia me apresentaram um possível-futuro candidato e pediram meu voto...o que disse foi que não voto mais, meus votos futuros serão nulos; chega de enganação; de votar e dar emprego para incompetentes ou cabeças de vento; chega de pensar que o próximo governo vai fazer tudo diferente, mais transparente....isso não existe. Será que serei usada e descartada? Isso passa pela minha cabeça, pois, a cada dia uma nova “carinha” aparece e, corre daqui para arrumar mesa e cadeira, corre de lá para arrumar telefone...fica difícil ficar light em um ambiente onde a maioria desconfia da própria sombra. E, ando sentindo falta de um carinho de mãe, de uma palavra que me faça esquecer os problemas, de um abraço que me diga que não estou sozinha; percebi que, na verdade, somos eu e meu pai e, cada um com sua vida, amigos e compromissos. Nunca fomos de ficar de papo, contar como foi o dia, o que preocupa um ou o outro; tinha isso com minha mãe e, hoje, faria qualquer coisa para que ela estivesse aqui e, com o olhar detectasse que estou me sentindo um caco e me perguntasse como foi o meu dia, como resolvi isso ou aquilo e, mesmo que não visse minhas lágrimas, as secaria com uma conversa simples e divertida, acompanhada de uma xícara de chá e biscoitinhos. Bem, minha mãe não está mais aqui, então, tenho que resolver meus medos de cabeça erguida, minhas dores com um sorriso no rosto e minhas ansiedades com bom humor e dignidade, esperando sempre encontrar no caminho pessoas que sejam sensíveis e consigam entender como me sinto, mesmo não preenchendo o vazio do meu coração.