terça-feira, 24 de agosto de 2010
Perdas...doloridas
O que vem depois da morte? Por que temos que passar por tantas perdas? E, sendo um pouco mais estúpida, ainda, no total desconhecimento das leis espíritas: o que viemos fazer aqui???? A cada vez que perdemos alguém a quem amamos, essas questões se fazem presentes – pelo menos, na minha mente. E, ao mesmo tempo em que faço tais questionamentos, sinto que as respostas estão dentro de nós mesmos, dentro da fé que cada um possui e cultiva. O motivo de passarmos por situações de perdas, deve ser para que possamos descobrir a força que existe dentro de nós quando somos chamados a “sofrer”, quando somos obrigados a enfrentar a partida de alguém que amamos demais e que foi parte importante em nossa vida. Temos que aprender a viver cada dia de maneira a preencher o vazio que essa pessoa deixou; temos que acostumarmos a nos virar sozinhos, sem ter aquela opinião ou conselho que sempre esteve ali presente, mesmo quando não pedíamos; temos que aprender a chegar em uma casa mais vazia – de amor, de aconchego e, mesmo assim, continuar fazendo dessa casa nosso porto seguro. Não sei o quem vem depois da morte, no sentido espiritual de tudo; mas, falando em sentimentos terrenos, depois da morte, vem a dor, o sofrimento por não ter estado presente nos últimos momentos de quem partiu; o arrependimento por não ter dito coisas que, depois do acontecido, vêm a nossa mente e enche nosso coração de angústia. Depois da morte, vêm as lágrimas que se sucederão por muitos meses e, talvez, anos, até; vêm as lembranças que, mesmo nos momentos de dor, preencherão um pedaço mínimo de nosso dolorido coração; vem a impotência, a dúvida, o medo, a solidão e, principalmente, por um breve espaço de tempo, a perda da fé e, uma enorme raiva do Ser superior que levou uma pessoa que fazia a diferença em nossa vida. Mas, como o tempo, realmente, cura tudo, quando conseguimos nos recuperar – semana que vem, mês que vem, daqui a 02 anos, sei lá, todas essas questões começam a ser entendidas e, com um pouco de boa vontade, aceitas. Começamos a perceber que, mesmo que tenham tirado um pedacinho de nós, o que ficou foi o mais absoluto amor; a maior certeza de que fizemos o nosso melhor; ficou o ensinamento da verdade, da família, da simplicidade e da fé. O tempo, com as perdas que por ele se espalham, nos faz ver que o que importa é o tempo que passamos juntos, são os momentos que ficam em nossa lembrança e, principalmente, a garra e a coragem que essa pessoa que partiu possuía e, mesmo que não saibamos onde, de alguma maneira, essa garra e coragem, foram passadas para nós e, no momento certo, elas surgirão e nos farão mais fortes, um pouco mais duros, mas, não menos sensíveis e, certamente, nos farão renascer das cinzas dessa dor que, no momento, insiste em machucar.
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