sábado, 7 de agosto de 2010

O Elefantinho Curioso


Em uma terra distante chamada Índia, havia um pequeno elefante, de nome “Trombudo”, que vivia com uma família de comerciantes de tapetes – o pai, a mãe e dois meninos pequenos, que adoravam o elefantinho. Os três estavam sempre brincando, sempre se divertindo juntos. Eram muito felizes e o elefantinho não conseguia imaginar viver em outro lugar que não ao lado daquela família, que era também, a família dele.
O dono da loja de tapetes, costumava dizer que possuía um tapete mágico guardado em um lugar seguro, nos fundos da loja e, no dia em que precisasse, venderia o tapete e obteria um bom dinheiro para ter uma velhice tranqüila ao lado de sua família.. O elefantinho sempre ouvia a mesma estória do tapete e já andava cansado daquele blá, blá, blá todos os dias; os meninos gostavam de ouvir várias vezes, pois tinham curiosidade em saber onde o pai guardava o tal tapete – o sonho deles era sair voando mundo afora.
Um dia, ele acordou e descobriu que o comerciante havia viajado para comprar mais mercadorias, deixando sua esposa e os dois filhos pequenos sozinhos. O elefantinho, de peito estufado, pensou: “Hoje, eu sou o homem da família. Preciso cuidar deles, não deixar ninguém se aproximar.”. E, o dia foi passando, tranquilamente.
Quando começou a anoitecer, o elefantinho foi para o local onde costumava dormir: uma garagem espaçosa e bem arejada, onde ele gostava de ficar observando o belo pomar que a dona da casa cultivava.
De repente, ele ouviu um barulho e, curioso, saiu para ver o que era. Surpresa! Dois homens tentavam pular a janela para entrar na casa. “E agora, o que faço?” Os homens entraram na casa e começaram a revirar tudo – a esposa do comerciante acordou com o barulho e eles resolveram amarrá-la, junto com os meninos e colocá-los no banheiro.
O elefantinho ficou louco da cara; precisava fazer algo. Ficou aguardando, quieto. Pela janela do banheiro, colocou sua tromba e pegou os dois meninos, tirando-os de lá, desamarrando-os e antes de colocá-los em um lugar seguro, fez um deles desamarrar a mãe. Depois dos três seguros, o elefantinho voltou para perto da casa e, viu os dois homens saindo com um enorme tapete, que estenderam no chão e sentaram em cima, falando várias palavras sem efeito nenhum. Tentaram, tentaram e resolveram deixar o tapete lá, resmungando entre eles - “Comerciante idiota, mentiroso. Este tapete não voa coisa nenhuma. Vamos embora”.
Quando eles chegaram perto do portão, o elefantinho correu até eles, ergueu sua tromba e gritou tão alto, tão alto, que os dois ficaram de cabelos em pé, olhos saltando da cara, e tremendo tanto que pareciam estar sendo sacudidos por alguém, tamanho o susto que levaram. Eles não conseguiam se mexer.
O elefantinho pegou os dois, enrolou-os em um tapete velho e levou-os até a porta da delegacia, deixando-os passar a noite lá; pela manhã, o delegado saberia o que fazer com eles.
No outro dia, o comerciante voltou e ficou sabendo o que havia acontecido. Preocupado, resolveu contar a família o segredo do tapete, pois se houvesse uma próxima vez, eles poderiam fugir no tapete mágico. A mãe e os filhos se olharam, como se não acreditassem e, o elefantinho, ficou ansioso para saber quais eram as tais palavras.
O comerciante disse: “Este tapete foi do meu tataravô, que era viajante e conhecia alguns índios que possuíam poções mágicas. Uma noite, numa grande festa, o feiticeiro da tribo resolveu presentear meu tataravô dando-lhe o tapete e enfeitiçá-lo, fazendo com que quando se pronunciasse as palavras certas, ele saíria voando. Meu tataravô ficou maravilhado e trouxe o tapete para a Índia, onde está até hoje”.
Os meninos estavam impacientes para saber o que dizer, o elefantinho também. A esposa pediu: “diga logo as palavras”. O comerciante levantou, estendeu o tapete no chão e mandou que todos sentassem, inclusive o elefantinho. Quando todos estavam acomodados, o homem falou: “Conte sempre até nove, mas espere ao dez chegar, quando a contagem acaba, o tapete começa a voar”.
De repente, eles sentiram que o tapete começava a se movimentar lentamente. Aos poucos, foi levantando, levantando e, quando o comerciante estalava os dedos, o tapete mudava de direção e velocidade. Eles estavam enlouquecidos, viam toda a cidade lá de cima: os parques, a floresta, a cidade inteira. Parecia que podiam tocar as nuvens.
Mas, o pai resolveu voltar, antes que alguém os visse e voltasse a querer roubar o tapete. Quando chegaram em casa, o pai disse que poderiam, sempre que quisessem usar o tapete, desde que a noite e tomando cuidado. Aceitaram e, sempre que podiam, davam uma fugida no tapete.
Desta maneira, alegre e despreocupada de uma infância repleta de imaginação, conheceram o mundo todo, sempre junto com seu fiel amigo elefantinho. Para eles, foi a melhor infância que alguém poderia ter e, para o elefantinho, foram os melhores amigos que alguém poderia desejar.
E todos foram muito felizes.



26/4/2001

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