No meio da floresta, existia um pequeno vilarejo. Mas, este não era apenas um lugar comum. Tudo era menor que o normal e até mais bonito.
As casas eram pequeninas, assim como seus habitantes. Nesse lugar, existia uma espécie de Rei e Rainha, que comandavam todo aquele povo lá do alto do seu castelo.
Era dia de festa. A pequenina filha do Rei, a Princesa Flor, iria casar com o Príncipe Saturno. Todos estavam felizes. A cerimônia já ia começar, aguardava-se apenas a noiva. Os minutos foram passando e viraram horas.
O Rei preocupado; o noivo aflito. De repente, o Rei chamou o Comandante da Guarda Real e mandou procurarem a Princesa. Algo havia acontecido.
A igreja entrou em pânico; todos cochichavam; uns queriam saber mais que os outros; muitos curiosos do lado de fora não sabiam o que acontecia lá dentro.
O Rei saiu à porta da igreja e disse que não haveria casamento – a Princesa Flor havia desaparecido.
Todos murmuraram um “OOOOOOh!!!!” abafado e triste, pois gostavam muito de seus Reis e da sua Princesa. Em meio a confusão, surgiu um homenzinho do povoado dizendo que vira pegadas entrando para o meio da mata e, encontrara a charrete da Princesa virada na estrada e o cavalo com o pescoço inchado pela mordida de algum bicho.
A Guarda Real se reuniu com o Príncipe para traçar planos. Todos temiam pela vida da Princesa, pois sabiam que um feroz animal rondava, há dias, o vilarejo onde viviam.
E, alguns já haviam, inclusive, visto o tal animal: um enorme tigre de listras pretas e presas gigantes. Com mais essa novidade, o desespero aumentou.
O Rei ordenou que o Príncipe e a Guarda partissem. E, assim foi. Por 5 dias e 4 noites eles não descansaram e, sabiam estar próximos do local onde estaria a Princesa.
No final do quinto dia de buscas, eles ouviram risadas, barulho de água sendo jogada para todos os lados. Caminharam silenciosamente, seguindo o som daquele melodioso riso.
Quando chegaram à margem do rio, viram a Princesa dentro da água e, perto dela, o temido tigre. Ficaram em posição de ataque e o tigre, sentindo o perigo, deu um enorme rugido que o ar de seu bafo quase derrubou a todos.
A Princesa, assustada, ordenou que o tigre ficasse calmo e que os guardas, juntamente com o Príncipe, ficassem onde estavam.
Depois, com tudo mais calmo, ela explicou que, quando ia para a igreja, o cavalo que conduzia sua charrete fora picado por uma abelha e, com o susto acabou correndo sem direção certa. Ela perdeu o equilíbrio, caiu e ficou desacordada por um longo tempo.
Quando acordou, sentiu algo molhado em seu rosto a fazer-lhe cócegas. Viu que aquele tigre que, na verdade, não passava de um filhote dócil e brincalhão, a havia levado até a margem do rio.
Como ela raramente saía do castelo, não conhecia aquele lugar e não soube como voltar. Ficou aguardando que alguém a encontrasse e, nesse meio tempo, fez amizade com aquele belo animal.
Os guardas voltaram para o vilarejo, levando a Princesa e o Príncipe montados no tigre. Quando chegaram, o susto foi grande, todos queriam correr e esconder-se; mas, ela explicou que não precisavam ter medo e, calmamente, contou aos pais o que havia acontecido.
O casamento ficou para o dia seguinte. E lá vinha a noiva, linda, montada no maravilhoso tigre listrado que ela, carinhosamente, chamou de Companheiro.
A cerimônia foi linda, com muita emoção; a festa foi excepcional, com muita música e comida para todos. Tudo saiu perfeito.
A Princesa casou com seu Príncipe; o Tigre Companheiro virou guardião real do vilarejo e todos foram felizes para sempre.
PS.:18/10/1999
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