Ontem
fui a uma palestra espírita e, a pessoa que palestrou, tinha uma energia e uma
positividade tão boas que envolveu a todos, de tal maneira, que ninguém sentiu
a hora passar. Percebi que o espiritismo não é formado somente por pessoas
sérias, que falam pausadamente e nos passam mensagens de fé e esperança – isso o
palestrante também fez, claro, mas, de uma maneira solta, leve e engraçada. O tema
foi interessante, porque ele conseguiu fazer um parâmetro entre nossos monstros
reais e a animação Monstros S.A. – onde a cidade dos monstros existe porque é
mantida pelo grito de susto das crianças, que têm na porta de seus roupeiros
uma ligação direta com a cidade assustadora. Na verdade, seriam os tão falados
e conhecidos “bichos-papães” (espero ter escrito de maneira correta), que
parecem estar sempre à espreita, esperando o momento certo para pular a nossa
frente e nos fazer tremer de medo. Sou totalmente leiga, mas, acho que o
espiritismo é uma forma de aplacar nossas dores, perdas e dúvidas; as leituras
nos fazem sentir que ainda existe esperança e ninguém está aqui por acaso; tudo
tem um sentido, um objetivo. Nossos “monstros”, segundo ele, ficam no nosso
perispírito**, como se fossem um carimbo de tudo o que fizemos e levaremos isso em
todas as nossas reencarnações – foi assim que entendi. No meu simplório conhecimento,
esses monstros ficam guardados em algum lugar do nosso cérebro que, imagino
fantasiosamente, seja feito de muitas caixinhas organizadas em ordem alfabética
e coloridas conforme o tema e, claro, esses tais monstros devem ficar na
caixinha com a letra M, de cor vermelha e escrita em Arial 12 (rsrsrsrsrsrsrs).
Mas, se temos esse conhecimento de que esses monstros existem, devemos tentar descobrir,
entender e resolver alguns, aqueles que mais incomodam ou nos prejudicam, para
numa próxima encarnação voltarmos mais leves e com menos pesares. Estou
adorando participar desses encontros, me sinto mais fortalecida, menos ansiosa
e começando a redescobrir minha esperança, minha fé. Sei que é preciso muito
mais que palestras para que nosso mundo melhore, mas, se nossa oração se
fortalece e encontra mais e mais pessoas dispostas a unir as forças do coração
para irradiar uma energia melhor, certamente, aos poucos, o dia-a-dia pode
ficar fácil de ser vivido e a compreensão do outro pode ser maior. Deus está em
todos os lugares porque nossa fé nos faz pensar assim, mas, nunca o vimos,
nunca encontramos com Ele, então, o amor também não é visto, não é “tocável”,
porque não praticá-lo todos os dias, sem duvidar de sua força? Uma ótima
leitura e espero não ter escrito nenhuma bobagem. Apenas segui meu coração.
**(Perispírito é o nome dado por Allan Kardec ao elo de
ligação entre o Espírito e o corpo físico. Quando o Espírito está desencarnado,
é o perispírito que lhe serve como meio de manifestação. É o que o Apóstolo Paulo
chamava de corpo espiritual -I Coríntios,XV,44