Fui assistir ao filme brasileiro “O Palhaço”, SOZINHA....achei o máximo, mesmo querendo discutir algo do filme com outra pessoa e não ter ninguém para te dar ouvidos; bem, achei o filme meio cansativo no começo, parado, sem nada de ação. Só que, depois que assisti todo o filme – não saí na metade, primeiro porque acho falta de educação; segundo, porque ganhei o ingresso do meu tio e, na hora de trocá-lo na bilheteria, em comemoração aos 20 anos do GNC, ganhei um pacotão de pipoca e uma lata de refrigerante e terceiro, porque sou insistente, sempre acho que, em algum momento, alguma coisa boa vai surgir... Então, quando saí do cinema, fiquei pensando no filme, no que o autor quis passar para quem fosse assistir e, para variar, analisei um pouquinho para tentar fazer valer a pena minha solitária investida em uma sala de cinema. Tudo se passa em torno da vida circense de uma pequena família, onde o palhaço – personagem central do circo e da trama, parece perdido em um mundo onde os outros riem e, parta ele, nada tem mais graça. O calor insuportável das cidades pequenas por onde a trupe passava, fez com que o objeto de desejo daquele palhaço fosse um simples ventilador, algo para refrescar as idéias e os momentos relaxantes naquilo que eles poderiam considerar o mais próximo do lar: as lonas do circo estendidas, em qualquer cidadezinha remota. Outro ponto que me chamou a atenção, foi a vontade do personagem em querer mudar, buscar outro rumo e, precisou sair dali para perceber que era ali exatamente o lugar dele, era a vida que ele conhecia e a única que tinha vivido, até então. Nessa curta separação de “sua família”, conquistou sua identidade, comprou seu tão desejado ventilador e encontrou alguém para rir de suas palhaçadas, fazer seu sorriso ser correspondido e, perceber que cada um faz aquilo que sabe fazer: o gato toma leite, o rato come queijo e ele? Ele era o palhaço. Acho que, na verdade, o filme é isso: nos mostra que, mesmo descontentes com as coisas que acontecem contra nossa vontade, o lugar onde estamos ainda é o lugar certo para nós, é o lugar que conhecemos e onde podemos realmente ser quem somos e fazer aquilo que sabemos – viver cada momento tentando melhorar e aceitar nossas limitações, buscando sempre ser feliz, sem radicalizar na busca pelos sonhos.
PS.: Só para deixar claro, essa é a minha visão do filme.