segunda-feira, 28 de maio de 2012

A dor de viver

O final de semana poderia ter sido melhor, mais alegre, mais descontraído, mas, não foi. Andei me sentindo oprimida, com um aperto no peito, falta de ar, uma sensação de perda, um sentimento de saudade, enfim, um verdadeiro poço de falta de amor. Quando pessoas próximas a nós ficam debilitadas, nossa tendência é minimizar os estragos causados por uma doença que, aos poucos, vai minando a vontade de viver, vai tirando o pouco de saúde que ainda possa restar. E, ficamos analisando o porquê disso, o porquê  daquilo, sem chegar a lugar nenhum, mas, tentando com essas ponderações diminuir algum estrago que já foi causado. Acho que ficar doente não é simplesmente adquirir alguma moléstia, passar mal e a doença se estabelecer; acho que é mais que isso e, para mim, além dos sintomas  médicos da doença em si, tem todos os outros que não enxergamos, que mascaramos para não assumir que metade desse suposto mal é criado por nós mesmos. Parentes distantes geograficamente, filhos ausentes, relação desgastada, tudo ajuda a piorar ainda mais o quadro de alguém que pareceu nunca  precisar de ninguém, de alguém acostumado a ser servido, a ter uma vida onde o simples fato de existir já era uma grandeza. Quando as pessoas falam que tristeza mata, alguns torcem o nariz e dizem que isso é besteira; mas, tristeza corrói nossa alma, rebenta nosso coração, endurece nosso olhar e nos faz adoecer aos poucos, baixando nossas defesas e nos deixando a mercê de qualquer parasita, esperando ansioso para adentrar nosso corpo e acabar como nossa saúde já não tão saudável. Para tudo tem jeito nessa vida, para tudo se acha uma luz no final do túnel; mas, para um corpo doente, muitas vezes, não há solução, pois estamos metade nas mãos dos médicos e a outra metade em nossas próprias mãos e pensamentos. Mas, ainda nos resta a fé, a força na oração e isso ninguém pode tirar de nós, de nossa alma, por mais adoentada que esteja. E, na minha singela maneira de orar, peço que Deus sempre faça o melhor por quem está precisando de suas mãos sagradas, tirando a dor de viver a quem não vê mais sentido na vida. Amém!

sábado, 19 de maio de 2012

Momentos

Os “poéticos” adoram dizer que a vida é feita de momentos e, concordo com eles; realmente, temos vários momentos durante o dia que, num futuro espero não muito próximo, passarão a ser  apenas  lembranças e, quem sabe, o nosso passaporte para o céu ou o inferno....rsrsrsrs.  E, nosso primeiro momento,  podemos dizer que é bom por um lado, mas, ruim por outro: o lado bom é que abrindo os olhos, sabemos que ainda estamos vivos; o ruim, é que é o instante em que deixamos de sonhar e acordamos para a realidade. Depois vem o momento de  encarar o dia de trabalho, enfrentando trânsito maluco, superlotação no transporte coletivo, entrar num local de trabalho que já não agrada mais e nos faz sentir que é o lugar onde, apenas,  devemos cumprir nossas obrigações e rezar para o dia passar logo e poder voltar correndo para casa, sem remorso nenhum....O próximo momento, apesar de repetir os passos da manhã (trânsito maluco, transporte lotado, mas, graças a Deus, sem a parte do trabalho ...), é menos estressante porque estamos voltando para o aconchego do lar, para o nosso cantinho seguro e gostoso, onde soltamos a imaginação e podemos viver situações legais e momentos inesquecíveis. Esse momento,  é o de relaxar, preparar coisas, ajeitar a casa, fazer um lanche, assistir TV, navegar na web....mesmo que o desenrolar das coisas apareçam aqui como tarefas domésticas básicas e necessárias, quando em nosso lar são tarefas domésticas básicas, sim, mas, feitas no nosso tempo, no tempo que nos dispusermos a realizá-las. Esse é o melhor momento do dia, pois finaliza nossa andança diária e nos traz o melhor momento da noite, pois é o início de termos tempo para nós mesmos, para pensar ou não, para ler ou não, para ligar para alguém ou não; enfim, é o momento em que se quisermos deitar e ficar quietinhos no escuro, sem falar nada, ninguém vai nos perturbar ou questionar nossa atitude. Claro, se chegarmos em casa chutando o que tiver pelo caminho, xingando tudo e todos, aí sim, alguém terá que nos questionar se nos enfiarmos no escuro dentro do quarto,pois, pode ser o início de uma grande depressão, o planejamento de um assassinato ou o passo a passo do próprio suicídio. Apesar dos momentos variados, de coisas diversas acontecerem em nossa vida, esses momentos – por menores  que sejam, serão parte de nossa lembrança, farão parte do livro da vida (que alguns juram de pés juntos que temos) e, nessas humildes páginas, algumas coisas subentendidas entrelinhas, farão a diferença quando resolvermos abrir esse tal livro e procurar por momentos especiais. Bons momentos a todos....  

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Combinação Sapato e Meia

Ótimo dia para todos que visitarem meu blog. Bem, já sabem que adoro ficar observando tudo o que me cerca,  as pessoas que passam por mim e, claro, na minha cabeça ficam pipocando muitos comentários, muitas anotações mentais para depois colocar no papel. Na minha santa ignorância sobre moda - já peço desculpas se estiver errada, vi algo que me chamou a atenção hoje pela manhã: uma senhora na casa dos 50, 60 anos (posso estar errada na faixa etária, mas, pessoas muito claras, com a pele queimada excessivamente pela exposição ao sol, sempre parecem mais velhas do que realmente são), calçava um sapato chiquerésimo, todo tigresa, salto alto, de tirar o fôlego até mesmo de quem não se liga em sapatos e, completava o visual usando uma meia preta,  linda, toda desenhada, imitando uma renda fina e delicada. Fiquei olhando o conjunto e me peguei com uma dúvida: era para olhar o sapato ou a meia? E, com aquele senso crítico que toda mulher possui, percebi que um acabava abafando o efeito que o outro pretendia produzir a olhos femininos famintos, exigentes e invejosos. Quando a senhora levantou para desembarcar, vi que usava uma gabardine preta acima do joelho e, por baixo, um vestido com o desenho parecido com o do sapato, porém com estampa maior. Realmente, a roupa estava legal, sem agredir nossa visão com um visual perua ou algo assim: o visual estava bem comportado e estruturado; mas, eu não conseguia engolir o sapato com a meia. Desci da lotação e fui caminhando para o trabalho, com isso na minha cabeça: aquele sapato pedia  meia neutra, sem desenho, limpa de qualquer poluição visual; tinha que brilhar sozinho, fazendo com que nossas cabeças virassem e cravassem os olhos naquele troféu salpicado com manchas que imitavam um guepardo. Para mim, o sapato estava em evidência, e, quem o estivesse usando deveria ter  aquele andar que só um bom salto consegue e poucas mulheres desenvolvem:  sensual. Se fosse para evidenciar a meia, o sapato deveria ser outro, mais simples, menos “star” e nos deixando apenas com aquele olhar crítico, tipo: meia  bonita, deve ter saído cara, pena que logo rasga. A meia, geralmente, é um complemento; o acabamento é o sapato. Mesmo correndo o risco de ter falado besteira, continuo firme na minha opinião: não se pode usar duas coisas bonitas e sexies num mesmo quadrado – não sabemos para qual olhar primeiro e, acho eu, o visual pesa um pouco. Mas, sinceramente, fiquei babando pelo sapato.....