Havia um menino chamado Gabriel, que não gostava de Páscoa. Achava tudo sem graça e dizia não acreditar que coelhinhos traziam ovos de chocolate.
Na escola todos faziam preparativos para a Páscoa: faziam cestas, coloriam ovos, recortavam orelhinhas de papelão, pintavam o rosto. E, Gabriel quieto, sentado em um canto, sem se envolver com nada.
Quando chegou a Véspera da Páscoa, ele foi visitar sua avó, que morava no interior. A vovó, claro, fez uma festa para Gabriel: havia doces, bolo, bala; enfim, muitas coisas boas.
A noite, sentados em frente a lareira, Gabriel falou para a vovó que não sabia porque todo mundo falava em Coelhinho; para ele, tudo era um monte de besteira. A avó olhou para ele e disse que, acreditar ou não, dependia de cada um e, que a Páscoa não era apenas “ovos” e “coelhinho”; ela significava o renascimento, a nova vida.
Ele disse que quando era menor, havia ganho um coelho de seu pai. O bichinho era muito amado e bem cuidado; mas, em uma Páscoa, há muito tempo atrás, infelizmente, ele fugiu. Para Gabriel, foi uma tristeza só, pois, o bichinho era sua maior alegria. Desde então, ele não gostava mais de comemorar a Páscoa.
A vovó olhou para aquele rostinho sério e pensou em como poderia ajudar aquele menino a superar essa tristeza. E, a noite foi embora.
Quando o menino acordou, no dia seguinte, deu um grito tão alto que a vovó, que preparava o café, foi correndo ao quarto do neto para ver o que estava acontecendo.
Quando chegou lá, o menino estava aos pulos no meio do quarto, com um bichinho branco nas mãos, com um nariz rosado e orelhas pontudas, olhando assustado para Gabriel. Ela chegou perto do neto, abraçou-o, e fez com que se acalmasse.
Ele olhou para a vovó, abraçou o coelhinho e disse que esta era a Páscoa mais maravilhosa da vida dele e nunca mais ele deixaria de comemorar este dia tão lindo.
A avó ficou muito satisfeita e agradeceu ao Papai do Céu a oportunidade de fazer seu netinho feliz, com aquele lindo coelho de Páscoa.
PS.: Foi escrita para o Gabriel, em 2001.
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