terça-feira, 28 de setembro de 2010

Realidade X MSN




Vinha calmamente caminhando para o trabalho, num exercício gostoso de observar as coisas a minha volta, pensando no que escrever para o meu blog e, comecei a pensar na minha vida amorosa. Na verdade, nunca tive uma vida amorosa e nunca fui namoradeira. Sempre fui muito na minha, tímida, até e, o que vou colocar aqui, não me envergonha nenhum pouco, é tudo verdade, faz parte da minha história. Comecei a namorar tarde para os padrões da sociedade – com 25 anos e, digo com toda a certeza, comecei com o pé esquerdo. Mas, claro que na época eu achava tudo muito divino, muito bonito e, consegui viver nessa enganação por longos, longos, longos, 05 anos. Só que, quando o destino resolve que o teu caminho já está traçado e, nem com o teu livre arbítrio tu vai mudar isso, não adianta: é como o destino quer, as coisas entram nos eixos, tudo vai para os lugares certos. E, comigo, não foi diferente: não era aquela relação de 05 anos que comandaria meu, digamos, “destino amoroso”; quando esta relação estava abaixo da linha crítica de onde um relacionamento que nunca funcionou bem pode chegar, uma luz se abriu e, de repente, meu coração começou de verdade a palpitar. Descobri que um homem pode ser gentil, educado, um verdadeiro amante e, também, charmoso e sexy, daqueles que exalam “sexura” por todos os lados, até sem fazer nada ele consegue ser visto, desejado e, como a tia aqui não é de ferro, caiu como uma pata. Entrei com tudo, atolei até o último fio de cabelo em algo que eu achava que era especial e, depois de tanto comer “feijão com arroz”, enfiar a boca naquele pratão de “salmão” era a glória pura da culinária romântica. Só que, mesmo que todas as vias tenham dois lados, as minhas - por obra desse destino que quer me mostrar algo que ainda não descobri o que é, tem um lado só: o meu. Só eu me encanto, só eu me apaixono, só eu me entrego, só eu sofro, enfim, só eu sinto as tais borboletas na boca do estômago (o meu deve ter boca, nariz e olhos, porque me jogo com tudo). E, lá se foram mais uns bons pares de anos – não vou citar o quanto, porque a situação vai ficar mais caótica que a primeira e, sinceramente, vou me sentir meio idiota por ter deixado a coisa rolar por tanto tempo.  E, de repente, em meio a vários altos e baixos, me apresentaram o MSN, três letrinhas mágicas, que me levariam a conhecer muita gente, que me mostrariam que existiam outras pessoas interessantes e “conhecíveis”; mesmo que eu tenha resolvido que MSN significasse “Muito Sem Noção”, resolvi encarar o bicho e aprendi a usar a ferramenta. Gente, conheci cada figura: tinha aquele que dizia ter 1,80cm e quando conhecia, não tinha mais de 1,60cm (isso, sendo muito otimista,ok?); tinha o que dizia ter tido muitas relações e não sabia porque nenhuma havia dado certo, mas, quando no final do primeiro encontro, ele planejava teu próximo final de semana, na casa dele, ajudando a cuidar do cão dele, fazer comidinha caseira para ele, dava para entender sem problema nenhum porque estava sozinho. Havia o gostosão, alto, bonito, simpático, cheio de gás, mas, que não me inspirou nada...sabe o que é um cara desses não inspirar nada? E, descobri que, realmente, tem que ter química e, nós funcionávamos só no MSN, frente a frente, não rolava nada; tem o cara que, num primeiro olhar, não se dá nada por ele, mas, depois de um tempinho, já consegue imaginá-lo como um possível namorado e, depois de estar quase aceitando isso, descobre que ele quer ficar contigo, mas, na condição de “ficante” mesmo, sem compromisso....aí, não dá....tô fora.....Tem o estrangeiro, que mora lá do outro lado do oceano e relata que adoraria ter uma noite de amor maravilhosa contigo, cheio de detalhes picantes,  desde que a mãe dele nos surpreendesse.....isso é doença, não é?? Desse nem me despedi...bloqueei direto.... O outro estrangeiro, resolveu que tinha que controlar de quem eu ficava amiga, que tatuagem não é algo legal (tenho 02) e que eu teria que viver só para ele...me poupe.....tchau!!! Quando mulheres da minha idade estão há muito tempo sem alguém (mesmo que na clandestinidade), passamos a imagem de que somos exigentes, cheias de frescuras, que é impossível não ter achado um homem que satisfaça nossos desejos; mas, na verdade, não exigimos nada demais, queremos alguém que esteja pronto para nós, alguém que esteja disposto a estar ao nosso lado, mesmo que em casas separadas; queremos alguém que doe um pouco do seu tempo para o cinema a dois, para o café no meio da tarde, para um filminho no DVD, para assistir a um jogo de futebol tomando uma cervejinha e discutindo alguns lances (não fico só olhando pernas ou bumbum dos jogadores, ok?). Viu, se isso for ser exigente, então, não sei o que significa ser acessível ou estar pronta para o amor.  Foi ótimo escrever tudo isso, foi como uma terapia colocar para fora essas poucas coisas, mas, que, me deixaram mais leve e, ao reler, percebi que não tenho culpa de estar sozinha, o culpado são eles por não me querer ao seu lado.     

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Papo não tão "cabeça"...



Em um papo descontraído com amigas, o assunto era o clima carregado no trabalho, as dificuldades de levantar pela manhã e ter que ir para o local, encarar alguns tipos que nos fazem querer voltar correndo para dentro de casa, para a segurança de nosso lar; enfim, o blábláblá de sempre que, em um grupo de pessoas com pensamentos e personalidades diferentes, mas, divertidas, acaba virando uma grande piada. Uma delas disse que, mesmo estando a tão pouco no trabalho, já sentia essa pressão e a falta de vontade de levantar de manhã; a outra, comentou que já havia avisado a algumas pessoas que tinha uma listinha de nomes e que tinha largado em algum lugar, então, que cada um cuidasse da sua vida e deixassem ela em paz e, assim, o papo foi se desenrolando. Mas, como não pode deixar de ser, uma coisa leva a outra e assuntos acabam se misturando; esta última, comentou que estava estressada, que não queria mais trabalhar, que estava com a paciência por um fio, então, sabiamente, a aconselhamos a comprar um vibrador.....é,um vibrador, potente, de preferência com música, para que o estresse acabasse dançando e o prazer fosse muito mais musical do que sexual....claro, as gargalhadas correram soltas. Então, me fazendo de ofendida, resolvi que minha situação estava pior e resolvi soltar o verbo: tô sem grana, meu cachorro é manco, não me depilo há um ano, não transo há quase 03 e, se o Obama procurar pelo Bin Laden no Brasil, podem dizer que ele está morando dentro das minhas calçolas.....Pronto, falei...abri meu coração. Todas me olharam com cara de pena, mas, de repente, começamos a rir e, não acreditaram no que falei; só que, falei a verdade, não menti ou omiti nenhum detalhe. Estou colocando tudo aqui, porque sempre existe a crença de que ficar sem sexo por muito tempo, faz a mulherada subir pelas paredes – para mim, só o que sobe nas paredes são lagartixas, baratas, insetos; ou que, ficar sem sexo, faz a cara ficar amarrada, o mau humor ser nosso carro-chefe. Tudo mentira. O que me deixa de mau humor é falta de grana, engarrafamento, gente fedorenta do meu lado, calçada esburacada, gente com guarda-chuva aberto embaixo de marquises, lotação com excesso de gente, político aparecendo só em época de eleição, gente mal humorada de manhã cedo – como conseguem “acordar”de mal humor???, ter que votar na obrigação mesmo não acreditando em nenhum candidato e, muitas outras coisas que me irritam e, só mais uma que vou colocar aqui: cabelo branco. Isso me deixa doida. A sociedade resolveu que homem grisalho é charmoso, sexy, sensual e, mulher grisalha, é avó, beata ou, relaxada mesmo (acho que essa é primeira opção, na verdade). Pior é achar cabelo branco nas partes baixas. Aí, sim.....não dá para comentar, pois se parar para pensar, o jeito é entregar os pontos.       

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

O Feitiço

Em um bosque, havia uma linda casa onde vivia uma senhora chamada Esperança, muito boa para todos os que a conheciam e, muito gentil para quem passava por lá e precisava de uma noite de sono e uma suculenta refeição. Numa bela manhã de sol.....

- Bom dia! Tem alguém em casa? – perguntou um simpático velhinho, de barbas longas e brancas e olhos muito espertos, conhecido como Senhor Forks.

Sem resposta. Silêncio total. Ele entra na casa – pois a porta estava sempre aberta para receber quem ali chegasse – e vê alguém em frente à janela, fechando as cortinas, estranhando a casa tão sombria e triste. Pensando ser a dona da casa, aproxima-se e toma um susto: uma bruxa horrível sorri para ele e diz:

- Sim, tem gente, seu Panaca! E, um som estridente sai de sua garganta, uma risada capaz de ensurdecer que a ouvisse.

Senhor Forks, com tamanha surpresa, consegue sair correndo para pedir ajuda e encontra um empregado da Senhora Esperança, que cuida da horta, jardim e galinheiro e, que carinhosamente, é chamado de Zóio por ela – pois, ele tem olhos grandes demais para seu pequeno rosto - pega o homenzinho pelo braço e, enquanto se afastam, o velhinho consegue contar o que aconteceu. Depois de conversarem, decidem voltar à casa e, desta vez, o empregado entra silenciosamente. Mas, a bruxa está alerta:

- Procurando alguma coisa, xereta?? – E, toca no braço dele.

- Aaaahhh! Não encosta, sua melecona verde....Onde está a dona da casa? – O coitado tremia de pavor.

- Calma, meu chuchuzinho.....vamos tomar um chá e conversar, nos conhecer melhor, certo??

- Onde está a Senhora Esperança? – Agora, sua voz saiu com um pouco mais de coragem.

- Se não parar de perguntar, nunca mais verá a “sua” Esperança, entendeu?

Para tentar enganar a bruxa, ele finge que concorda com o que ela propõe.

- Tudo bem, entendi – Sentam e tomam chá.

Enquanto tomam chá, o velhinho está na cozinha, espiando, bem escondido, esperando uma oportunidade para procurar pela casa.

- Bem, depois deste chá gostoso, que tal uma volta no bosque?

- Para quê? É lá que está minha patroa?

- Patroa, patroa. Que droga! Só sabe falar naquela coisa branca, estúpida e horrorosa, que não serve para nada. – Diz a bruxa, furiosa.

- Por favor, diga o que fez com ela? Ela é uma boa pessoa, nunca fez mal à ninguém.

- Não me interessa! Não gosto de gente bondosa, de gente que vê tudo azul todos os dias, de pássaros que cantam, cachorros que latem; enfim, não gosto de coisas que fazem bem. Não gosto de gente como vocês. Gente como vocês, estragam minha floresta, matam minhas ervas, afugentam meus bichos peçonhentos.

Senhor Forks, indignado, não consegue segurar sua raiva e entra na sala, deixando a segurança de seu esconderijo e, grita para a bruxa:

- O que fez com ela?

A bruxa se refaz do susto e grita:

- Mas, o que é isso? Como ousam invadir minha casa? – Grita ela.

Com tamanha fúria, os dois se encolhem, assustados. A bruxa se aproxima, olha bem dentro dos olhos dos dois, pensa um pouco e diz:

- Muito bem. Vocês querem a tal senhora? Ok. Fechem os olhos e se concentrem. Zum, Zum, Zara, Zara. Quero ter uma outra cara! Pronto. Podem olhar.

Os dois abrem os olhos aos poucos e, quase desmaiam de susto com o que está a sua frente.

- Mas, mas...é a senhora mesmo? – dizem os dois ao mesmo tempo, como se tivessem ensaiado a pergunta.

- Não, estúpidos! É uma perereca perneta. Claro que sou eu.

Não muito convencidos, resolvem desafiar a mulher:

-  Então, só para ter certeza, qual o seu prato favorito? – diz Zóio, todo desconfiado.

- O quê? Estão duvidando de mim?

O velho responde, suavemente.

- Não, nada disso. Só queremos ter certeza de que é a Senhora mesmo.

- Hummmm.....ok...meu prato favorito é, deixa eu ver..hummmm...é...é...ah, já sei: pernas de aranha com rabo de lagartixa e língua de sapo com molho de suco de jacaré. Ah, ah, ah!!!!

- É a bruxa disfarçada – diz Senhor Forks.

- Bem, cansei de papo furado. Vou deitar um pouco e vocês dois sumam daqui, antes que eu resolva ser muito má e prender os dois comigo, também.

Sem esperar pelo final da frase, os dois saem em disparada e, se afastam rapidamente da casa. Sentam para respirar e Zóio, diz:

- O que ela quis dizer com “prender a gente também”?

- Não sei, mas, percebi que ela carrega uma pequena garrafa pendurada na cintura. O que será que tem lá dentro? – diz o velhinho.

- Vamos descobrir – diz um quase corajoso Zóio.

Então, depois de algum tempo,os dois retornam novamente à casa e, pé ante pé, vão direto ao quarto da Senhora. A bruxa roncava, resmungava e babava. O cheiro de ”pum” era insuportável. A garrafa amarrada na cintura, pendurada por uma corda e caindo para um lado da cama, estava quase encostando no chão. Zóio chegou bem perto, cortou a corda e correu com Senhor Forks para a cozinha.

Colocaram a garrafa na mesa e tiraram a tampa e, de dentro, começou a sair uma luz forte, uma fumaça colorida e um cheiro de flores e mel, que os leva flutuando até o quarto, novamente. Na cama, está a Senhora Esperança, assustada, deitada no lugar onde a bruxa havia estado antes.

- Que bom que a Senhora voltou! – diz Zóio, todo feliz.

- Tive um sonho horrível; eu era verde, muito velha e fedorenta. Espera aí, como assim, voltei? Voltei da onde?

- É uma longa estória.....depois contamos – diz o velho.

De repente, ouvem um grito vindo da cozinha e correm para ver o que é. Na mesa, a luz da garrafa começa a escurecer, sentem um cheiro ruim e ouvem uma risada nojenta da bruxa. Não. Não era riso, era choro. A bruxa chorava de raiva, enquanto era sugada para dentro da garrafa e dizia, furiosa:

- Vocês me pagam...eu voltarei....

O velho correu e colocou a tampa na garrafa, trancando a bruxa para sempre. E, a casa voltou a ficar iluminada, provando que quando existe amizade e pureza, tudo é mais simples e melhor.


PS.: Dei uma melhorada na estória, porque, quando a escrevi, em 1999, ela foi feita para 04 fantoches que havia comprado para minha sobrinha e, nos divertíamos encenando com se fosse uma peça de teatro. 

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Desânimo....Fora....

Meus dias de descanso estão chegando ao final e, sinceramente, estou completamente chateada.....não é pelo trabalho – que, por sinal, não tem nada de desagradável, mas, é o ambiente que anda carregado, cheio de energias pesadas, que acabam nos colocando para baixo. E, para ajudar, uma grande amiga perdeu a mãe....esse ano está sendo cruel em matéria de perdas e, o pior de tudo, é que são pessoas muito próximas, por quem nutria grande carinho. Só espero que minha amiga encontre coragem para enfrentar esse momento que, é óbvio, é um dos piores pelos quais temos que passar. Eu não ando legal. E, segundo minha prima,  essa falta de vontade de voltar ao local de trabalho, é porque, “psicologicamente”,  já estou aposentada....rsrsrsrsr...... Mas, em agosto de 2011 fecho 30 anos, só não terei  idade para me aposentar, então, depois do meu aniversário em abril de 2012, poderei  sair. Só que, como em dezembro de 2012 o mundo acabará – segunda as previsões maias – poderei curtir apenas alguns meses de “aposentada”, ou seja, do final de abril de 2012 a novembro de 2012, porque, em dezembro, será o mês de meditações, de expiar culpas e pecados realizados nesse mundo terreno, de visitar alguns parentes (que, provavelmente, sucumbirão também, mas, por possuir níveis diferentes de energia, não nos encontraremos do outro lado), de cometer algumas loucuras desejadas, mas, por falta de coragem, não realizadas. Vejamos: colocar a bunda para fora de um carro em movimento; tomar um “porrão” e sair semi-nua pela rua (nua inteira, do jeito que estou, seria uma afronta a saúde ambiental....acreditem....rsrsrsrsr); ficar mais de hora confessando pecados que não cometi só para ver a reação do padre e, claro, escolher uma igreja onde o padre seja um gato; invadir o vestiário do Grêmio e ver o que rola por lá; comer muito MacBacon, sentindo aquela gordureba entrando no meu organismo, sem culpa, sem medo do colesterol explodir na minha cara – afinal, a partir de em 21 de dezembro de 2012, isso deixará de ter importância. Fazer compras, muitas compras – no super, nas lojas, nas pets, farmácias....enfim, estourar o cartão, a conta bancária, jogar dinheiro no ralo, como se diz; dar uma de penetra em uma festa chique para sentir o gosto da “riqueza” e, outras coisas que, aos poucos vou lembrando e colocarei, possivelmente, em outro post (se eu lembrar, ok???). Mas, deixando a brincadeira de lado, quando as pessoas ao nosso redor começam a partir, parece que pedacinhos vão sendo retirados de nós; algo, aos poucos, vai se apagando e parece que as perdas nos rodeiam, espreitam nossos entes queridos, esperando só apontar o dedo para o próximo que nos deixará. Esse tipo de pensamento, esse tipo de receio,  claro, é normal; afinal, mesmo sabendo que a vida é isso, não nos acostumamos a dizer adeus, a ficar  longe de quem amamos, sabendo que essa pessoa só estará presente em nossos corações e em nossa lembrança. E, nos resta, apenas, conviver com essa saudade, tentando convencer a nós mesmos que fizemos tudo o que podíamos, tudo o que estava ao nosso alcance, quando essa pessoa estava fisicamente ao nosso lado e, orar para que encontre paz e luz no plano em que estiver . Quanto a estar chateada por ter que voltar ao trabalho, isso é normal, também....claro que, desta vez, a relutância em voltar está maior, mais encravada no meu pensamento, mas, tenho que reagir e, se encher a paciência, é só pedir férias, dar um “até daqui 30 dias” e deixar a vida seguir seu curso. Afinal, não sou bosta de qualquer bicho para me deixar pisotear pela apatia.....Para cima....Sempre!!!!!     

domingo, 5 de setembro de 2010

Faltando Inspiração...Sobrando Saudade


Ando sem inspiração prá nada. Estou de  férias, descansando, mas, totalmente, sem inspiração. No começo, até me preocupei; mas, depois, fiquei pensando: "deixa rolar, te atira num canto, abraça os joelhos, não fala, chora se quiser...mas, não deixa isso te colocar prá baixo e, se não quiser reagir, não reage.....fica fria". E, ontem, assistindo a um show hiper-super-tri-maravilhoso da Beyoncé, eu soltei tudo o que não sabia que ainda tinha preso no meu coração: quando ouvi "Hálo", me lembrei que fui ao show dessa diva em Floripa, junto com minha sobrinha e curtimos demais aquele momento que, até hoje, é meio surreal para mim; a música linda me fez  lembrar que minha mãe faria 66 anos no sábado mesmo (04/9), lembrei do último aniversário dela, com a família reunida, cantando parabéns e nos divertindo, como sempre e, claro, ela bem feliz, sem imaginarmos que seria nossa última comemoração juntas; lembrei de minha tia que faleceu em agosto e, acho que,só ontem, minha ficha caiu e, misturando tudo, acabei chorando e colocando um pouco daquela dor - que eu achei que já havia sido um pouco aplacada, para fora. Fiquei um pouco mais aliviada, mas não  menos triste ou saudosa. Sei que misturei um momento muito divertido com dois momentos muito doloridos para mim, mas, fiz  isso para que a música ilustrasse o que senti, como estava meu estado de espírito. Hoje é domingo. Foi um dia de sol, gostoso de ficar na rua, comendo bergamota e lagarteando. Graças a Deus - e as minhas férias, amanhã não preciso levantar cedo, posso ficar até mais tarde na cama. Bem, agora vou cuidar do meu cachorrinho, que está dodói e me deixando doida de preocupação.