quarta-feira, 30 de junho de 2010

Propaganda Enganosa

Sabe o que odeio? Propaganda enganosa.....mas, não no que se refere a valor ou qualidade do produto, mas, no que se refere aquela “promessa” que a propaganda nos traz. Propaganda de chicletes.....não tenho idéia de quanto gastei comprando as malditas gomas de mascar, esperando que na primeira respirada com aroma de hortelã perto de um gataço, ele virasse enlouquecido de desejo e me enchesse de beijos, como no comercial; claro que, nunca achei tal gato e, tive um gasto desnecessário; a boa notícia é que não crivei meus dentes de cáries.

Óleo de soja; sejam sinceras – quem não entrou no supermercado e, ansiosa, foi direto à prateleira dos óleos de soja, puxando com carinho aquela garrafinha de plástico que nos prometia um “coccinero” alto, elegante, bonito e que, cheio de charme nos envolvia pela cintura em uma rápida volta pelo corredor do supermercado, com uma dança envolvente e completamente oleosa. Sim...oleosa, pois, o sonho de surgir um espécime daqueles de trás de uma garrafa de óleo foi, literalmente, pra “banha”. Agora, só compro óleo que está em oferta.
Manequim de vitrine. Já perceberam que as manequins em vitrines sempre estão com o bumbum para cima – evidenciando um problema sério na coluna, pois aquele arco que forma não deve ser nada agradável em um ser de carne e osso e, com os mamilos apontando para o céu??? Já pensaram em comprar uma daquelas calças e tentar imaginar ficar com aquele corpaço? Eu, já; mesmo sabendo que seria pura ilusão, que meus mamilos só olharão para o céu, novamente, quando enfiar uns litros de silicone neles e que meu bumbum só se arrebitará se sobrar grana do silicone dos seios. Já viram manequim masculino com volume na cueca? Pois,é...nunca vi e, já pensei em questionar isso, pois, certamente se aquele monte de bumbum e seio durinho estão lá para chamar a atenção deles, gostaríamos de encher nossos olhos, também, pelo menos nas vitrines.....
Perfume. Tem um comercial que promete momentos calientes na praia, mesmo que rolando na areia, ficando quase um croquete e, ainda, assim, o casal permanece lindo, com uma aparência de quem recém saiu do banho. Vai lá comprar o perfume, te mete em Capão com teu namorado/marido e vê o resultado? Areia até dentro dos ouvidos, a roupa jogada na areia cheia de barro do mar imundo e, provavelmente, alguma parte do corpo sairá com um cocô de cachorro grudado.
Apesar de tudo que escrevi ser uma brincadeira, um monte de bobagem, são esses comerciais que nos fazem viver a diferença entre a nossa realidade e a realidade das empresas que vendem tais produtos. Temos consciência que o que é bom e o que serve para nós, pode ser exatamente o oposto para o outro. Para isso, existem tais comerciais.
Mas, sempre é bom imaginarmos que chegaremos no supermercado e objeto de desejo presente em um comercial, poderá estar lá, para que possamos usufruir dele. Com prazer. Sem consciência nenhuma. Apenas nos sentindo como a estrela principal, perfumada, poderosa e absoluta.

Eclipse...

Crepúsculo. Lua Nova. Eclipse. Vampiros. Lobisomens. Amor. Fantasia. Junte-se a tudo isso grandes efeitos visuais e adolescentes: mistura de sucesso na certa. Nasce uma estória de amor entre um vampiro e uma humana que, para incrementar mais a trama, entra na briga um lobisomem.
Sei que não estou na faixa dos fãs da saga Crepúsculo – aliás, já passei há muito tempo dessa fase, mas, essa loucura toda cativa, fascina e, por mais indiferente que se queira ficar, não dá: depois de ler o primeiro livro e ver o filme, não tem como escapar da mania; não tem como não se apaixonar pelo desenvolvimento da trama.
Em Crepúsculo, como era o começo de tudo, li o livro meio cética, achando que tudo não passava de exagero da minha sobrinha adolescente; mas, como sou apaixonada por livros, resolvi dar uma chance, tamanha a paixão que ela demonstrava pela trupe de vampiros. E, sinceramente, fui fisgada de jeito; sem piedade. Mas, o filme não me empolgou tanto, achei fraquinho, não senti cumplicidade entre os atores principais – até, porque, prefiro ler, criar o rosto dos personagens, imaginar os lugares onde vivem e como será o próximo passo que darão.
Depois, veio Lua Nova e, a essa altura, eu já havia devorado os 04 livros, com voracidade, com desejo adolescente de viver aquela paixão, aquele amor, de voltar a ter 17 anos e me apaixonar perigosa e ardentemente, sem medir as conseqüências, sem pensar no que poderá ser o amanhã e viver o agora, aquele momento em que tudo parece ser único na nossa vida e que não se repetirá jamais e, claro, por teimosia, já que Crepúsculo não tinha me empolgado. Lua Nova criou novas expectativas para os próximos passos de Bella e Edward e, acabou nos revelando a beleza de um jovem lobo, mais fisicamente “trabalhado” e completamente apaixonado, Jacob. As lutas entre as espécies diferentes causaram impacto e divisões, pois tem quem torce pelo vampiro e tem quem quer o lobo, ambos sempre causando o mesmo impacto de paixão e desejo em suas fãs veneradoras.
Mas, tirando o gelo de um e o calor do outro, chegou Eclipse e, sinceramente, veio melhor, com um pouco mais de ação e, com mais cumplicidade entre os personagens. Nesse, senti que Edward era o Edward, o vampiro que quer proteger sua amada e, Jacob, o lobo que não tem nada de bobo, chegou junto para lutar pelo amor de Bella. Adorei, novamente, a fotografia do filme, muito mais clara, mais viva; os personagens pareciam – finalmente, se completar, com muitas pitadas de amor declarado entre os casais da trama, pois, mesmo sendo vampiros e frios, amam uns aos outros, se protegem, se entregam. Havia intensidade. Havia muito mais sintonia entre os personagens principais. Saí mais fascinada ainda do cinema.
Podem falar que é pura bobagem, que não existe vampiro, lobisomem e, muito menos, seria possível uma relação de qualquer um dos dois com uma humana. Mas, não importa. O que importa é a mensagem que percebo: ainda é possível amar assim, e, com tanto adolescente seguindo a saga Crepúsculo, ainda pode haver esperança para que busquem o amor de forma pura e conseqüente, vivendo de forma sadia e sincera a relação, cuidando de si e do outro, sem banalizar o sentimento.
O filme entrou pela madrugada e, quando saí do cinema, como em Forks, uma neblina pairava sobre a cidade, esperando, apenas, um novo Amanhecer .

PS: ASSISTAM!!!!

sábado, 26 de junho de 2010

Belos do Futebol 2


Voltando à Copa...aliás, não tem como escapar disso e, claro, nem das belezuras que ela nos traz. Na minha singela segunda lista de belos jogadores, começo com ele: LUGANO - o nome me faz imaginar um daqueles jogos lúdicos que é necessário jogar várias e várias vezes, até ficarmos craques nos movimentos e, aliado ao jeito de olhar e ao sotaque uruguaio, acabamos viciadas, com certeza.  ANDERSEN, goleiro da Dinamarca - é tudo de bom; um sonho daqueles que, se acordarmos, ele ainda estará ali, como se fosse natural e, mesmo acordadas, continuaremos  em êxtase para que o sonho não acabe. Austrália igual a Crocodilo Dundee, canguru, bumerangue e, depois de 2010, LUCAS NEILL - zagueiro, olhar observador, cara de poucos amigos, mas, com um mínimo gesto, as mulheres transformam-se em bumerangues e só querem voltar voando para a bolsa-abraço do grande canguru que habita nele. Apesar das acirradas disputas com "los hermanos", a Argentina, amigavelmente, traz um atacante que encanta - HIGUAIN - na minha louca imaginação, esse nome me traz a figura de um bichinho peludo, fofo, com nariz arredondado e com jeitinho de pura carência....mas, nada disso. Só de olhar para ele, as carentes somos nós, pobres mortais, que caem aos seus pés, derretendo-se de prazer. Fado, pastel de Santa Clara, vinho do Porto - junte a tudo isso MIGUEL VELOSO,  e, Portugal, certamente, terá mais um motivo para ser visitada, revirada, totalmente inspecionada. Ele é o "gajo" que gostaríamos que descobrisse nossas terras, arrendasse nosso corpo e sucumbisse a nossos desejos.  RAFA MÁRQUEZ  - arriba, México!!! Não precisamos imaginá-lo enrolado num taco, coberto com chilli; nada disso! A figura dele já acende nossas entranhas e nosso corpo ferve, como se toneladas de pimenta tivessem sido consumidas...e, todas essas sensações serão renovadas na próxima Copa. Pena que a atual está chegando ao fim e nossos olhares terão que se voltar para os astros dos clubes pelos quais torcemos e, claro, ficar aguardando que, daqui a quatro anos, mais deuses gregos tragam alegrias aos nossos dias de jogos de Copa do Mundo e nos façam sonhar, suspirar e agradecer por deixarem o futebol mais bonito e encantador.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Aroma de Saudade....

Anne acordou  e não conseguia colocar as idéias em ordem: onde estava mesmo? O que tinha feito ontem a noite? Com muito esforço, abriu bem os olhos, tentando focalizar o que se achava à sua frente e, surpresa, viu que as janelas estavam abertas, a claridade entrando e castigando seus olhos ainda sensíveis pela noite agitada, tudo arrumado; nem suas roupas estavam espalhadas pelo chão.
- Ai, o que aconteceu?? Pense, pense...
De repente, um barulho vindo de algum lugar fora do quarto faz com que seu despertar seja mais rápido ainda.
- O que será isso? Quem estará aí?...Que droga!
Resolve levantar,  sua pulsação esta agitada demais; vai verificar o que está acontecendo. Será sua empregada que resolveu madrugar? Opa, além da ressaca noturna, a loucura chega com força total: não tem empregada, nem diarista e, nem mesmo um bicho de estimação.
Enrola-se no lençol e segue o barulho, que vai ficando cada vez mais nítido, assim como o cheiro ma-ra-vi-lho-so do café recém passado. Na porta da cozinha, pára e vê uma figura que lhe é bastante familiar. Ele, ouvindo seus passos abafados, vira-se e lhe dá o melhor e o maior dos sorrisos, como se fosse a mulher mais linda do mundo, mesmo com os cabelos desgrenhados, o rosto ainda marcado pelo travesseiro e, claro, o bafo que só em novelas e filmes de Hollywood não existe.
Aquele olhar, aquele sorriso, ambos sempre tiveram o poder de prender seus pés ao chão, de fazer com que sua respiração acelerasse e com que seu corpo formigasse inteiro.
- Puxa, mesmo depois de tanto tempo, tantos anos, tantas idas e vindas, ele ainda mexe comigo.
Ele aproxima-se com uma xícara de café, aquela fumacinha saindo, tornando aquele amolecimento que tomou conta de todo seu corpo mais irreal ainda; sorri, olhando profundamente em seus olhos.
- Dormiu bem?
Ainda inebriada pelo cheiro do café e pelas mãos que acariciam seu rosto, começa a lembrar da noite passada.
Caía um temporal assustador e, junto com a chuva que cobria a cidade, sua solidão resolveu sair da toca, onde a tinha colocado há muito tempo atrás. Não quer ficar em casa, sozinha, curtindo a sensação de que é a única pessoa que sofre com a chuva, com o vento, com tudo o que a natureza traz nesse momento, mas, também, não quer ver "gente".
O telefone está tocando...tocando...tocando.
- Não vou atender. Não quero falar com ninguém.
De repente, na secretária eletrônica,uma voz do seu passado, da sua vida; uma voz que embalou seu sono em noites assim, de tempestade; uma voz que lhe disse coisas que ninguém jamais conseguiu repetir com a mesma intensidade.
"-Oi, sei que já faz tempo...mas, gostaria de te ver, novamente! Odeio deixar recados nessa máquina...vamos conversar...esclarecer coisas, dúvidas...por favor!!! Me liga!"
Num impulso, sai daquele torpor em que se encontra e lembra de seu olhar, de seus beijos, do jeito que a envolvia quando faziam amor. Pega o telefone e, mesmo na incerteza de estar fazendo a coisa certa, liga.
Precisa resolver isso, sair dessa loucura toda que a envolveu, que a anulou durante tanto tempo. Uma, duas, três chamadas..
"- Alô!.." - E, agora, o que digo? Vou desligar...foi uma péssima idéia...

"-Alô!!! - insiste a voz do outro lado.
Fala sua covarde! Foi você quem caiu fora ...fala, logo!!
- Oi...- assim, de supetão, sem dar tempo de fugir, novamente.
A reposta, seguida de um sorriso que se podia ouvir do outro lado da linha, faz com o universo pareça ter conspirado para que isso acontecesse.
"-Puxa, que bom ouvir sua voz...estou morrendo de saudades!"
E, como se a chuva tivesse ido embora, como se não existisse ninguém mais além dos dois, a conversa torna-se simples, cheia de coisas a serem resolvidas. Ela, sem medo, sem receio e, ainda com muita sede daquele homem, o convida para sua casa, seu santuário.
Mesmo com todo o aguaceiro caindo lá fora, ele chega em sua casa e, ao olhá-lo, é como se nunca tivessem deixado de pensar um no outro. Ele toma suas mãos e a puxa para seus braços; ela, sem saber se vai dar certo, sem saber o que vai acontecer, entrega-se aquele momento e deixa tudo fluir: se o universo fez com que esse momento acontecesse, não vai fugir disso.
Entram, tocam carinhos, beijos, conversam, esclarecem e, em meio a tudo isso, um vinho, duas taças, duas vidas que resolvem se reencontrar e se entender novamente.
"-E, aí, dormiu bem?"
De volta à realidade...de volta à cozinha...ao café!
Ele continua igual, apaixonante, másculo. E, com o mesmo olhar de antes, desnuda sua alma, ilumina sua vida!
"Não posso fugir mais, não quero mais ter medo de ser feliz."  E, sorrindo, responde:
- Dormi, dormi muito bem.
Ele, depois de ter declarado seu amor na noite passada e sua vontade de viver esse amor ao lado de alguém tão especial, a beija apaixonadamente e a leva de volta para a cama.
Lá fora, a chuva recomeçava a cair.....



Nota: escrevi  esse pequeno conto em um momento de inspiração que chegou rápido e, em seguida, foi embora...acho que, na verdade, tem um pouco de mim - e de algumas amigas - na Anna, pois, o que todas buscamos, independente de posição social, é viver um grande amor. Espero que, quem ler, goste .

terça-feira, 22 de junho de 2010

O Belo Mundo do Futebol.....


Adoro futebol....gosto de ir ao estádio,torcer, sentir aquela vibração toda e, claro, sair feliz se meu time vencer; mas, se perder, só me resta voltar para casa e rever os lances para, finalmente, aceitar que fomos derrotados. Gosto de Copa do Mundo...quem não gosta de ver seu País bem representado lá fora? Adoramos ver aquelas pessoas idolatrando as cores da nossa camisa; entrando na mesma sintonia, geralmente, sem entender metade do que falamos; ver a Seleção em campo, esperando que jogue com a mesma força e vontade de vencer que seus torcedores.  Mas, essa Copa, em especial, parece não estar empolgando muito e deixando a desejar em termos de futebol arte, de belos dribles, de jogadores visando apenas a bola, o gol e não o ataque frenético ao corpo dos jogadores adversários. Não  tenho assistido a muitas partidas e, vou ser bem sincera, só assisto  alguma quando vejo lances legais, disputas acirradas em jogadas leais e, claro, quando a Seleção que joga conta com verdadeiros deuses gregos: caso da Grécia (quase o time inteiro) - já viram o goleiro? TZORVAS....parece o nome de um prato grego, com ingredientes completamente desconhecidos, aquele que a gente come se lambendo, querendo o segundo sem mesmo ter acabado o primeiro e, ainda pedir com a boca salivando: "me traz outro Tzooorrrvasss"....nossa, me deu fome... Os americanos, como nunca se mixam para ninguém, nos presentearam com o BOCANEGRA e, não importa se a boca é negra, rosada, grande, pequena ou aberta, é só olhar para aquele sorrisinho meio de lado e nos descobrimos querendo hastear a bandeira americana em nossa Pátria amada e idolatrada. A França, mesmo não estando bem dentro das quatro linhas, nos dá um  verdadeiro colírio, aquele que cura coceira, irritação, conjuntivite, tudo o que se pode imaginar, só de olhar para ele: GOURCUFF...o nome não condiz em nada, pois lembra algo feio...mas, ele é lindo...acreditem. Quem disse que na Espanha só tem toureiro? A prova de que isso não é verdade, vem em forma de FABREGAS....esse nome me traz a mente fogos de artifício, explosões coloridas em pleno ar, algo de tirar o fôlego e precisarmos da ajuda de tanques de oxigênio. Para terminar esta lista (pode haver outra, claro, porque tem  mais homens bonitos na Copa): HERR CACAU - brasileiro naturalizado alemão; o cacau no nome já diz tudo: cor de cacau, sorriso sensual, um gato normal, mas que nos faz passar mal...rsrsrsrs. Esta é  a minha singela listinha....continuo de olhos abertos e, até o final da Copa, certamente farei outra, afinal, ainda tem a Dinamarca, Austrália, Portugal, Paraguai, México e outras que serão analisadas e, mesmo que não cheguem a final, esses deuses ficarão em nossa mente até a próxima Copa. Viu como gosto de futebol? Só espero que a Seleção Brasileira engrene de vez e faça voltar a brilhar aquele futebol moleque, com facilidade de gols e com toda a alegria que sempre tivemos ao assistir outras Copas. Dá-lhe, Brasil!!!!

domingo, 20 de junho de 2010

Viajar...tudo de bom....

Domingo nublado, dia de ficar largado e pensar...algumas vezes é bom parar com tudo e deixar os pensamento fluirem e ficarmos curtindo momentos legais que passamos. Hoje, lembrei de viagens que fiz e, acreditem, me diverti muito. Aliás, quem não gosta de viajar - escolher o local, fazer reservas, comprar passagens, arrumar mala? Eu adoro, mesmo que seja por um mísero final-de-semana; aquela preparação toda para  escolher as roupas, os sapatos, acessórios, acabam ocupando meus pensamentos uma semana antes da viagem (se bobear, a mala já fica pronta) e, depois de tudo escolhido, começo a imaginar o que combina entre si e o que vou realmente usar - pronto, lá vou eu revirar tudo de novo, sem tirar nada, claro e, sabendo que a metade não terá utilidade. Um dia antes, nem durmo direito de tão ansiosa para voar as tranças - de ônibus (pode ser o tempo que for a viagem, não fecho o olho, tentando dirigir cuidadosamente junto com o motorista, sempre de olho na estrada), avião (meu pior pesadelo; fico furiosa com aqueles passageiros que entram, sentam, se atrelam ao banco e...dormem...o avião nem começou a se mexer e já estão cochilando..como podem? E, eu? Minhas cólicas de pavor? Meu batimento cardíaco que, literalmente, vai às alturas?  Ok..respirar fundo, várias e várias vezes e, quando menos perceber, chegamos), carro(tranqüilo, quando o motorista é alguém conhecido, claro e, mesmo assim, às vezes, enfio o pé em um freio invisível), não importa o destino, tudo é festa. Aliás, cada vez que passo em frente a rodoviária ou ao aeroporto, chego arrepiar de vontade de entrar e comprar uma passagem...pareço meio doida, mas, acho que improvisar às vezes faz bem e nos faz sentir que a vida é feita de momentos inesquecíveis. E, nessas viagens, além de querer conhecer lugares novos, tem a culinária local que nos faz salivar e querer provar um pouco de tudo. Adoro provar e, sempre acabo passando mal; fico de um jeito que, em certo momento, parece que não existe um estômago dentro de mim, apenas um canal onde tudo passa reto, sem parada, direto ao fundo do poço e, a dor que vem junto, é insuportável, mas, parece que "esquecível", porque na próxima viagem vou repetir a dose. E, a procura por lembrancinhas para a família? Sou dona de fazer um ranchinho, pois não posso deixar ninguém de fora e, mesmo que não se agradem dos mimos, são muito queridos e agradecem sorrindo....Fotos...aaamoooo tirar fotos de tudo: da paisagem, das pessoas, do hotel, das amigas, de mim mesma, das camas, do café da manhã, de tudo que se mova ou não.....só não tiro fotos minhas de biquini...acho que esse é um prazer que guardo para mim mesma, apenas na memória e, dessa forma, ninguém se sente ofendido visualmente...rsrsrsr...Acho que se tivesse muita grana, viveria viajando e dormindo em hotéis: levantar, tomar um banho, sair do quarto para "alguém" arrumar a cama para mim, ir tomar um bom café que, depois, "alguém" vai lavar a louça....quer vida melhor??? Sempre fico imaginando se não fui uma mala ou um caminhoneiro em outra vida, pois, adoraria viver na estrada...Viajar é legal, mas, com amigos é melhor ainda; as gargalhadas são em dobro, a diversão é certa e as fotos são triplicadas. E, claro os momentos micos, também: pegar uma mão calejada no meio da multidão, em pleno carnaval baiano, achando que é a mão da amiga e olhar e ver um bruta negão cheio de sorrisos, vendendo latinhas de cerveja; ficar uma semana andando para o lado errado, em plena Buenos Aires, porque estava olhando o mapa ao contrário; voltar de táxi para o hotel e dizer para o motorista "hasta la vista", sendo que nem estávamos perto do México e, graças a Deus, não teve nada explodindo por perto...e,  assim por diante. Mas, o bom de tudo é tirar lições, aproveitar e descobrir que tudo isso, um dia, não serão simples lembranças, serão a certeza de que tivemos uma família maravilhosa e amigos especiais e, de alguma maneira, fizemos a diferença na vida deles.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Medos - Parte 2



Lembram dos meus medos? Pois, é...tem a parte 2...os medos continuam. Vamos lá: sabem os galões de água, com 20 litros? Já tentaram levantar aquela droga? Eu, já. Mas, só tentei; quando vi que a força que teria que usar seria muitas vezes maior do que a que estava colocando...desisti; senti que meu útero parecia se esvair para fora do meu corpo e, mesmo que não tenha tido o prazer de abrigar um feto, meu útero é meu útero e deve permanecer dentro de mim. Um colega me apresentou uma maravilha de engenhoca que é colocada dentro do galão, na posição normal, sem ter que virar a boca do garrafão e correr o risco de molhar os pés ou, pior, o troço escorregar das mãos, cair, quebrar e perdermos tudo: o garrafão, a água e a grana. Fui tri feliz e comprei um....foi um achado. Agora, o rapaz entrega a água, limpo o garrafão e, tirando o lacre, coloco a engenhoca e tenho água da boa, sem que isso me cause problema de coluna, falta de ar, cansaço exagerado ou dedo do pé quebrado - imagina se aquele troço cai em cima de um dos meus ricos dedinhos...Outra coisa que me assusta: escada. Nunca fui muito abotoadinha das idéias, mas, escada é algo que, ao mesmo tempo que fascina, me assusta. Uma escada, vista por alguém da minha estatura (1,57cm), representa altivez, um momento em que pode-se olhar tudo e todos de cima, com aquele olhar superior, de quem sabe mais porque enxerga mais adiante (tudo loucura da minha cabeça, eu sei) - esse é o lado positivo. O lado negativo: um tombo do alto de uma escada é algo que não desejo para meu pior inimigo (não tenho nenhum, que eu saiba). Cair de uma escada é algo sem explicação, porque, um um momento estamos lá em cima, observando, sendo superiores e, do nada, já despencamos todos os degraus que ela possui e, numa rapidez incrível, estamos estatelados no chão, com a cabeça girando, tentando saber onde estamos, como aconteceu e, o mais importante: alguém viu??? Uma dica: depois de um tombo assim, não deite para descansar da queda, corra para fazer um raio-x do crânio....vá que algo tenha trincado...nunca se sabe a extensão de uma queda dessas. Escorregar na rua: ando sempre pisando em ovos...já escorreguei muito, caí, me joguei no chão beijando o solo, bem estilo Papa...um horror. Nunca ando com pressa, pois não sei onde meus pés vão querer pisar e, mesmo assim, caio. Uma vez, estava indo para o trabalho e, como num filme de ficção, fui sugada quase que para dentro de uma poça de água, repleta de barro e outras coisas...sabe o que é deitar, de repente, sem saber como enfiou a cara na terra? Bate um certo receio de que exista um problema neurológico, sei lá...mas, na verdade, sabemos que é apenas um daqueles momentos em que temos que tropeçar no caminho para, quem sabe, evitar uma trombada maior lá na frente. O que fazer nesses momentos? São 07h da manhã, pouco movimento de pedestres, mas um grande movimento de carros - pois era uma avenida hiper movimentada, banhinho tomado, roupinha limpa...cara de paisagem..voltei para casa e, mesmo enfurecida, consegui dar risada da situação e, só pensava no meu jeans clarinho que, forçosamente, teria que lavar de novo, já que na parte dos joelhos ficaram duas rodas de puro lodo e, nos joelhos mesmo, duas rodas roxas da queda. Mas, penso que, se sentimos medo ou, receio de algumas coisas banais (ou, não), é porque estamos vivos e plenos de nossa sanidade; então, vamos viver nossos medos e dar gargalhadas de nossas dores e quedas.

Calcinhas...Comprar


Descobri que estou sem calcinhas....nas gavetas....juro...O problema todo é o seguinte: depois que me descobri mulher, comecei a comprar só conjuntos de lingerie - rosas, azuis, pretos, verdes, vermelhos, rendados, de seda...enfim, tudo o que pudesse agradar aos olhos de alguém, mesmo que aquele amontoado de renda, por muitas vezes, me desse uma coceira danada e, claro, o feliz sortudo, nem prestasse atenção na belezura das lingeries. Tenho me virado com as poucas calcinhas que me restaram e, na verdade, que ainda cabem...Plano emergencial: fazer um rancho de calcinhas e soutiens, mesmo que não venham em conjuntos. O negócio todo é que minha ficha não caiu e, quando fui revirar as gavetas, vi que tinha que mudar minhas peças íntimas, principalmente os tamanhos. Não é que eu tenha alargado, embarangado...nada disso, até que estou direitinha para a idade; o problema é que nossas prioridades vão mudando e, as minhas, no momento, são agradar a mim mesma; não obrigar meus seios a segurar o queixo com aqueles soutiens de arame que chegam a machucar e, principalmente, não estrangular as gordurinhas - que aparecem com o tempo e que se acumulam ao redor da cintura. agora, só coisinhas sem costura, que me deixem à vontade (nada tipo Bridget Jones, ok?), que eu possa me movimentar sem medo de rebentar um elástico ou de meu seio saltar para fora, pedindo socorro. Se meias resolvessem meu problema, as vestiria, podem acreditar...tenho muitas e todas muito coloridas....adoro meias coloridas; mas, preciso é de calcinhas...Tudo muda na vida e, para mim, sempre para melhor: posso ter perdido as calcinhas sexies, mas, ganhei experiência, maturidade e sabedoria para usar, abusar e usufruir de minhas futuras novas lingeries, não importando com quem, pois, o que vale é a maneira como somos tratadas e como nos portamos diantes das situações que se apresentam. Fui...comprar calcinhas!!!!!

quarta-feira, 16 de junho de 2010

O som do vizinho.......


Muita chuva hoje.....e, claro, muita roupa molhada, guarda-chuva revirado e carros passando e jogando água em todo mundo....mas, isso faz parte e, o que quero colocar aqui hoje, não é sobre chuva, nem sobre aquele bando de gente que fica com o guarda-chuva aberto embaixo das marquises onde, quem não tem nenhuma proteção, se molha todo porque tem que desviar para não ter um olho furado....Quero falar de outra coisa: vizinhos. É muito bom quando se tem pessoas legais ao nosso redor, que respeitam o espaço físico, que sabem que se precisar da gente, estaremos ali, para ajudar, dar uma força, sem que precisemos viver dentro um da casa do outro. Têm vizinhos que tornam-se até nossos parentes, pois a amizade ultrapassa todas as barreiras e as famílias acabam se aproximando e tudo vira uma coisa só. Agora, têm uns vizinhos que parecem não entender que, quando querem escutar uma música - ou um estilo musical qualquer - essa é uma opção DELES, não de quem mora perto. Gente, têm domingos que tudo vira um caos: um liga o som do carro a todo volume, com músicas dor de cotovelo; o outro, na mesma hora, coloca um cd com músicas de Márcio Greick - achei que esse cara já tinha subido no telhado, mas, pelo jeito, continua cantando. Dentro de casa, não consigo escutar minhas musiquinhas que tanto amo e, de cantores que estão bem vivos; olhar tv, então, nem pensar....o som é tão alto que parece que tem uma escola de samba entrando casa adentro......juro que não estou exagerando: é fato!!! Acho que cada um ouve o que quer, acredita no que deseja...mas, por favor, respeitando meu espaço, digamos, acústico. Mas, acho que isso faz a diferença entre pessoas que têm bom senso e usam com sabedoria seu espaço e pessoas que, de alguma forma, precisam do seu espaço e do espaço do vizinho para provar para si mesmos que são os tais, que são descolados, que tudo que pinta de novo na música, eles vão lá e compram e, claro, testam conosco, pobres mortais. But, se não fossem os vizinhos, seríamos como ilhas, cercadas apenas de mata, água e, claro, apenas com os sons da natureza e, com mordidas de mosquitos ardidas, sapos esparramados em nossos quintais e, quem sabe, um barquinho, vindo semanalmente trazer notícias, alguns mantimentos e, claro, repelente - dúzias e dúzias dele; então, pensando nessa solidão aflitiva, fico com os vizinhos barulhentos, pois, com todo esse som que parece sair de suas próprias entranhas, percebo que meus ouvidos são saudáveis e que meu estômago ainda funciona legal, pois, não revira a cada nova faixa de seus cds.....Nada vai mudar, só porque coloquei tudo isso aqui; mas, serviu para que eu percebesse que, com um bom isolamento acústico - no meu caso: fechar todas as janelas e frestas de portas e, colocar a tv (ou o som) num volume que me satisfaça, não preciso viver só; preciso apenas aprender a me focar no que estou vendo ou ouvindo, sem desviar a atenção e, no final do dia, tudo fica bem.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Nossos bobos medos......


Sabe qual o momento em que me sinto inútil? Quando o chuveiro queima e - por força da modernidade, a resistência é quase que uma "engrenagem". Não tomo banho frio no verão; tomar um banho morno no inverno....nem pensar......Mas, como minha prima-afilhada teve a sorte de casar com um cara que saca de chuveiro, eletricidade, concursos, plásticos.....bem, isso não importa.....ela me "empresta" ele para consertar o chuveiro.....e, mesmo ele sendo um expert trocador de resistência, percebo que dá um pouco de trabalho desencaixar, desaparafusar, olhar borrachinha, encaixar a resistência. Bem, o que é certo mesmo, é que me dou muito melhor "embaixo" do chuveiro, com aquela água quentinha escorrendo, relaxando meu corpo.....Outra coisa que me incomodava: gás. Putz, quando acabava, ficava maluca.....e, notaram que sempre acaba o gás no meio do preparo de alguma refeição? Pois,é....deve ser algum acerto entre o gás e os alimentos, tipo: os alimentos pedem para ele arregar quando estiverem sentindo muito calor dentro das panelas e, o gás, para ser um camarada legal, acaba. Depois de meu pai ter um problema cardíaco, não deixei mais ele trocar o gás e, cheia de força e coragem, assumi o posto de trocadora de gás da casa. Primeiro, descobri que o botijão não é tão pesado quando parece; para quem faz rancho, equivale a 02 sacos de arroz de 05 kg cada e 03 kg de feijão...moleza, né???Segundo, ter força para destrancar aquele troço que fica junto com a borracha.....fui firme na mão e, voilá, troquei meu primeiro botijão de gás, depois o segundo e, assim por diante. Terceiro, passar a famosa "espuminha" para ver se terá alguma bolha de ar....acho que isso significa que o gás está escapando.....se é superstição, não sei....sei que faço isso. Sempre! Outra coisa que me incomoda muuuiiito.....BARATA....acho que esse bicho incomoda qualquer mulher.....não conheço nenhuma que não tenha um ataque histérico quando se depara com essa coisa.....já tive muitos, acreditem. Mas, com o tempo, resolvi que não ia deixar aquela coisa marrom-avermelhada e sorrateira, ganhar de mim.....não perdi o medo, não.....apenas, criei coragem e, quando uma cruza meu caminho, vou atrás com o que tiver na mão: chinelo, mata-moscas, jornal, vassoura.....qualquer coisa; pois, se não matá-la, certamente, não vou conseguir dormir sabendo que aquilo pode subir na minha cama, encostar em mim, durante meu sono. Agora, eu mato messssmo!!!! Mais uma que me mete medo: panela de pressão. Gente, fico super preocupada daquele troço não ter sido bem encaixado, de ter ficado um feijãozinho entre a borracha e a panela e daquele apito sair voando casa adentro e acertar meu olho....Nunca vi uma panela de pressão explodir (se é que explode), mas, por via das dúvidas, a minha estragou a borracha, nunca comprei outra e continuo usando a panela, só que sem a pressão...Problema resolvido. E, como eu, todos temos nossos medos, nossos fantasmas; mas, quando releio o que escrevi, percebo que são coisas comuns, e, dependendo da importância que damos ao problema, tudo vira uma grande tempestade que, se não enfrentarmos, ficará para sempre aquela nuvenzinha repleta de chuva nos seguindo aonde formos. É isso...Boa semana!!!!

terça-feira, 8 de junho de 2010

Sonhos....


Já perceberam como é bom acordar com boas gargalhadas? Parece que o dia fica mais fácil de ser encarado, as coisas ficam mais fáceis de serem digeridas...outro dia, nem sei o que estava sonhando, mas, acordei com o som de minha gargalhada. E, pior, mesmo sem lembrar de nada, continuei rindo da minha própria risada. Mas, daí, fiquei pensando: o que serão nossos sonhos - um reflexo de nosso dia ou algo que ficou no nosso subsubsubconsciente??? Eu acho, pelas minhas experiências, que não são o reflexo de nosso dia....explico: primeiro, era um dia de semana; segundo: passei o dia trabalhando; terceiro: o ambiente é muuuiiito "carregado"....então, rir de quê??? Acho que os sonhos, são algo que fica bem guardadinho e que só pode vir à tona durante o repouso total de nosso corpo. Costumo sonhar muito e, há um tempo atrás, acordava e anotava em um caderno tudo o que conseguia lembrar e, apesar de meio doido, era legal. Já fui enfermeira em uma guerra: ajudava feridos que sangravam até a morte e pessoas que queriam fugir daquele horror, com muitos soldados alemães sempre de olho em minhas atitudes; fui hóspede em um castelo, onde havia uma princesa japonesa: eu era amiga dela - chique, né? - ela não queria ser coroada rainha e, foi uma coisa medonha vê-la ser levada à força pelos guardas do pai; já fui "amiga" de xerife: parecia o velho oeste e, muita chicotada rolou no meu sonho - juro que nada com conteúdo erótico - era porrada mesmo, com direito a porta vai-e-vem dos saloons e cavalo amarrado lá fora....mas, o xerife era LINDO...isso, me marcou...rrsrsr; já andei em ônibus repleto de presos, na Bahia: não lembro o que fiz de errado, mas, acabei em cana e, claro, tentei fugir; mas, como era um sonho, tudo fica mais lento e acabei sendo presa, novamente; já passei até pela experiência de vivenciar um terremoto: depois de tudo parar de tremer, me vi em um lugar repleto de restos de relíquias valiosas, ouro, pérolas e, quando achei que todos os meus problemas financeiros estavam resolvidos....acordei. Acho que vivi muitas vidas e, mesmo em sonhos, todas provocaram muita dor, muitas perdas e, principalmente, foram muito reais. Mas, dois sonhos me marcaram profundamente: um com minha avó e outro com minha mãe. Fiquei muito abalada com a perda das duas; minha avó, há 18 anos e minha mãe, há 06; como não consegui me despedir das duas, sonhei. Com minha avó, acho que foi um ano após ela ter desencarnado (não sei o tempo certo); eu estava na frente de minha casa, sentada, pensando nela e, de repente, vi uma luz saindo do pátio da casa ao lado da minha e fiquei olhando minha vizinha que morava na casa - já desencarnada, na época - sair com o braço por sobre os ombros de minha avó, passar por mim e, quando iam dobrar em uma esquina, minha avó virou e, com um sorriso, me acenou....acordei chorando muito, mas, com a certeza de que, assim como eu, ela havia ficado triste de não termos nos despedido e, em sonho, veio fazer isso por nós duas; com minha mãe, foi algo mais forte, eu acho.....éramos muito apegadas e, não vou mentir, fiquei muito revoltada por ela ter partido. Mas, com o tempo - e, depois de algumas sessões com a terapeuta e algumas "pilulinhas" mágicas - consegui entender,"entender" não "aceitar", o que havia acontecido. O sonho que tive com ela foi um pouco tranquilizante, digamos assim; sonhei que encontrava com ela em um lugar muito calmo, com casas pequenas, com tijolinhos à vista, separadas umas das outras apenas por árvores, sem cercas ou grades e, ela me mostrava tudo, com a voz calma e cheia de vida. Estava saudável, caminhando normalmente e, sempre com muita paz, continuou me mostrando tudo e dizendo que era o lugar onde morava, agora. Mostrou a casa por dentro e, em um quarto pequeno, bonito, iluminado , perguntei se era meu; ela me olhou e respondeu que ainda não era a hora de eu ir para lá. Acordei e percebi que, por toda a dor que eu havia sentido, ela quis que eu visse que estava bem e feliz no plano em que se encontrava. Isso ainda está bem vivo na minha mente e, sempre que me bate a tristeza pela perda dela, lembro desse sonho e do que ela sempre dizia: " o que tiver que fazer por mim, faça em vida; depois de morta não adianta chorar em cima do caixão". Mesmo achando que podia ter feito muito mais, agradeço por ter tido a chance de fazer o mínimo e, mesmo estando em outro plano, sei que nossa ligação será eterna, até o momento de nos encontrarmos novamente. Por isso, mesmo que nosso dia não comece com gargalhadas originadas de sonhos que não lembramos, o que importa é estarmos prontos para enfrentar o dia e nossos fantasmas que, se pensarmos bem, não são nada comparados com a dádiva de estarmos vivos e acordarmos saudáveis toda manhã.

sábado, 5 de junho de 2010

A Estrelinha Valente...


No céu, todas as estrelas pareciam em festa; o brilho intenso de cada uma delas, trazia luz a cada cantinho do Universo. Mas, em meio a tanta alegria, havia uma pequenina estrela que era muito triste - ela vivia só, tentando, sempre, ser esquecida por não possuir o mesmo brilho das outras. Um dia, houve uma festa no céu; todos começaram a chegar: estrelas pequenas, grandes, gordas, meteoros, planetas próximos, cometas; enfim, todo o céu se reuniu para uma grande comemoração. Mas, a pequenina estrela resolveu não ir à festa, queria, apenas, ficar observando do lado de fora. Uma estrela maior e mais velha, notou sua ausência e resolveu saber o que estava acontecendo; saiu porta afora e ouviu um lamento fraquinho, um choro abafado. Olhou a sua volta e viu a estrelinha encolhidinha em um cantinho da porta; foi até lá e perguntou:

- O que houve?

- Nada . Quero ficar aqui fora. Não gosto de festas.

A estrela maior não acreditou naquilo, mas resolveu não fazer mais perguntas. Voltou à festa,esperando que em poucos minutos a estrelinha mudasse de idéia e aproveitasse a festa. Lá fora, a estrelinha continuava sentada, pensando em seu pouco brilho e pediu para ter um brilho maior, para ser mais bonita. De repente, um barulho estranho chamou sua atenção; ela olhou para cima e viu uma sombra enorme, com formas desconhecidas, muito assustadora. Pensou: " nossa, esse monstro vai acabar com a festa e com meus amigos. Preciso fazer algo". O monstro espacial começou a preparar seu ataque, com uma língua de fogo enorme, mirando exatamente para o local onde ocorria a festa. A estrelinha estremeceu; o tempo passando rápido demais e, dentro de seu coraçãozinho descompassado, ela pedia ajuda, em silêncio. Então, algo dentro dela parecia crescer, aumentar, ficar enorme; uma luz brilhante surgiu, o monstro mexeu-se de forma atordoada e, com todo aquele brilho, ficou cego com tanta luz; o susto e a surpresa foram tão grandes, que o monstro imaginou que um batalhão o enfrentava e, com medo de ser derrotado, abandonou a luta. Todos os amigos da estrelinha viram o que havia acontecido; saíram para fora e ergueram-na nos ombros, gritando seu nome e a chamando de heroína. A estrelinha não cabia em si de felicidade; descobriu que, apesar de pequena, todo o seu brilho e sua força estavam dentro de seu coração e que seus amigos sempre gostariam dela assim e estariam a seu lado, em qualquer momento.


PS.: essa estórinha escrevi em 97 para minha sobrinha....se ela for aprovada, tenho muitas outras para colocar aqui....espero que gostem....

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Charlie Harper

Estava assistindo a um episódio de Two and a Half Man e, fiquei pensando no comportamento enlouquecido do Charlie Harper - personagem de Charlie Sheen, em relação as mulheres. Ele, com todo aquele charme e "sutileza", pega geral(menos a mãe e a diarista Berta). As mulheres rendem-se a seus encantos masculinos, se entregam, se apaixonam e, as que caem fora logo após a primeira transa, saem do ar depois de sofrer tentando conquistá-lo. E,isso não é apenas ficção; isso acontece diariamente. Encontramos um homem que nos envolve, nos encanta; um homem que nos faz sentir que somos o "ping" do seu "pong", o "ing" do seu "yang"(tiradinha de outra série...rsrsrsrsrs) e, ficamos deliciadas com toda essa aura de prazer que parece pintar a nossa frente. Nos deixamos levar por palavras doces, por gestos de carinho, enfim, nos apaixonamos e, não importa a idade, pois a paixão anda aflorando por todo o canto, da classe média baixa até altos escalões...é só olhar as revistas de fofocas. E, já perceberam que é muito mais fácil se apaixonar do que se desapaixonar? Porque ficamos tanto tempo remoendo mágoas, sofrendo por um romance que não deu certo? E, na verdade, gastando nossos neurônios com alguém que, de repente, nem lembra mais que estivemos em sua vida? Olha, já me apaixonei, me entreguei, passei tempo pensando em como segurar o "peão"-porque, na verdade, uma relação tira muito mais energia feminina do que masculina...Vejam: quando gostamos de alguém, queremos fazer parte de tudo que o cerca, queremos participar, ajudar, estar perto, viramos seus calendários pessoais porque lembramos de datas de aniversários de seus pais, seus sobrinhos, seus amigos e, se bobear, data de vacinação de seu cachorro. Para nós, isso significa amor e, para eles? Aí, o troço muda de figura, para eles significa "controle", "possessão"....e, pronto, mesmo correndo o risco de esquecer as datas de qualquer tipo de festividade na família, ele caem fora. O que dizemos ser "apenas atenção", vira "perda de liberdade"....fico me perguntando porque os relacionamentos não podem ser mais simples? Porque existir joguinhos, dissimulações?? Porque não se entregar, deixar-se levar, viver o momento e descobrir que estar junto é apenas um exercício saudável de conhecer um ao outro, descobrir desejos, sonhos e, claro, defeitos...e, se os defeitos forem "saudáveis" e "aceitáveis", vamos tocar em frente e, tentar, apenas, ser feliz. Espero, que os "Charlies" de plantão, entendam que o que queremos é encontrar alguém para passar momentos legais, dividir sonhos e, quem sabe, uma xícara de chocolate quente.....sem tolher a liberdade um do outro....no fundo, sei que muitos deles querem isso também, basta baixar a guarda....e viver a paixão....

Aulas de Direção


O trânsito anda me chamando bastante a atenção depois, claro, de ter feito mais de 30 aulas de direção....as coisas não chegam até mim depois de planejadas: a idéia pinta de repente e, saio correndo para torná-la realidade. Mas, vamos com calma: resolvi fazer aulas de direção e, me fui, toda faceira, cheia de vontade de entrar em um carro e, em 20 aulas sair com a carteira na mão; na verdade, achei que se invocasse o espírito de algum piloto de Fórmula 1, Indy, Truck, Kart ou, até mesmo, de carrinho-choque, eu conseguiria realizar minha façanha....pura ilusão. Gente, fiquei 30 aulas dando volta no mesmo lugar, sem pegar trânsito, sem enfrentar engarrafamentos, sem sequer encostar de leve em outro carro e, mais 03 aulas no percurso onde seria feita a grande e famigerada prova de avaliação final. Bem, óbvio que sair do caminho normal me tirou o chão, fiquei perdida, confusa e querendo estrangular o instrutor - que fique anotado que isso não é uma confissão, caso ocorra algo a ele; a insegurança bateu, tinha vontade de sair correndo do carro, mandar ele pastar e, quem sabe, fazer um movimento contra essa coisa de homem achar que mulher quer carro para ir ao super, ao cabeleireiro, tomar chá na casa das amigas ou ir a igreja.....lugar, aliás, que faz muito tempo que não visito....bem, voltando ao assunto, terminei minhas aulas e não tentei mais - pelo menos, se alguém, em uma BIG EMERGÊNCIA, precisar, sei entrar no carro, ligar e sair beeemmm devagarinho....só não aprendi onde se acende os faróis....mas, a pessoa que estiver precisando, certamente, me ajudará. Vou retornar às aulas; não vou me mixar, não....mas, estou preocupada com as aulas noturnas....quem sabe, dirigindo a noite, eu aprenda a usar os faróis.....

Como se paquera???


Hoje, saí de casa com vontade de paquerar....é, paquerar....depois de um booommm tempo sem sentir isso - e, não vou falar de quanto é esse tempo para que ninguém fique com peninha de mim e resolva fazer vigília no dia de Santo Antônio, que está chegando. Mas, junto com essa vontade, veio a dúvida: existe um estilo de roupa para paquerar? Tem um lance no olhar que demonstre que estou "querendo" paquerar e ser paquerada?? E, o jeito de andar, muda? Pois, é....tenho esse problema, eu lanço a idéia em minha mente e, de repente, outras começam a se juntar, a fazer uma salada mista (sem direito a beijo) e, de tão cansado que meu pensamento fica, decido que é melhor ficar quieta no meu canto e deixar o barco correr, só para ver o que acontece. E, como sou uma pessoa que não gosta de ficar confusa, sento na minha cama, me espicho toda e puxo minha barrinha de chocolate para limpar as idéias bobas que sempre acabam pintando e, por uns belos momentos, tenho um dos maiores prazeres que posso me proporcionar, sentindo aquele chocolate se derretendo em minha boca e me fazendo deixar de lado a idéia de "voltar" a paquerar. Vamos seguir com calma, um dia após o outro....ainda temos tempo....eu e meu coração.