segunda-feira, 25 de abril de 2011

Eu + Chocolate = Felicidade

13 dias em casa. Descanso. Sem horários. Comida na hora, novinha. Muita internet. Muitos seriados. Enfim, uns poucos, mas, gostosos dias de férias. Gosto de me sentir sem pressão, sem alguém me cobrando coisas e, na maioria das vezes, eu mesma me cobro muito. Adoro estar quieta no meu canto, cuidando das minhas coisas. Mas, esses poucos dias, me trouxeram bons momentos com minha família e meus amigos, principalmente, na Páscoa. Eu, na verdade, não sou muito dessas comemorações; acho que o certo seria cada um olhar para dentro de si e descobrir a força de Deus em seus corações, tentar achar a luz desse caminho tão árduo que alguns trilham e buscar o conforto e o aconchego em família.  Só que todos esses momentos viraram comércio, onde o abraço é trocado por um ovo de chocolate; um beijo pode virar uma caixa de bombons e um simples aperto de mão, pode ser retribuído com um bolo feito especialmente para essa data. E, como ninguém é perfeito, entrei na onda dessa loucura adocicada que nos faz arregalar os olhos e regalar o estômago com tantas variedades de sabores e formas diferentes de embalagens.  Gente, como é bom comer  chocolate; como é prazeroso colocar aquele pedaço quadradinho dentro da boca e sentir que somos arremessados a um lugar desconhecido, repleto de arrepios e formigamentos pelo corpo e, enquanto vai derretendo, envolvendo nossa língua, enchendo nossos dentes com uma onda marrom, nosso cérebro parece ter encontrado o nirvana, pois, emite ondas de felicidade nunca experimentada antes. Juro que fico perdida no meio de tantas opções, tanto colorido e recheios suculentos; mas, acabo sempre indo direto para o chocolate ao leite – para mim, é o melhor, o mais completo, o que me dá mais prazer e menos culpa por saber que, em pouco tempo, ele vai se concentrar todinho na minha cintura (que quase já não existe mais). Amo chocolate e, chegando o inverno, ele torna-se o meu amigo mais íntimo, o companheiro mais presente na minha casa; acho que, na verdade, acaba virando uma extensão de mim mesma, me fazendo esquecer o que me incomoda, o que me deixa triste e o que possa me fazer falta. Que venha o inverno, recheado de barras de chocolate.  

terça-feira, 19 de abril de 2011

A Garota da Capa Vermelha

Adoro estórias infantis. Gosto daquele clima de inocência, de que tudo se pode conquistar e, claro, alcançar, apenas sonhando. A Branca de Neve, branquinha como a neve, sem nunca ter chegado na beira do mar, queimado a sola dos pés na areia quente; cabelos negros, lisos, como uma gueixa e, naqueles tempos, nem mesmo sabiam que o Japão existia e, lábios vermelhos, como o vermelho de uma rosa ou uma deliciosa maçã...e, com uma maçã, acabou envenenada pela madrasta invejosa e temerosa de perder o posto da mais bela do reino, mesmo que isso significasse nunca ter o coração do Príncipe, a devoção de 07 anões ou, ter o acompanhamento de pássaros entoando cantos lindos de dar inveja a qualquer tenor internacionalmente conhecido.  Enfim, se formos analisar a estória de um ângulo adulto, veremos como a hipocrisia já se fazia presente nesse tempo e, claro, a maldade também. Ser bonita sempre incomodou,  a insegurança sempre existiu e o medo de envelhecer é mais que antigo; uma mulher mais velha quer se livrar de uma suposta concorrente, tentando matá-la; um caçador generoso lhe poupa a vida e ela foge para dentro da floresta, descobrindo uma casa pequena, com pequenos habitantes que, mais tarde, vieram a ser seus amigos, mesmo que, no tempo em que passou na casa deles, tenha lavado, cozinhado, costurado, enfim, tenha sido a linda empregada que todo homem quer.  Onde está a beleza dessa estória? Cadê o desenrolar apaixonante, envolvente? Claro que as crianças gostam de ler sobre isso – as meninas querem seu príncipe e, os meninos, querem ser o salvador da bela donzela e ganhar seu coração. Mas, nós adultos, não caímos mais nessa; a estória, mesmo fictícia, tem que ter seu mistério, seu suspense, sua parte engraçada, seu momento envolvente e, prender nossa atenção. Aí, chego ao filme “A Garota da Capa Vermelha”, uma reinvenção de Chapeuzinho Vermelho, sem a cestinha cheia de bolinhos para a vovó que mora no meio do nada, ou um lobo-bobo que come a  velhinha e fica a espreita da netinha, para abatê-la também e, num momento desastroso, acaba sendo morto pelo lenhador. O filme é uma versão adulta, com um certo suspense e aquela vontade de levantar no meio do filme e dizer quem é o seu suspeito, mesmo que existam 3 ou 4 deles;  a fotografia é meio triste, pois, traz um cenário no meio de uma floresta fechada, com um vilarejo repleto de casas de madeira e seus habitantes parecendo deitar e levantar com a mesma roupa. O que me chamou a atenção, na verdade, foi a autora ter conseguido tirar o foco infantil do conto e dar a ele um tom adulto, com a disputa pelo amor, a tentativa de enfrentar seus medos e enfrentar aquilo que não vemos, mas está ali, pronto para nos atacar. Não é assustador, não nos faz dar gargalhadas, mas, nos faz perceber que ainda tem gente que busca inovar e mexer com nosso imaginário, trazendo bons momentos a nossa vida. Gostei do filme e, para quem gosta do gênero sombrio, recomendo.        

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Quatro.Nove

4.9...nascida em 1962...sexo: feminino...brasileira, gaúcha, portoalegrense....4.9....com aparência de 3.8,  espírito de 2.5, atitudes de 4.0 e articulações de quase1 .0.0...rrsrsrs....Quando me dei conta que estava chegando aos 49 anos, tomei um susto, porque, percebi que estou por aqui há quase meio século e, o tempo é escasso, não perdoa, passa rápido. Comecei a lembrar dos meus 20 e poucos anos: o sono era abatido diante de qualquer convite para a balada durante a semana; passar a noite dançando, bebendo, me divertindo não era empecilho nenhum para o dia seguinte que, no furor da minha juventude, pedia apenas uma passada rápida em casa, um banho, uma troca de roupa, um café na corrida e, de volta a mais um dia trabalho, sem sentir o mínimo de cansaço. Aos 30 e poucos, descobri a  internet e todo o encantamento que ela pode trazer a uma pessoa que está sozinha; conheci pessoas novas, diferentes de mim e umas das outras; descobri um jeito novo de paquerar, de me mostrar; aprendi a diferenciar pessoas confiáveis daquelas que não valiam um segundo encontro; fiquei amiga de alguns, nunca mais falei com outros; troquei nomes de uns, telefone  com outros, enfim, foi uma salada de encontros e desencontros que me fizeram muito bem.  Aos 40 e poucos, quase chegando aos 50, descobri que, mesmo não tendo a vivacidade dos 20, a disposição de novos conhecimentos dos 30, ainda estou bem viva e com maturidade para escolher o que é melhor para mim e, mesmo que erre na escolha, posso assumir minha culpa sem medo de ser julgada por esse ou aquele. Decido onde quero ir, sem ser levada pelo desejo do outro; decido se me depilo, se me levanto cedo ou a hora que bem entender, decido o que comer, o que vestir, quanto beber.  Enfim, mesmo assustada ao chegar aos 4.9, me sinto feliz por ser a pessoa segura e verdadeira  que sou e por manter a essência  da mulher decidida que habita em mim, em paz com meu jeito de ser e com a solteirice que escolhi como companheira.  4.9...completados em 2011...sexo: muito tempo fora de combate...possibilidades: transar...50%, namorar....60%....casar....0%....morrer: quem sabe??? É isso: desabafo de uma quase “cinqüentinha”.