quinta-feira, 26 de abril de 2012

Sonho Revelador

Tive um sonho muito estranho a noite passada: acho que iria me mudar ou viajar para algum lugar – não sei direito e, claro, precisava deixar meu cachorro com alguém. Lembro que minha mãe (desencarnada) estava no sonho, meu pai  e minha irmã também e, não sei porque, minha irmã ficou de cuidar do cachorro. De repente, ela estava na praça em frente a minha casa, sem o cachorro; perguntei onde ele estava, pois, não precisaria mais deixá-lo com outra pessoa – acho que  não teria mais viagem ou mudança – sei  lá, sonhos são umas  loucuras do nosso inconsciente; o lado bom é que vamos e voltamos de onde queremos e mudamos de idéia quando bem entendemos....rsrsrsrsrs....Bem, ela me respondeu que o  havia deixado na casa de alguém; me bateu um desespero, comecei a chorar e implorar para me dizer onde, na casa de quem meu cãozinho estava e ela, sem falar, só me olhava e apontava para um lugar qualquer. Acordei com o coração aos saltos, o corpo meio tremendo e olhos molhados de lágrimas que havia derramado no sonho, o que me leva a crer que eu continuava a choradeira pós-sonho....isso é assustador, não é? Mas, quando acordei, olhei para o cantinho onde meu little dog  dorme e, claro que muito aliviada, vi que ele continuava lá, ressonando como uma criança que armazena energia para gastá-la assim que despertar.  Continuei deitada, pensando no sonho e  lembrando da aflição que senti quando achei que tinha perdido meu cão; percebi que toda a dor que vivi quando da perda da minha mãe, foi se armazenando e, para tentar aplacar um pouco o que sentia,  acabei me dedicando muito mais aos meus sobrinhos, passando  tardes  com minha irmã, cuidando de meu pai que teve um contratempo com o coração e, sem mais nem menos, anos depois desse triste evento em minha vida, um simples sonho, vem me mostrar que todas as coisas que fiz, ações que realizei, não foram o suficiente para aplacar essa falta, esse espaço vazio que ela havia deixado na minha vida, nos meus dias e nas minhas noites sem ter com quem me abrir. Descobri que esse bichinho que cruzou o meu caminho,  presenteado por pessoas especiais, virou o meu talismã, tornou-se a peça-chave para acabar com a carência de me doar, de dar amor, de cuidar de alguém. Descobri que ele tornou-se o filho que não tive; o sobrinho que necessitava de mim quando mal sabia andar e, agora, se vira sozinho e ficou maior que eu; a irmã que ligava para bater papo e ficar bebericando um café, mas, no atual momento, tem tantas atribuições que não sobra tempo nem para ela;  o pai que não sabia entrar na loja e comprar sua própria camisa e, hoje, tem cartão de crédito e reaprendeu a viver. Enfim, não queria ficar tão agarrada a esse cachorro como se ele fosse a minha tábua de salvação, mas, ele é o mais próximo que tenho de alguém que depende de mim, que exige minha atenção, meu carinho. Ele me fez ser uma pessoa mais emotiva, menos dura comigo mesma e, me fez perceber que voltar para casa ainda é a melhor coisa no final do dia, pois sei que ele estará lá, abanando seu rabinho, pulando nas minhas pernas e pedindo, apenas, que eu o afague para saber que é amado e, eu, claro, com toda essa festa de carinho, tenho certeza de que sou amada também. Acho que uma parte do vazio que minha mãe deixou, começa a se preenchido.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Avaliando Momentos

Porque, em algum momento de nossas vidas, começamos a avaliar nossos atos e ações do passado? Porque começamos a analisar quem fez parte de nossos momentos mais íntimos? Hoje, indo para o trabalho, comecei a pensar nisso e, percebi que, apesar de ter pego muito “abacaxi” pelo caminho (e descascar me arranhando toda), de alguma forma eles me ajudaram a crescer, a amadurecer e, principalmente, a não repetir erros – o que, aliás, é a parte mais difícil. Ás vezes, em pequenos flash backs, revejo situações que quando ocorreram, eram a coisa mais importante para mim e me deixavam feliz, relaxada e me sentindo o máximo como mulher, como fêmea. Hoje, isso seria algo que eu não repetiria, não faria novamente, porque com a idade, nossas prioridades são outras, são mais seletivas,  então, ficamos na eterna busca pelo cara certo ou deixamos isso de lado e vamos curtir nossa própria companhia e, no atual momento, estou me amando demais....rsrsrsrsr.  Mas, pensando na  vida, lembrei de pessoas legais que gostaria de compartilhar alguma coisa a mais, de ter a amizade ou, quem sabe, o abraço e o beijo diários e de outras que gostaria de nunca mais ouvir o nome – meio radical, mas, é a pura verdade. E, claro, algumas situações engraçadas acabam vindo naturalmente e, quando voltam ao nosso pensamento, causam muitas gargalhadas e momentos de muita descontração. Percebi que o passado nem sempre fica no passado, isto é, algumas coisas não ficam lá, elas continuam no nosso pensamento – por mais escondido que se encontrem e, acabam causando um saudosismo gostoso, uma certeza de que aqueles momentos eram para ser vivídos, para ser aproveitados ao máximo, mesmo com duração de tempo  já estabelecida  pelo universo. Hoje, relembrando algumas coisas nessa louca avaliação, descobri que cruzei com muita gente legal, interessante, com histórias de vida variadas e que não tenho mais notícias; mas, essa  “relembrança” me fez perceber que o passado é o começo de algo que será desenvolvido no presente, preparando nosso futuro para esse evento, ou seja, alguém que conheci no passado, poderá estar ou não no meu presente e, esse “estar ou não”, será muito importante para meu futuro. Então, concluo modestamente que: todos que conheci no passado  tornaram  meu presente mais aceitável, me fizeram ver que sou uma pessoa que devo me apaixonar primeiro por mim e, desse modo, permitir que, num  futuro próximo, eu esteja muito mais abert a a novos conhecimentos (e menos abacaxis).

terça-feira, 10 de abril de 2012

Inveja boa existe?

Se não existir a tal “inveja boa”, tô ferrada! Que todo mundo tem inveja de algo em alguém, de algo que o outro tem, de uma situação boa que outro passou, ah,isso tem mesmo!!! Mas, será que inveja é um sentimento bom? Será que a inveja mata? Isso está sendo questionado aqui porque tenho uma amiga que está sempre no salto, em sapatos fechados – tipo scarpin e não usa meias. E me chama a atenção, porque eu não consigo colocar tênis sem meia para ir ao mercadinho - machuca meu calcanhar; não consigo colocar sapatilha sem meia - detona meu pé e, sapato de salto, só se tiver uma tirinha atrás, deixando o calcanhar de fora, aí, sim, posso usar – mas, como adoro torcer os pés até usando chinelos de dedos, já viu a situação... Fico com inveja (da boa, ok...bem branquinha...) porque ela anda pra lá e pra cá, toda serelepe, como se estivesse andando nas nuvens com aquele calçado e eu, só de olhar, já fico com os pés avermelhados, preparando o terreno para uma bela bolha. Com o frio se aproximando, ando só de botas, altas, baixas, rasteiras, mas, só botas – assim, posso usar meias de qualquer tipo, de qualquer cor ou textura; só não uso furada porque se dá uma zebra e preciso tirar a bota, já viu o mico, né? Mas, tenho outras invejas, claro e, vou listar aqui – tudo besteirinha, mas, dá inveja e, garanto que estou usando de toda a minha sinceridade.

- Inveja de olhar aquelas mulheres comendo nos filmes e falando ao mesmo tempo: não sujam a boca, não cospem em quem está com elas e, pior, conseguem se fazer entender, dar palpites, lançar novos assuntos entre uma mordida e outra. Isso me deixa doida de inveja!!!
- Usar vestidão, com salto e só se perceber o salto quando a criatura anda – é muito chique olhar aquele ser quase que flutuando, sem tropeçar na barra do vestido, deixando aquela aura vampíresca no ar, como se os pés não tocassem nunca o chão.
- De acordar de manhã com a cara das atrizes: deitam maquiadas, dormem maquiadas e acordam maquiadas – isso é poderoso demais e de causar inveja, sim e, melhor, não lavam a cara e nem escovam os dentes – pode isso?
- De obter o mesmo efeito que as mulheres dos comerciais têm quando: mascam o chiclete, borrifam o perfume, usam o absorvente, lavam com determinado shampu e, o principal, quando são recebidas com a comidinha pronta pelo companheiro.
Tudo inveja branca, né? Quem não gostaria de ter um pouco de tudo isso? Claro que deve ter muito mais coisas a serem colocadas aqui, mas, no momento essas são as que me vieram à mente e fazem meus dois neurônios brigar para não desistir de realizar, pelo menos, uma dessas situações invejáveis.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Saudosismo em alta

Com a nova idade chega o saudosismo que, tenho certeza, está presente em todos nós, mas, sempre acaba se manifestando quando nossa sensibilidade está mais aflorada. E, a saudade se manifestou em todo o meu ser nesta semana, muito mais forte, muito mais dolorida. Saudade de pequenas bobagens, de grandes momentos, de pessoas inesquecíveis, de gestos simples, de palavras de carinho. Senti saudade de paquerar, de sentir as tais “borboletas” batendo suas asas coloridas no meu estômago, de encontrar alguém que me faça sentir especial, alguém que me mostre qualidade no desejo, verdade no querer, cumplicidade na relação e que não exija quantidade no sexo, porque quantidade pede “elasticidade, disposição física e muita energia”, o que, ultimamente, não é o meu ponto mais forte....estou sendo sincera. Saudade de ouvir as gargalhadas da minha mãe, de atender seus pedidos para comprar isso ou aquilo para os netos amados dela, de chegar em casa e compartilhar meu dia e de receber um conselho sempre sábio e muito religioso: “se te sentir incomodada, reza!” e, claro, de ficar só sentada, conversando e vendo o tricô ou crochê ir se transformando em algo lindo para uso próprio ou para presentear alguém querido. Fico me perguntando se um dia a dor da perda diminui...Diminui? Saudade de tomar café da tarde com minha irmã durante a semana, ficar jogando conversa fora, de achar graça do riso fácil dela quando falava alguma besteira; mas, com os dias mais atribulados, filhos crescendo, muito mais responsabilidades, o tempo que dedicávamos uma a outra se esvaiu como areia entre os dedos e, me vi sozinha, com um grande muro invisível separando nossos mundos. Sinto saudade da camaradagem diária com minhas amigas, de ficar ligando para saber como estão, de combinar o café ou o chope para o final da tarde e estar lá, sem furar o programa, de ter mais tempo juntas e poder abrir meu coração, dizer como ando me sentindo e tentar dar boas risadas da situação. Saudade do tempo em que eu não tinha saudade, onde rir era mais fácil que chorar e a dor não fazia parte do meu livro da vida, saudade de achar que nunca me sentiria sozinha. É bom escrever, colocar no papel e, ao reler, perceber que somos privilegiados por ter consciência de que, para termos uma história precisamos passar por etapas de crescimento, amadurecimento, aceitação, perdas e, claro, saudade. E, no fundo, sei que isso não tem a ver com a idade; tem a ver com o coração e, se ele está batendo forte, pulsando vida, essa saudade precisa ser vivida, sentida e chorada, pois, é assim que nos tornamos fortes.   

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Dentadura

Assistindo TV – que é o meu passatempo favorito – vejo vários comerciais sobre produtos diferentes e, alguns com promessas de grandes mudanças na vida do consumidor. Não acredito na maioria e, acredito menos ainda naqueles que são “avaliados” por grandes estrelas da televisão, pois, tenho minhas dúvidas se eles realmente testam o que vão apresentar, aquilo que vão vender para seus fãs. Mas, o comercial que me chamou a atenção outro dia foi um sobre dentadura e, fiquei pensando em arrancar todos os meus dentes, colocar postiços e comprar o produto, afinal, as pessoas do comercial pareciam mais felizes, mais deslumbrantes, mais desencanadas e, claro, sem ter que ir ao dentista de 06 em 06 meses para revisão, limpeza, canal, cáries, todas essas drogas que, em algum momento da vida, nos derrubam.  O produto prometia uma vida nova, podendo o usuário comer de tudo, sair sem medo de abrir a boca e a danada saltar na cara de alguém, enfim, tudo normal como se os dentes tivessem nascido com quem a estivesse usando. E, o comercial colocou 03 mulheres de meia-idade (me incluo nessa categoria desde o último dia 03...5.0 já é meia-idade, né?), em um dia normal de compras, passeios e um final fatídico: o chope no barzinho...quer final melhor? Bem, e nessa parada para a hidratação do corpo, aparecem 03 coroas enxutaços, paquerando as 03, cheios de olhares e piscadelas...E, olhando o comercial, percebi que todos os meus dentes na boca nunca me ocasionaram um momento daqueles, cheio de malícia e promessas de momentos a dois, regados a chope e, claro, ao produto que mantém a dentadura bem grudada dentro da boca, sem perigo de na hora “h” ficar agarrada em algum lugar que possa a vir a ser prejudicado mais tarde...vamos pular essa parte; o que importa é que, apesar de ter escrito sobre isso em tom de brincadeira, achei legal que as pessoas que não tiveram como cuidar de seus dentes naturais, tenham  a chance de viver momentos normais com sua dentadura e se esbaldar sem medo de que algo constrangedor venha a ocorrer com sua boca. Claro que continuarei cuidando dos meus dentinhos, mas, vou ficar torcendo para numa próxima saída, quem sabe, eu tenha a mesma sorte das “meninas” do comercial e conquiste alguém com meu sorriso mais que natural e bem saudável.