segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Andando de Trem


Tenho ido de trem para o trabalho todos os dias – menos quando chove, porque ninguém merece se molhar, desviar dos guarda-chuvas alheios e tentar não ser “alagado” pelos motoristas insanos e insensíveis que passam por nós, como se o dirigir fosse o último ato mais crucial de suas toscas vidas.  Mas, percebo que existe uma cultura diferente no trem – apesar de existirem os mesmos mal-educados que têm no ônibus, na lotação, no avião. Enfim, tirando as coisas normais, as pessoas ainda têm um pouco de senso de ajuda e, quando a pessoa que conduz o trem pede, pelo auto-falante, que ao sair do trem na última estação fechem as janelas, acontece algo incrível: todos fecham as janelas. Na primeira vez que presenciei a cena, achei estranho. Juro! Ninguém discute ou se estressa; parece ser algo totalmente natural, mesmo sem o pedido do condutor. No ônibus, abre uma janela e lá vem um pentelho reclamar do vento no cabelo, de um pingo mínimo de chuva que caiu na testa ou que não gosta das impurezas que entram da rua para dentro do ônibus – essa é por minha conta....rsrsrsrrs....Até porque, em alguns casos, existem mais impurezas dentro do coletivo do que fora dele. Na lotação, ninguém quer passar um friozinho, preferem ficar sufocados, aspirando todos os germes que passam entre si, entupindo as vias nasais com aquele arremedo de ar-condicionado medonho. No trem, apesar das caras cansadas, tanto na ida quanto na volta, tem aquela sensação de que todos querem a mesma coisa, independente de estarem sentados – nos bancos ou no chão, de pé, apertados, largados nos “pole dances” cravados no meio dos vagões, todos querem chegar ao seu destino sem pressão, sem estress, curtindo seu mp3, 4, 5, etc, lendo seu livro, conversando com o vizinho do lado, observando o que se passa ao redor ou, simplesmente, curtindo a paisagem lá fora. Tem uma aura diferente quem usa o trem – isso ficou claro para mim. E, a rapidez que se chega ao destino desejado é algo: da estação que entro até a estação final (centro)  levo míseros 05 minutos. Sabem o que é isso: 05 minutos – tirando o tempo que levei para chegar até o trem, ok??? Se eu fosse de lotação, seriam 25 min, de ônibus, seriam 25 ou 30min e de carro, dependendo do trânsito naquele horário, mais ou menos o mesmo tempo.   Então, tenho que continuar indo de trem. Perco peso, ganho resistência, vejo pessoas diferentes todos os dias, aprendo de vez o que “direita” e “esquerda” e, acima de tudo isso, ainda dou uma boa poupada na grana, porque a passagem é bem mais barata que lotação ou ônibus. É isso: tô apaixonada pelo trem. Recomendo a quem nunca andou, experimentar...Vale a pena!

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Identidades Falsas


Ainda em Rivera, começamos a imaginar que teríamos que fazer identidades falsas para não ultrapassar a famigerada cota de 300 dólares e, depois de um jantar regado a taças e taças de Freixenet – espumante maravilhoso, a coisa começou a se formar em nossas cabeças. Primeiro, minha amiga que é mulata, olhos redondos e bem abertos, rosto com sardas, disse que faria uma identidade falsa com nacionalidade japonesa. E, daí, desenvolveu-se a cena:


Identidade Japonesa:

- A senhora é japonesa? – perguntaria a vendedora.

- Sim. Sou. (Meio titubeante a resposta.)

A vendedora com dois olhos de dúvidas imensos, fica olhando, sem reação. Minha amiga, muito esperta, sai logo com a explicação.

- No último terremoto que Japão sofreu, o susto foi grande. Você já sentiu terra tremer? Não?? Nem deseje passar por isso. Eu era gueixa, sabe??? Quando o tremor começou, o susto me fez arregalar os olhos demais e fiquei assim, sem conseguir fechá-los novamente; minha pele era bem branquinha, sem manchas e, com toda aquela fuligem no ar, dos incêndios e fumaça que saía dos prédios, mudei completamente: fiquei cheia de sardas, mais morena e meus cabelos se rebelaram. Meus pés, então, nem se fala....Viviam apertados naqueles sapatos feitos para deixar nossos pés bem pequeninos e, com o susto que levei, explodiram meus sapatos e agora, calço 36 ou 37, às vezes, dependendo da forma e marca do calçado. Vim para o Brasil para fugir de tudo aquilo e não quero mais voltar. Sou livre, leve e cheia de graça como toda boa brasileira. Agora, entendeu porque minha foto é diferente na identidade? Não sou assim de nascença, na verdade, renasci de um susto.

Identidade Sueca:

- A senhora é sueca?

- Sim. Sou. (Meio titubeante a resposta.)

A vendedora com dois olhos de dúvidas imensos, etc.etc.etc..................................................

- Quando eu tirava leite das vacas que meu pai criava, para fazer chocolate, uma delas me deu uma patada, que acabou deformando meu rosto. Vim para o Brasil tentar consertar o estrago e, acabei pegando muito sol e fiquei assim: os cabelos se rebelaram com a água salgada do mar, minha pele começou a avermelhar, avermelhar e acabei ficando com cor de cuia que ainda não foi usada e, de tanto ficar sentada ordenhando vacas, quando cheguei aqui, recebi um choque enorme na minha postura: perdi altura e ganhei peso. É isso. Essa, na foto, sou euzinha mesmo. Se alguém tem culpa disso, é a vaca.

Já imaginaram o sucesso que as identidades falsas fariam??? Boas risadas renderiam, com certeza.....rsrsrsrsrsr



Meias em Rivera

Fui a Rivera com uma amiga – meio que “mula” dela e, como foi minha primeira experiência, fiquei  fascinada por aquele paraíso de odores maravilhosos que saía a cada porta de loja que passávamos. Mas, ao mesmo tempo, do lado de fora, éramos atropeladas – a todo momento, por vendedores ávidos em nos enfiar goela abaixo pares e mais pares de meias, de uma forma insistente, cansativa e desagradável. A pergunta que surgia em  minha cabeça, a cada um que chegava chegando repleto de meias, era: “34 graus...usar meia aonde com esse calor?”. Como isso aconteceu o tempo todo, começamos a levantar algumas possibilidades para tanto desespero e falta de noção: as meias eram feitas de cocaína e, nosso lado CSI começou a imaginar situações, tipo, compraríamos as meias e, na Receita Federal, nos fariam descer e  meias seriam colocadas em bacias com água morna para testes de presença de coca e, claro, nos ferraríamos porque as meias seriam todas feitas da droga, a mais pura e, como explicaríamos isso? Outras situação, seria o ar condicionado do ônibus estar hiper-super-muito gelado e colocarmos as meias para aquecer nossos pés, sair para andar um pouco no corredor esticando as pernas  e o tapete do ônibus ficar todo marcado de branco com o desenho dos nossos pés....quanta loucura, não?? Afinal, qual seria o objetivo de venderem meias feitas de cocaína para pessoas que apenas usariam as meias em seu lugar de uso: os pés. Viagem pura a nossa.  Mas, claro que perguntamos por que vendiam tantas meias e responderam que era o ganha-pão deles, que era melhor que roubar...Mas, a explicação não convenceu e voltamos para casa com a pulga atrás da orelha, desconfiando que, de alguma maneira, aquelas meias conseguiam atravessar as fronteiras e fazer com que pessoas desavisadas andassem desfilando pó branco por aí e, misturada a essa ignorância, muito chulé também. Quando a imaginação é fértil, sobram insinuações e muita diversão.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Relacionamentos: Bônus e Ônus


Quando chegamos a uma certa idade - muitas vezes, sem a maturidade necessária para aceitar que já estamos em um patamar evolutivo, onde pensamos mais nas conseqüências de nossas ações e, por isso, deixamos de fazer algumas coisas que gostaríamos de fazer, fica difícil aceitar certas atitudes, certas coisas  que a vida resolve nos presentear. Fomos criadas para amar e ser amadas, para constituir família e, como em um conto de fadas, termos o final feliz de toda e qualquer princesa que preze sua coroa, seu lado mais frágil, o lado, digamos, mulherzinha. Mas, os tempos modernos fazem com que a necessidade de ir à luta, de buscar a tão desejada independência, de crescer sabendo o que se quer, faz com que esses sonhos acabem ficando em segundo plano, onde o que importa é o “ter agora”, é o viver o presente; é ter o poder da escolha: ficar em uma relação que não me satisfaz ou ficar sozinha e dar a cara a tapa, me sentir realizada? Nossas mães não passaram por isso, porque as escolhas não existiam. As famílias já tinham traçado seus planos e, se quisessem mudar algo, a coisa ficava meio feia, mas, nada que não pudesse ser resolvido de maneira pacífica – se os pais, claro, tivessem um pouquinho que fosse,  a mente aberta.   Algumas mulheres passaram por cima desses esquemas já formados, e conseguiram trabalhar, constituir família, criar seus filhos e cuidar da casa – minha mãe foi um exemplo disso - e, acabaram sendo a base familiar, trabalhando lado a lado com seus maridos e mudando a visão de que a força aceitável da casa era a do homem. Mas, o que quero falar mesmo é que, depois de uma certa idade, começamos a desconfiar até da nossa sombra quando o assunto é relacionamento. Toda relação vai ter seu bônus e seu ônus, claro. O bônus será ter alguém ao seu lado, acordar e ver que aqueles braços de ontem, ainda estão ao redor do seu corpo e não foram apenas abraços fortuitos, daqueles que acabam no meio da madrugada e, você, sozinha na manhã seguinte, sabendo que nunca mais verá aquela pessoa novamente. Esse bônus, te traz um pouco mais de segurança,  mostra que ainda pode existir romantismo, companheirismo e alegrias em uma relação madura, onde ambos concordam em fazer concessões, dar espaço, não atropelar o tempo do outro. E,  isso nos deixa leves, bobas e encantadas. Mas, o ônus, chega e, de repente, o coração que se desenhava em nossos olhos a cada novo encontro, torna-se pontos de interrogação, porque, dentro de uma relação, depois dos 40, existem dois passados: o dele e o seu, então, existem muitas outras coisas agregadas a cada um, existem outras histórias, outras pessoas e, nesse momento, nossa maturidade precisa entrar em ação, nossa paciência começa a ser testada e nossa segurança em relação ao romance, fica balançada. O que fazer? Não sei. Estou fugindo dos romances, dos envolvimentos – pode parecer cínico e debochado para minhas amigas que  estão envolvidas com alguém, ou,  para aquelas que querem alguém para se enrolar, mas, fico pensando no que dizer, no que aconselhar.  Sou metida e, não é porque não tenho ninguém e nem procuro por tal, que não posso ter opinião ou dar um conselhinho básico, não é?? Acho que quando pinta o “ônus” da relação, o diálogo, a cumplicidade tem que aparecer e, de maneira saudável, educada e verdadeira, colocar as dúvidas, os receios, as coisas mais bobas que surgirem, na mesa; se tiver que cobrar postura, cobre; se tiver que cobrar respostas, cobre; se tiver que chorar, chore, mas, não deixe de abrir seu coração, de permitir que o romance entre em sua vida, pois, se duas pessoas estão juntas, se ambas se encontraram em um momento de distração, é porque o universo conspirou prá isso e quer que essa relação aconteça. Se o caminho for meio pedregoso, o diálogo vai destruindo essas pedras e, se for para dar certo, a estrada até poderá não ser de tijolos amarelos, mas, certamente, será feita de paixão, retas e curvas de entrega e, no final, quem sabe esse sapinho não vira o príncipe que você tanto leu nas estórias de final feliz? Só que com ambos dividindo os bônus dessa relação.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Cansada!

Ando cansada. Muito cansada. De tudo. Do pouco tempo para fazer algumas coisas. Da falta de ânimo para trabalhar. Da falta de grana antes do final do mês. De ouvir a música insuportavelmente alta do vizinho, querendo que meus tímpanos se suicidem.  De pessoas. Principalmente, de algumas pessoas que me cercam diariamente, aquelas que te deixam irritada só com a presença, que te incomodam ao abrir a boca, que te arrepiam de raiva só de te olhar. Cansada. Exausta. Furiosa. Enfim, isso é resultado do ano que está acabando, eu acho. E, mesmo no meio de tanto “cansaço”, consigo pensar em algumas pessoas que, parece, ainda não tiveram esse problema – alguns porque não sabem fazer outra coisa e outros porque o  salário não compensa desistir da carreira (o que eu também faria se ganhasse rios de dinheiro). Bons exemplos são: Faustão,  ainda não cansou de não deixar ninguém falar, de ficar sem resposta para suas perguntas idiotas e de não obter gargalhadas para suas piadas sem graça;  Xuxa, essa não vai cansar tão cedo, afinal, ganhou uma grana invejável para pintar o cabelo....imagina se vai cansar de ser mais infantil que a filha, de ser a eterna namorada do piloto mais famoso do mundo ou de ficar falando com aquela  vozinha  irritante de criança que fez coisa errada e não quer ser castigada – acho que, no fundo, ela gostaria de ser bem castigada.  Claudia Leite não cansa de se achar a mulher mais linda do planeta, a voz mais potente do país, a mãe mais exemplar e cuidadosa do mundo? Para mim, isso é insegurança e ela precisa expressar isso em atitudes idiotas na mídia que, sempre atenta, dá corda para a louca se enforcar aos poucos. Um certo programa humorístico não cansa de ficar humilhando as pessoas que entrevista, de ficar tentando entrar em festas para as quais não foi convidado ou,  ficar avacalhando com seus próprios apresentadores?   As novas duplas sertanejas não cansam da mesma fórmula: calça jeans colado ao corpo, cinto com fivela prateada, camisa baby look, chapéu de vaqueiro e botas de salto para parecerem mais altos e ficarem mais vistosos? Não cansaram de andar de camaro amarelo? De quase ser morto pela "delícia, delícia....."? De dormir na praça? Claro que eu, mísera empregada, com toda a grana que rola entres essas pessoas, também não me sentiria cansada, pois teria grana sobrando  e gente babando, suplicando para me servir  e atender meus pedidos. Só que minha realidade é outra. É essa que estou vivendo agora, a do cansaço total e sem previsão de melhorar, de mudar minha visão antes da virada do ano. Tudo se resolve, eu sei, mas, tem coisas que demoram a acontecer, a se modificar e isso me deixa estressada, por que quero tudo para o já, o agora e, quanto mais ansiosa,  mais demorado o processo. Já escrevi, já coloquei em palavras o que estava sentindo, então, vou tentar relaxar e ver como as coisas se ajeitarão.  Que tudo seja logo! Ah, juro que isso não é indício de depressão ou um suposto ensaio ao suicídio....É só vontade de desabafar com as palavras.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

A Revolta da Natureza

A natureza está se vingando muito bem de nós, meros humanos, que insistimos em mexer com os brios dessa força que não temos sequer idéia de todo seu poder.  É chuva que vem com tudo, alagando e levando tudo que vem pela frente; é vento que derruba casas, arranca árvores, contorce ferros; é sol que chega para dar uma secada  no que a chuva deixou ensopado; é frio que nos tonteia porque não sabemos, com certeza, onde terminou o inverno e começou a primavera. A doideira está tão grande que, pela manhã, saí com sol, de óculos escuros, com um ventinho não tão frio, quando cheguei na parada da lotação, percebi que meu óculos estava cheio de pingos e me dei conta de que estava chovendo – claro que não tirei eles do rosto, o sol “ainda” estava brilhando. Quando cheguei no centro, o vento havia aumentado sua força e começava a nublar; como fui caminhando do centro até meu local de trabalho – isso deve dar uns 15, 20 minutos – fui sentindo calor e imaginei que o dia seria quente. Agora, sentada  dentro da minha sala quentinha, janelas fechadas, estou ouvindo a fúria do vento lá fora, fechou geral o tempo e o sol se foi, assim como minha esperança de que esquente até o final da tarde e, pior, está caindo aquela chuvinha fina, que só serve para embaçar nossos óculos e molhar nossa roupa, pois, com esse vento forte e a indecisão da chuva em saber prá que lado vai virar, não tem como usar uma sombrinha  - o jeito é encarar as gotículas quase invisíveis que caem, mas, acabam deixando suas marcas em nossas roupas sequinhas e quentes. E, mesmo com toda essa loucura da natureza, vejo que as pessoas continuam sem se preocupar com suas atitudes diárias, não respeitando espaço nenhum, não fazendo uso do bom senso para que essas enchentes, alagamentos, bueiros entupidos não sejam uma  tortura  para quem  tem noção de que, cada vez que chove, os rios sobem, os esgotos não dão vazão á água que fica nas ruas e o lixo se espalha por todos os lados. Não vejo dificuldade em separar o lixo,  colocá-lo em sacos bem fechados, deixá-lo dentro do meu pátio  e esperar que a coleta seletiva passe e recolha tudo.  Vejo que tem muita gente que se acomoda porque sabe que, em algum momento, alguém vai passar e recolher a garrafa pet que está largada na frente do seu portão, a lata de cerveja que foi descartada no meio da rua ou a caixa de leite que foi colocada dentro da lixeira, mas o vento forte carregou.  Para mim, virou uma atitude normal voltar para casa, depois de sair com meu cachorro, e levar algumas dessas tralhas para colocar dentro do lixo seco que recolho e, toda sexta-feira, entrego ao lixeiro. Não vejo dificuldade nessa ação, o que vejo é um relaxamento coletivo, um pensamento pobre de que qualquer  tragédia aquática que se abata sobre uma cidade é culpa, exclusivamente, do governo.  Se todos pensassem no coletivo,  muitas coisas ruins que acontecem por aí, certamente, seriam evitadas. Tento fazer minha parte, mas, sou apenas uma entre tantas outras poucas que sei que têm esse cuidado. Como mudar a mentalidade das pessoas? Trabalharei o cérebro para achar uma solução, antes que eu também seja inundada por essa onde de pouca vontade em ajudar a cidade e preservar a natureza.  

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Cena Inusitada

Na fila da lotérica, esperando minha vez de ser atendida,  um senhor me chamou a atenção quando passou por mim direto para o caixa preferencial: magro, alto, usando uma bengala, aparência frágil, como se tivesse sofrido uma AVC ou outra doença qualquer, que  tornou seus movimentos lentos e necessitando  acompanhamento de outra pessoa, aparentando uns  70 e poucos anos – um chute, pois pela aparência adoentada não dá prá ter certeza. Ficou um bom tempo no caixa, pagando ou retirando dinheiro – realmente não vi o que fazia, e,  ao mesmo tempo  que  me chamou a atenção ao entrar, percebi na calçada lateral uma moça, jovem, fumando e que parecia ter também problemas, pois meio que mancava e o andar era meio enrijecido – não sei descrever direito. Bem, o senhor da bengala saiu do caixa e se encaminhou para a rua, para o lado onde estava a moça e eu,  fui para o caixa para ser atendida. Quando a menina ia me atender, ouvi uns burburinhos do lado de fora e todos se voltaram para a calçada onde estava a moça: o velho desceu do pequeno degrau, meio desequilibrado e tentou se agarrar na moça que, por sua vez, também perdeu  o equilíbrio e quase acabaram caindo. Um rapaz que passava na rua segurou o velhinho e na confusão, agarrado na moça, o velhinho quase caiu para dentro da lotérica e um senhor na fila correu para segurá-la – gente,  apesar do cenário parecer triste, ficou engraçado aquele embolamento, tipo aqueles bonecos que a gente empurra para lá e para cá e não caem nunca. A moça do caixa perguntou o que estava acontecendo, pois de onde estava não enxergava a lateral do prédio; falei que o senhor que havia saído dali tinha perdido o equilíbrio e uma moça na calçada o havia segurado, enfim, relatei a cena toda. Ela, claro, curiosa, levantou, olhou por cima do vidro do caixa, se espichando toda e começou a rir; fiquei olhando prá ela, sem entender nada e ela me disse que o velhinho e a moça, toda semana, iam a um motelzinho que tem ali perto e que ele fica todo errado – ou mais errado, ainda, porque toma Viagra. Juro que não acreditei no que ela falou, mas, ela falava com tanta convicção e, ainda disse que na semana anterior ele tinha chegado pior ali, pois o efeito do Viagra ainda não havia passado por completo. Olha, se vocês vissem a pessoa, concordariam comigo e ficariam apavorados que um senhor naquela situação ainda toma Viagra. Várias coisas me passaram pela cabeça: será que ele é sozinho, não tem um parente, alguém para levá-lo aos lugares onde precisa ir? Será que a moça que estava com ele é alguém de confiança, alguma conhecida, uma viciada, prostituta? Será que moram juntos? E a pergunta que mais mexeu com meus pensamentos: será que, mesmo tomando Viagra, ele transou com ela? Desculpem, mas, aquele senhor não tinha condições de nada, nem se tomasse uma caixa inteira, aliás, o que seria mais certo de ele conseguir era um ataque fulminante do coração, com morte instantânea mesmo, daquelas mais rápidas que preparar um miojo. E, ao mesmo tempo fiquei pensando que uma mulher tem  que ter muita coragem, necessidade ou falta de tudo que  mantenha sua dignidade intacta, para passar por isso. Mas, tirando esses “poréms” todos, fiquei impressionada com a situação e, pensando também que, quando esse velhinho passar dessa prá melhor, que seja nos braços de alguém que o faça feliz, rodeado de caixas de Viagra e ao lado de sua amada e necessária bengala.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Entrando no clima

Algumas pessoas têm mania de achar que me conhecem, que conseguem entender o que se passa no meu mais íntimo dos íntimos e, até pode ser verdade; por exemplo, uma amiga minha me conhece só pelo jeito de olhar – sabe se gostei ou ao de algo, alguém ou coisa parecida; minha sobrinha também sabe como me sinto se mudo alguma coisa no rosto - quando reajo a alguma ação próxima a mim que não me agrada; minha tia me conhece pelo tom de voz – sabe se estou bem ou não.....Então, existem pessoas que me conhecem de verdade. Outro dia, fui sorteada numa promoção que daria ao ganhador 02 ingressos para o show de uma dupla sertaneja e, mais ainda, com direito a visita e foto no camarim. Já fui muito fã da dupla, não vou negar; mas, no momento, não é o som que toca no meu celular ou que está gravado nos meus CDs – estou num momento Lady Gaga, The Wanted, algo pop e dançante, algo que levante meu astral e me deixe ligada no que se passa ao meu redor sem querer cortar os pulsos, matar alguém, encharcar a fronha de lágrimas sofridas, doídas e muito, muito salgadas. Bem,  voltando ao show, minha idéia era dar os ingressos para minha tia e uma amiga dela, mas, como tinha que tirar foto, eu teria que estar presente e, assim foi. Nos  arrumamos e, quando estávamos saindo, minha afilhada disse algo que me fez pensar um pouco, percebendo que ela também me conhece...rsrsrsrsr.....Ela falou que esse tipo de programa é feito para mim, porque eu entro no momento, eu curto o programa quando entro nele. Explico: não sou fã de pagode, mas, se me convidarem para ir a um lugar onde toca pagode, claro que entrarei no clima, afinal, eu fui até ali sabendo que a música era essa, então, não tem porque ficar de cara amarrada e querer sair correndo – aliás, é uma opção, se não estiver gostando, pego minha bolsa e vou embora. Fui  no show sabendo que música tocaria, quem estaria cantando e o público que se faria presente – achava que saberia o tipo de público, mas, fiquei surpresa com o número de mulheres vestidas como se estivessem indo a um baile funk:  todas querendo disputar a atenção da dupla, como se eles fossem olhar, apaixonar e casar.....rsrsrsrrsrs.....Bem, o show começou e, como as músicas que tocavam fizeram parte de alguns momentos marcantes na minha vida (um lembrete: a melhor música para marcar a vida da gente em um momento totalmente corno, assino embaixo, é a sertaneja), entrei de cabeça, coração e pulmão no clima de rodeio vindo direto de Goiás – cantei, dancei, enfim, me diverti e curti aquele momento que me dispus a viver mesmo. O melhor de tudo,  é saber que minha tia se divertiu e curtiu o show dos ídolos dela  e, quando entramos no camarim para fazer a tal foto, percebi que, realmente, eu tinha gostado do show, de todo aquele ar de celebridade que a promoção tinha me proporcionado.  Então, descobri que quando as pessoas dizem que me conhecem, elas estão certas: não faço nada para agradar aos outros, mas, tento sempre agradar a mim mesma, meu  gosto e meu coração e, talvez, por isso, eu consiga me sair bem em qualquer ambiente a que eu me propuser diversão e relaxamento.     

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Final de Semana

Nova semana começando e a loucura do tempo volta a atacar, depois de um calor de mais de 30 graus semana passada, hoje, saio de casa com 10 graus – 20 a menos e, será que o corpo segura essa onda???? Mas, o final de semana foi de frio, chuva, filmes e cama; nunca curti tanto o meu cantinho como nesse findi – acordei tarde, fiz almoço, deitei, assisti a vários filmes, mal entrei na internet e cheguei a ficar toda dura de tanto ficar na cama. Hoje me senti mais revigorada, mais disposta – mesmo sabendo que não pintei os cabelos por causa do frio e que minha casa está uma bagunça (não a bagunça de tudo fora do lugar, a bagunça do pó e de não ter feito faxina, ok???). Meu cachorro é parceiraço para dormir, nunca vi...é o bichinho de estimação mais perfeito para mim – adora se enroscar e roncar, bem aconchegado e, foi assim que passamos o domingo e, ele só pede para pular para a cama quando sente frio, do contrário, se joga no pelego dele e fica por lá mesmo. No mais, tudo tranqüilo, pois é assim que tem que ser, tentando levar tudo na paz para que nosso espírito absorva boas energias....Ah, e uma das melhores partes do domingo foi meu time vencer o Gre-Nal, a maior disputa das torcidas do RS, 1 x 0, gol de Elano, no primeiro tempo....Foi o máximo!!! É isso, escrevi esse textinho só para não perder o jeito no blog....Boa semana a todos!

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Mais uma semana


A semana que passou foi meio conturbada, mas, consegui esclarecer algumas coisas que andavam me enlouquecendo e dei uma respirada, desejando que tudo se resolva da melhor maneira possível. O final de semana foi legal: na sexta-feira, depois da aula de dança, fomos a um barzinho tomar uns chopes e rir, claro; mas, eu estava numa bobeira tão grande, que o sono insistia em manter meus olhos semi-abertos e eu me puxando para não perder o foco dos assuntos. No final deu tudo certo e foi um momento muito legal. No sábado, fui assistir ao jogo do meu sobrinho e, infelizmente, perderam por 2 x0, mas, o que importa é torcer, estar presente dando força e mostrando que toda competição é importante e o resultado final, mesmo a derrota, nos faz crescer, amadurecer e nos prepara para o que vier, para as futuras disputas da vida. No final da tarde, fui ao aniversário de uma grande amiga e, o clima estava bem divertido: muitas risadas, bebida e um papo prá lá de doido – aliás, quando um bando de mulheres se juntam, sai de tudo, não é??? Voltei para casa e dei uma relaxada, porque minha garganta estava me matando de tanta irritação e a tosse querendo pegar. Dormi tri cedo e nem vi meu pai chegar do baile – olha o prego em que eu estava? Acho que todo o estresse da semana deixou meu organismo totalmente sem defesa e acabou indo tudo parar na minha garganta. Mas, hoje é segunda e, sinceramente espero que seja o início de uma ótima semana, de muita serenidade e humildade naqueles corações que se acham superiores. Deus ilumine a todos nós.




segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Segunda - Argh....

Segunda-feira  -  “Se em espanhol e italiano, povos pagãos antigos reverenciavam seus deuses dedicando este dia ao astro Lua - o que originou outras denominações: em espanhol diz-se lunes e no italiano lunedì, significando de Lua e dia da Lua. Outros povos reverenciavam deuses mitológicos, em inglês diz-se monday e em alemão montag, que significam dia da Lua.” – direto do Google.  Então, se a segunda-feira é dedicada à lua, porque temos que sair de casa e trabalhar? Porque temos que levantar cedo? Para mim, Lua é sinônimo de Noite e, noite é para descansar, para relaxar, para curtir, então, quem inventou que esse dia é útil? Hoje, com esse tempo fechado - chove e para, abre sombrinha e fecha,  fica quase que inimaginável levantar e sair de casa, estar de bom humor ou agüentar chefe chato. Fui obrigada a levantar, me arrumar e tomar meu rumo – o cachorro ficou esparramado na cama, me encarando com um olho aberto, como se dissesse: “tadinha de mammys, encarar essa chuva....vou ficar bem quietinho aqui e dormir até mais tarde” – fui me arrastando até o trabalho, na verdade, parecia que alguém me empurrava, porque a vontade, vontade mesmo era de ficar em casa, largada, assistindo tv e curtindo minha companhia. Mas, cheguei! Sem vontade, com preguiça, sem paciência, mas, cá estou para encarar a segunda, a terça e o resto da semana. Só desejo que seja uma semana light, sem estress desnecessário,  sem gente que não faz nada torrando minha paciência e, vou ficar esperando chegar um novo final-de-semana, para jogar tudo para o alto e esquecer a semana que recém está começando.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Tempo

O tempo passa muito rápido, na verdade, parece um foguete sem  rumo, sem expectativa de nada, pois,quando nos damos conta, ele já sumiu no final do mês que acabou de começar e mais um ano acaba indo embora sem que tenhamos sentido ele passar. É confuso, assustador e, ao mesmo tempo, surpreendente. Confuso e assustador porque com ele, nós também passamos, nós também contamos tempo e nos consumimos com a idéia da velhice chegando, mesmo sabendo que nesses dias atuais, ser velho é estar nas baladas vespertinas e não mais na frente da TV curtindo a Sessão da Tarde, é curtir almoços e jantares com os amigos e não estar enrolado em um cobertor tomando sopa quente, é querer viver o presente sem ficar olhando fotos dolorosas de um passado distante, onde a maioria dos amigos e familiares já não se fazem mais presentes, é querer curtir o tempo que nos resta, mesmo sem saber que tempo é esse.  Surpreendente porque, esse mesmo tempo que nos foge com sua pressa, nos dá tempo para pensarmos no nosso presente, no que nos cerca, no que nos faz bem, quem nos  acompanha, quem nos faz sentir especial.... E, entre todas as coisas que aconteceram nesse tempo ocioso que forçosamente me presentearam, descobri pessoas  divertidas e companheiras e, pior, pessoas que eu já conhecia de vista e que achava muito distantes, fechadas, sem perspectiva nenhuma de uma possível  aproximação. Assim como é cruel com sua passagem devastadora em nossas vidas, o tempo também nos ajuda a tentar melhorar as relações, nos mostra que podemos crescer,  amadurecer e viver coisas boas quando nos permitimos isso. E, isso aconteceu quando fui trabalhar no mesmo local onde as pessoas as quais eu julgava erroneamente foram também parar: descobri  pessoas divertidas, acessíveis, bonitas, alto astral, meigas e companheiras; pessoas que me fazem querer levantar pela manhã e dividir o café da manhã no trabalho, que fazem o dia passar rápido pelo monte de besteiras que se fala e, mesmo quando o ambiente fica tenso – geralmente na parte da tarde, nada que uma boa piada não nos faça cair na gargalhada e fazer o ambiente ficar leve novamente. Não é feio admitir que se errou ao julgar alguém;  escrevo isso, para mostrar que, mesmo com um começo torto, grandes amizades podem nascer e se fortalecer a cada dia, assim, por mais fugaz que seja o nosso tempo, ele deve ser especial e verdadeiro, mas,principalmente, divertido.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Super Heróis ou Falsos Heróis

Vinha pensando um monte de besteiras – para variar e me vi pensando nas pessoas que pensam que são poderosas, que têm o mundo nas mãos, que ameaçam e tentam destruir o outro porque tem poder para isso. Mas, esquecem que existe um Ser superior, que tem o poder divino, que tem um amor incomensurável e que, só Ele, pode qualquer coisa. Bem, e disso, me vieram alguns super-heróis, vistos com poderes sobrenaturais, fazendo justiça com as próprias mãos e com seus poderes supremos. Percebi que, na verdade, esses homens não têm nenhum poder sobrenatural, um poder que tenha nascido com ele; se pararem para pensar, todos os poderosos são poderosos porque, ou foram picados por algum inseto ou atingido por algum raio, meteorito, etc. Vejamos:


Homem Aranha: picado por uma aranha, que havia sido exposta á radioatividade;


Super Homem: nem é da terra;


Lanterna Verde: ganhou seus poderes ao encontrar uma misteriosa lanterna ferroviária, depois de sofrer um acidente de trem;


Batman: não tem nenhum poder, mas, tem grana, então, é fácil combater o mal.


Eu gosto de super-heróis, adoro o Homem de Ferro – o do Downey Jr, principalmente; mas, não dá para mascarar a verdade e, a força pode vir de dentro, do fundo da alma de cada um, mas, o poder verdadeiro se esconde nas suas vestes de heróis e, no mundo normal, se esconde no medo de que o outro perceba que o “homem poderoso” é na verdade o mais fraco de todos e que, em nossa simplicidade e verdade, nós sempre os superaremos. Seja no tempo que for.





quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Pequeno Desabafo

Cada vez que vejo algumas coisas acontecerem ao meu redor, me dou conta de que o mundo é feito de pessoas boas, legais, leais, verdadeiras, mas, o oposto também faz parte de tudo  e,  para mim, parece a pior parte. Vejo pessoas que batalham para conseguir as coisas, lutam para ter seu cantinho, suas roupas, sapatos, para manter seu emprego e, parece que o mundo delas fica estagnado, não crescem, nada se desenvolve  e tudo fica exatamente no ponto que está. Outras, em compensação, não precisam se esforçar para ter o que querem, para alcançar o que, às vezes, nem sonharam. E isso, me deixa maluca; me deixa doida da cara, porque vejo que onde deveria existir a recompensa por buscar o aquilo em que se acredita, se sobrepõe a vantagem para aquele que puxa o saco, que vira o dedo-duro, que se joga no chão para o outro passar por cima. Será que essas pessoas têm consciência de que isso não leva a uma estrada muito longa? Que isso só dura enquanto o outro puder tirar vantagens? Mas, no fundo do meu coração, ainda acredito que existe uma justiça que colocará o dedo na moleira dessas pessoas  e as fará descobrir que aquilo que parece chegar fácil, um dia será cobrado e, certamente, da maneira mais difícil que se possa imaginar. Sei que não adianta eu ficar me remoendo, alimentando um rancor que só me fará mal, então, só me resta ter fé e acreditar que o mal não dura para sempre.    

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Acabou o Finde!!!

Maratona no final de semana: comer, beber, deitar, ver TV, jogar; comer, beber, deitar, ver TV, jogar.....Foi isso que fiz todo o final de semana. Quando o frio resolve descer e se infiltrar dentro da nossa casa, nosso corpo parece que entra em colapso e só pensa em comida – como se comer fosse tirar a sensação de frio que penetra em nossa pele e nos fizesse andar de roupas bem mais frescas do que os pesados blusões de lã. Mas, passei todo tempo me entupindo de comida e, claro, vinho...gente, como é bom tomar vinho no frio: fui preparar o almoço, tomei vinho; almoçando, tomei vinho, lanche da noite: pizza com vinho e, assim, me mantive aquecida, relaxada e levemente embriagada final de semana afora....Pretendia fazer uma faxina, dar uma geral na casa, mas, não consegui e, juro, não por causa do vinho: foi preguiça....pura e desmedida. Eu passei esses dois dias de folga dentro de casa, curtindo meu cantinho e, no sábado, minha sobrinha almoçou comigo me deixando feliz pela presença dela e pelo elogio à minha comida; enquanto comíamos, ela me disse: “- Tia, tua comida ta igual a da vó!”. Fiquei emocionada por lembrar da minha mãe e do quanto ela amava os netos e,  claro, por minha sobrinha ainda sentir o gosto do que ela cozinhava. No domingo, fiquei literalmente hibernando – não,  na verdade, saí 02 vezes para levar o cachorro para fazer suas necessidades e me enfurnei dentro de casa de novo. Foi assim meu fim de semana e,  com aquele chuva no final da tarde, o frio pareceu aumentar e nem o cachorro escapou das cobertas – ficou lá, bem quieto, roncando feito a dona dele. E, quando o domingo vai escurecendo, a sensação de tristeza se abate sobre mim, pois o dia seguinte vai ser de voltar ao normal, ou melhor, ao “anormal”, porque ninguém merece estar passando pelo período profissional em que eu me encontro. Só que me esforço para que essa sensação de raiva, frustração e desassossego, não tome conta, pois, quem sai perdendo sou eu mesma. Então, resumindo, o final de semana foi de “fazer” nada ao quadrado e, foi muito gostoso. Ótima semana a todos nós, sempre pedindo bênçãos aos nossos protetores. Amém!

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Neurônios Loucos

Hoje acordei muito elétrica...elétrica, não....DISPERSIVA...Não dormi mal, mas, tive pesadelos, sonhos estranhos, tudo por causa dos seriados que assisti ontem: um mostrava pedaços de corpos espalhados pela cidade; outro, um cadáver servindo de morada para uma cobra.... eca!!! Mas, não fiquei pensando naquilo, apenas assisti, deitei e dormi. E, acordei a milhão. Ia para o trabalho me sentindo o próprio Mel Gibson, no filme “Do que as mulheres gostam”, ouvindo várias conversas ao mesmo tempo, o rádio da lotação e mais ainda, meus próprios pensamentos – meu filme seria “O que meus neurônios ouvem”....Não consigo me concentrar em nada, me sinto agitada, como se mil faíscas saíssem do meu cérebro, rojões explodissem seus fogos coloridos a cada novo som que surge – e nem é Ano Novo. Não gosto de ficar assim, me incomoda, parece que tem algo que vai surgir de repente e me tirar o sossego. Sei que não devo parecer pessimista, não posso deixar que isso atrapalhe o meu dia e me deixe mais “acesa” ainda. Vai passar, tenho certeza; isso deve ser só uma reação a noite agitada de sono, dos problemas que me fazem lembrar que sou tão mortal e normal quanto qualquer um e de sentir vontade de mandar tudo às favas e não poder. Mas, a palavra de ordem de hoje e para o final de semana é: SERENIDADE! É isso.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Palavras do Coração

Li um livro que fala sobre uma relação virtual. É um começo meio estranho, porque o encontro se dá por uma troca errada de endereço de email e, assim, a estória começa a se desenrolar. Os textos trocados começam tímidos, mas, instigando um ao outro a se desvendar; depois, começa a ficar mais solto, com mais provocações e, por fim, começam a se descobrir e o tom fica muito mais pessoal do que deveria.  Recomendo “@mor” (Daniel Glattauer) – é o primeiro livro desse cara lançado no Brasil – vale a pena. Mas, o que queria falar é sobre as coisas que conseguimos colocar no papel e, ao vivo, é difícil de expressar, de dar o tom certo às palavras. Muito já escrevi para alguns “possíveis” amores e, sinceramente, me entreguei a tudo o que escrevi,  me revelei total e desmesuradamente, sem vergonha nenhuma de ser eu mesma naquelas linhas que, por muitas vezes, se foram lidas não alcançaram o total entendimento. Todas as vezes em que me apaixonei, aquela pessoa parecia ser a certa, parecia ser a pessoa merecedora das minhas mais apaixonantes palavras, do mais precioso tempo que  passava liberando meus sentimentos e colocando-os em forma de frases completas, repletas de paixão, de mensagens subliminares e de desejos que não teria coragem de revelar a mais ninguém que não fosse aquela pessoa alvo da minha fome louca de ter um amor.  E, com o passar do tempo, o amadurecimento chega, os tropeços dados vão se acumulando e deixando nosso coração um pouco mais receoso de se entregar, de voltar a juntar as palavras para desenhá-las em lindas mensagens de amor. Todos os romances que não vingaram, mesmo com as mais belas coisas que escrevia, me vieram a lembrança quando li o livro que citei e, fiquei me perguntando: porque não tirei cópia de tudo, quem sabe hoje eu não teria uma bagagem de textos legais, lindos, apaixonados e sinceros para transformar em um livro? Mas, tudo o que escrevemos, depois de colocado no papel, lido, relido, revisado várias vezes para não deixar nenhuma dúvida ao outro de que o que escrevemos é fruto de nosso mais puro sentimento, fica ali, naquele tempo, naquele momento e para aquela pessoa. Então, mesmo que estejam  gravadas em uma folha de papel como uma carta apaixonada ou em um pequeno bilhete de saudades, essas palavras foram jogadas ao vento, porque, nada disso mais volta. Nenhum sentimento pode ser igual. Nenhuma relação vai recomeçar de onde a outra terminou.  Nós não podemos mais voltar de onde paramos, porque o tempo nos muda, o tempo nos mostra que depois de tanta paixão desmedida, o que buscamos, agora, é a cumplicidade, a calma, o entendimento e a companhia de uma nova paixão e, dessa vez, desejando que a maturidade nos faça falar e não escrever todas as palavras que habitam em nosso ser. Essas palavras, mesmo que o vento as leve, ficarão guardadas dentro do coração  de quem as receber e,  que o nosso aceite que toda paixão começa com pequenas palavras que, transformadas em grandes mensagens, nos revelam totalmente, desnudam nossa alma e nos deixam mais fortes para ir em busca da felicidade.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

As cores e o coração




“A cor que está aqui fora é a cor que deve estar dentro do coração” - ouvi essa frase em uma novela que está repetindo e fiquei com ela na cabeça, tentando decifrar o significado. Se estou de preto significa que meu coração está escuro? Meus sentimentos estão nebulosos? E, se estiver vestindo verde? Meu coração está quase amadurecido para um relacionamento, quase se abrindo para receber sentimentos mais doces e puros? Rosa? O que significaria se eu me vestisse de rosa da cabeça aos pés - estou pronta para um caso amoroso, recheado de encontros suaves e com perspectiva de sexo após o 10º encontro? E vermelho? Pronta para dias e noites de sexo selvagem, regado com muita lingerie e espumante?? Depois de escrever e ler o que coloquei aqui, não posso concordar que as cores sejam o espelho do que vai em nossa alma, do que habita em nosso coração. Cores são cores. Para mim, elas são o complemento do meu vestir, da vontade de usar tal cor naquele dia, independente do meu estado de espírito. Posso estar de preto - que é a minha cor preferida, e estar me sentindo nas nuvens, me sentindo feliz; é uma cor não tão básica, pois, ela pode te fazer sentir bem em uma peça antiga e surrada, ou, te deixar gloriosa em uma roupa de festa. Então, não consigo concordar com a coisa de que sua cor externa é a tradução do que está sentindo internamente, no seu mais íntimo momento. As cores ajudam a alegrar o dia, estão presentes nas flores, nos prédios distribuídos pela cidade e, certamente, enchem nossos olhos no meio do caos urbano cimentado em que tudo se transformou, mas, não traduzem nosso estado de espírito. Se estiver errada, aceito críticas.





terça-feira, 5 de junho de 2012

Armadilha no Banheiro

Moro com meu pai. E, sinceramente, isso não me incomoda em nada: nos entendemos,  nos aturamos e a vida segue em frente. Mas, morar com um homem, independente da idade ou da relação que se tenha com ele, não é muito fácil, pois, todos sem exceção,  jogam a toalha molhada na cama, deixam a pia cheia de pasta de dente, não baixam a tampa do vaso sanitário. E, acordar de madrugada, sonolenta, louca para fazer xixi, é algo que acontece com freqüência e, a primeira coisa a ser feita é abrir os olhos e ter certeza de que não era um sonho – certamente, aquela pressão na bexiga é a maior prova de que não estamos mais dormindo. Acordar, pular correndo da cama e ir guiando os passos no escuro, tentando não atropelar o cachorro, não bater em nada no meio do caminho e chegar ao banheiro sem molhar as calças. Vitória: o banheiro está livre e as calças ainda secas. Mas, quando resolvemos sentar para   aliviar a nossa amada bexiguinha, uma surpresa – o vaso está com as duas partes que o cobrem  levantadas, como uma armadilha pronta para fechar em torno do nosso corpo, fazendo nossa bunda tocar na água que tem no fundo do sanitário e sentir aquele gelado desconfortável que, com o choque, acaba nos acordando de vez. E, nesse momento, descobrimos que morar com um homem, seja ele seu pai, seu avô, seu irmão, marido, noivo, namorado, ou qualquer outra situação, é igual em qualquer parte do mundo e, quem pagará o pato por isso, sempre seremos nós e nossa mania de achar que um dia eles mudarão as atitudes e serão um pouco mais cuidadosos, ordeiros e terão consciência de que, quem mija em pé são eles e não nós, que precisamos sentar para sentir que somos as donas da casa e do trono  

segunda-feira, 28 de maio de 2012

A dor de viver

O final de semana poderia ter sido melhor, mais alegre, mais descontraído, mas, não foi. Andei me sentindo oprimida, com um aperto no peito, falta de ar, uma sensação de perda, um sentimento de saudade, enfim, um verdadeiro poço de falta de amor. Quando pessoas próximas a nós ficam debilitadas, nossa tendência é minimizar os estragos causados por uma doença que, aos poucos, vai minando a vontade de viver, vai tirando o pouco de saúde que ainda possa restar. E, ficamos analisando o porquê disso, o porquê  daquilo, sem chegar a lugar nenhum, mas, tentando com essas ponderações diminuir algum estrago que já foi causado. Acho que ficar doente não é simplesmente adquirir alguma moléstia, passar mal e a doença se estabelecer; acho que é mais que isso e, para mim, além dos sintomas  médicos da doença em si, tem todos os outros que não enxergamos, que mascaramos para não assumir que metade desse suposto mal é criado por nós mesmos. Parentes distantes geograficamente, filhos ausentes, relação desgastada, tudo ajuda a piorar ainda mais o quadro de alguém que pareceu nunca  precisar de ninguém, de alguém acostumado a ser servido, a ter uma vida onde o simples fato de existir já era uma grandeza. Quando as pessoas falam que tristeza mata, alguns torcem o nariz e dizem que isso é besteira; mas, tristeza corrói nossa alma, rebenta nosso coração, endurece nosso olhar e nos faz adoecer aos poucos, baixando nossas defesas e nos deixando a mercê de qualquer parasita, esperando ansioso para adentrar nosso corpo e acabar como nossa saúde já não tão saudável. Para tudo tem jeito nessa vida, para tudo se acha uma luz no final do túnel; mas, para um corpo doente, muitas vezes, não há solução, pois estamos metade nas mãos dos médicos e a outra metade em nossas próprias mãos e pensamentos. Mas, ainda nos resta a fé, a força na oração e isso ninguém pode tirar de nós, de nossa alma, por mais adoentada que esteja. E, na minha singela maneira de orar, peço que Deus sempre faça o melhor por quem está precisando de suas mãos sagradas, tirando a dor de viver a quem não vê mais sentido na vida. Amém!

sábado, 19 de maio de 2012

Momentos

Os “poéticos” adoram dizer que a vida é feita de momentos e, concordo com eles; realmente, temos vários momentos durante o dia que, num futuro espero não muito próximo, passarão a ser  apenas  lembranças e, quem sabe, o nosso passaporte para o céu ou o inferno....rsrsrsrs.  E, nosso primeiro momento,  podemos dizer que é bom por um lado, mas, ruim por outro: o lado bom é que abrindo os olhos, sabemos que ainda estamos vivos; o ruim, é que é o instante em que deixamos de sonhar e acordamos para a realidade. Depois vem o momento de  encarar o dia de trabalho, enfrentando trânsito maluco, superlotação no transporte coletivo, entrar num local de trabalho que já não agrada mais e nos faz sentir que é o lugar onde, apenas,  devemos cumprir nossas obrigações e rezar para o dia passar logo e poder voltar correndo para casa, sem remorso nenhum....O próximo momento, apesar de repetir os passos da manhã (trânsito maluco, transporte lotado, mas, graças a Deus, sem a parte do trabalho ...), é menos estressante porque estamos voltando para o aconchego do lar, para o nosso cantinho seguro e gostoso, onde soltamos a imaginação e podemos viver situações legais e momentos inesquecíveis. Esse momento,  é o de relaxar, preparar coisas, ajeitar a casa, fazer um lanche, assistir TV, navegar na web....mesmo que o desenrolar das coisas apareçam aqui como tarefas domésticas básicas e necessárias, quando em nosso lar são tarefas domésticas básicas, sim, mas, feitas no nosso tempo, no tempo que nos dispusermos a realizá-las. Esse é o melhor momento do dia, pois finaliza nossa andança diária e nos traz o melhor momento da noite, pois é o início de termos tempo para nós mesmos, para pensar ou não, para ler ou não, para ligar para alguém ou não; enfim, é o momento em que se quisermos deitar e ficar quietinhos no escuro, sem falar nada, ninguém vai nos perturbar ou questionar nossa atitude. Claro, se chegarmos em casa chutando o que tiver pelo caminho, xingando tudo e todos, aí sim, alguém terá que nos questionar se nos enfiarmos no escuro dentro do quarto,pois, pode ser o início de uma grande depressão, o planejamento de um assassinato ou o passo a passo do próprio suicídio. Apesar dos momentos variados, de coisas diversas acontecerem em nossa vida, esses momentos – por menores  que sejam, serão parte de nossa lembrança, farão parte do livro da vida (que alguns juram de pés juntos que temos) e, nessas humildes páginas, algumas coisas subentendidas entrelinhas, farão a diferença quando resolvermos abrir esse tal livro e procurar por momentos especiais. Bons momentos a todos....  

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Combinação Sapato e Meia

Ótimo dia para todos que visitarem meu blog. Bem, já sabem que adoro ficar observando tudo o que me cerca,  as pessoas que passam por mim e, claro, na minha cabeça ficam pipocando muitos comentários, muitas anotações mentais para depois colocar no papel. Na minha santa ignorância sobre moda - já peço desculpas se estiver errada, vi algo que me chamou a atenção hoje pela manhã: uma senhora na casa dos 50, 60 anos (posso estar errada na faixa etária, mas, pessoas muito claras, com a pele queimada excessivamente pela exposição ao sol, sempre parecem mais velhas do que realmente são), calçava um sapato chiquerésimo, todo tigresa, salto alto, de tirar o fôlego até mesmo de quem não se liga em sapatos e, completava o visual usando uma meia preta,  linda, toda desenhada, imitando uma renda fina e delicada. Fiquei olhando o conjunto e me peguei com uma dúvida: era para olhar o sapato ou a meia? E, com aquele senso crítico que toda mulher possui, percebi que um acabava abafando o efeito que o outro pretendia produzir a olhos femininos famintos, exigentes e invejosos. Quando a senhora levantou para desembarcar, vi que usava uma gabardine preta acima do joelho e, por baixo, um vestido com o desenho parecido com o do sapato, porém com estampa maior. Realmente, a roupa estava legal, sem agredir nossa visão com um visual perua ou algo assim: o visual estava bem comportado e estruturado; mas, eu não conseguia engolir o sapato com a meia. Desci da lotação e fui caminhando para o trabalho, com isso na minha cabeça: aquele sapato pedia  meia neutra, sem desenho, limpa de qualquer poluição visual; tinha que brilhar sozinho, fazendo com que nossas cabeças virassem e cravassem os olhos naquele troféu salpicado com manchas que imitavam um guepardo. Para mim, o sapato estava em evidência, e, quem o estivesse usando deveria ter  aquele andar que só um bom salto consegue e poucas mulheres desenvolvem:  sensual. Se fosse para evidenciar a meia, o sapato deveria ser outro, mais simples, menos “star” e nos deixando apenas com aquele olhar crítico, tipo: meia  bonita, deve ter saído cara, pena que logo rasga. A meia, geralmente, é um complemento; o acabamento é o sapato. Mesmo correndo o risco de ter falado besteira, continuo firme na minha opinião: não se pode usar duas coisas bonitas e sexies num mesmo quadrado – não sabemos para qual olhar primeiro e, acho eu, o visual pesa um pouco. Mas, sinceramente, fiquei babando pelo sapato.....

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Sonho Revelador

Tive um sonho muito estranho a noite passada: acho que iria me mudar ou viajar para algum lugar – não sei direito e, claro, precisava deixar meu cachorro com alguém. Lembro que minha mãe (desencarnada) estava no sonho, meu pai  e minha irmã também e, não sei porque, minha irmã ficou de cuidar do cachorro. De repente, ela estava na praça em frente a minha casa, sem o cachorro; perguntei onde ele estava, pois, não precisaria mais deixá-lo com outra pessoa – acho que  não teria mais viagem ou mudança – sei  lá, sonhos são umas  loucuras do nosso inconsciente; o lado bom é que vamos e voltamos de onde queremos e mudamos de idéia quando bem entendemos....rsrsrsrsrs....Bem, ela me respondeu que o  havia deixado na casa de alguém; me bateu um desespero, comecei a chorar e implorar para me dizer onde, na casa de quem meu cãozinho estava e ela, sem falar, só me olhava e apontava para um lugar qualquer. Acordei com o coração aos saltos, o corpo meio tremendo e olhos molhados de lágrimas que havia derramado no sonho, o que me leva a crer que eu continuava a choradeira pós-sonho....isso é assustador, não é? Mas, quando acordei, olhei para o cantinho onde meu little dog  dorme e, claro que muito aliviada, vi que ele continuava lá, ressonando como uma criança que armazena energia para gastá-la assim que despertar.  Continuei deitada, pensando no sonho e  lembrando da aflição que senti quando achei que tinha perdido meu cão; percebi que toda a dor que vivi quando da perda da minha mãe, foi se armazenando e, para tentar aplacar um pouco o que sentia,  acabei me dedicando muito mais aos meus sobrinhos, passando  tardes  com minha irmã, cuidando de meu pai que teve um contratempo com o coração e, sem mais nem menos, anos depois desse triste evento em minha vida, um simples sonho, vem me mostrar que todas as coisas que fiz, ações que realizei, não foram o suficiente para aplacar essa falta, esse espaço vazio que ela havia deixado na minha vida, nos meus dias e nas minhas noites sem ter com quem me abrir. Descobri que esse bichinho que cruzou o meu caminho,  presenteado por pessoas especiais, virou o meu talismã, tornou-se a peça-chave para acabar com a carência de me doar, de dar amor, de cuidar de alguém. Descobri que ele tornou-se o filho que não tive; o sobrinho que necessitava de mim quando mal sabia andar e, agora, se vira sozinho e ficou maior que eu; a irmã que ligava para bater papo e ficar bebericando um café, mas, no atual momento, tem tantas atribuições que não sobra tempo nem para ela;  o pai que não sabia entrar na loja e comprar sua própria camisa e, hoje, tem cartão de crédito e reaprendeu a viver. Enfim, não queria ficar tão agarrada a esse cachorro como se ele fosse a minha tábua de salvação, mas, ele é o mais próximo que tenho de alguém que depende de mim, que exige minha atenção, meu carinho. Ele me fez ser uma pessoa mais emotiva, menos dura comigo mesma e, me fez perceber que voltar para casa ainda é a melhor coisa no final do dia, pois sei que ele estará lá, abanando seu rabinho, pulando nas minhas pernas e pedindo, apenas, que eu o afague para saber que é amado e, eu, claro, com toda essa festa de carinho, tenho certeza de que sou amada também. Acho que uma parte do vazio que minha mãe deixou, começa a se preenchido.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Avaliando Momentos

Porque, em algum momento de nossas vidas, começamos a avaliar nossos atos e ações do passado? Porque começamos a analisar quem fez parte de nossos momentos mais íntimos? Hoje, indo para o trabalho, comecei a pensar nisso e, percebi que, apesar de ter pego muito “abacaxi” pelo caminho (e descascar me arranhando toda), de alguma forma eles me ajudaram a crescer, a amadurecer e, principalmente, a não repetir erros – o que, aliás, é a parte mais difícil. Ás vezes, em pequenos flash backs, revejo situações que quando ocorreram, eram a coisa mais importante para mim e me deixavam feliz, relaxada e me sentindo o máximo como mulher, como fêmea. Hoje, isso seria algo que eu não repetiria, não faria novamente, porque com a idade, nossas prioridades são outras, são mais seletivas,  então, ficamos na eterna busca pelo cara certo ou deixamos isso de lado e vamos curtir nossa própria companhia e, no atual momento, estou me amando demais....rsrsrsrsr.  Mas, pensando na  vida, lembrei de pessoas legais que gostaria de compartilhar alguma coisa a mais, de ter a amizade ou, quem sabe, o abraço e o beijo diários e de outras que gostaria de nunca mais ouvir o nome – meio radical, mas, é a pura verdade. E, claro, algumas situações engraçadas acabam vindo naturalmente e, quando voltam ao nosso pensamento, causam muitas gargalhadas e momentos de muita descontração. Percebi que o passado nem sempre fica no passado, isto é, algumas coisas não ficam lá, elas continuam no nosso pensamento – por mais escondido que se encontrem e, acabam causando um saudosismo gostoso, uma certeza de que aqueles momentos eram para ser vivídos, para ser aproveitados ao máximo, mesmo com duração de tempo  já estabelecida  pelo universo. Hoje, relembrando algumas coisas nessa louca avaliação, descobri que cruzei com muita gente legal, interessante, com histórias de vida variadas e que não tenho mais notícias; mas, essa  “relembrança” me fez perceber que o passado é o começo de algo que será desenvolvido no presente, preparando nosso futuro para esse evento, ou seja, alguém que conheci no passado, poderá estar ou não no meu presente e, esse “estar ou não”, será muito importante para meu futuro. Então, concluo modestamente que: todos que conheci no passado  tornaram  meu presente mais aceitável, me fizeram ver que sou uma pessoa que devo me apaixonar primeiro por mim e, desse modo, permitir que, num  futuro próximo, eu esteja muito mais abert a a novos conhecimentos (e menos abacaxis).

terça-feira, 10 de abril de 2012

Inveja boa existe?

Se não existir a tal “inveja boa”, tô ferrada! Que todo mundo tem inveja de algo em alguém, de algo que o outro tem, de uma situação boa que outro passou, ah,isso tem mesmo!!! Mas, será que inveja é um sentimento bom? Será que a inveja mata? Isso está sendo questionado aqui porque tenho uma amiga que está sempre no salto, em sapatos fechados – tipo scarpin e não usa meias. E me chama a atenção, porque eu não consigo colocar tênis sem meia para ir ao mercadinho - machuca meu calcanhar; não consigo colocar sapatilha sem meia - detona meu pé e, sapato de salto, só se tiver uma tirinha atrás, deixando o calcanhar de fora, aí, sim, posso usar – mas, como adoro torcer os pés até usando chinelos de dedos, já viu a situação... Fico com inveja (da boa, ok...bem branquinha...) porque ela anda pra lá e pra cá, toda serelepe, como se estivesse andando nas nuvens com aquele calçado e eu, só de olhar, já fico com os pés avermelhados, preparando o terreno para uma bela bolha. Com o frio se aproximando, ando só de botas, altas, baixas, rasteiras, mas, só botas – assim, posso usar meias de qualquer tipo, de qualquer cor ou textura; só não uso furada porque se dá uma zebra e preciso tirar a bota, já viu o mico, né? Mas, tenho outras invejas, claro e, vou listar aqui – tudo besteirinha, mas, dá inveja e, garanto que estou usando de toda a minha sinceridade.

- Inveja de olhar aquelas mulheres comendo nos filmes e falando ao mesmo tempo: não sujam a boca, não cospem em quem está com elas e, pior, conseguem se fazer entender, dar palpites, lançar novos assuntos entre uma mordida e outra. Isso me deixa doida de inveja!!!
- Usar vestidão, com salto e só se perceber o salto quando a criatura anda – é muito chique olhar aquele ser quase que flutuando, sem tropeçar na barra do vestido, deixando aquela aura vampíresca no ar, como se os pés não tocassem nunca o chão.
- De acordar de manhã com a cara das atrizes: deitam maquiadas, dormem maquiadas e acordam maquiadas – isso é poderoso demais e de causar inveja, sim e, melhor, não lavam a cara e nem escovam os dentes – pode isso?
- De obter o mesmo efeito que as mulheres dos comerciais têm quando: mascam o chiclete, borrifam o perfume, usam o absorvente, lavam com determinado shampu e, o principal, quando são recebidas com a comidinha pronta pelo companheiro.
Tudo inveja branca, né? Quem não gostaria de ter um pouco de tudo isso? Claro que deve ter muito mais coisas a serem colocadas aqui, mas, no momento essas são as que me vieram à mente e fazem meus dois neurônios brigar para não desistir de realizar, pelo menos, uma dessas situações invejáveis.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Saudosismo em alta

Com a nova idade chega o saudosismo que, tenho certeza, está presente em todos nós, mas, sempre acaba se manifestando quando nossa sensibilidade está mais aflorada. E, a saudade se manifestou em todo o meu ser nesta semana, muito mais forte, muito mais dolorida. Saudade de pequenas bobagens, de grandes momentos, de pessoas inesquecíveis, de gestos simples, de palavras de carinho. Senti saudade de paquerar, de sentir as tais “borboletas” batendo suas asas coloridas no meu estômago, de encontrar alguém que me faça sentir especial, alguém que me mostre qualidade no desejo, verdade no querer, cumplicidade na relação e que não exija quantidade no sexo, porque quantidade pede “elasticidade, disposição física e muita energia”, o que, ultimamente, não é o meu ponto mais forte....estou sendo sincera. Saudade de ouvir as gargalhadas da minha mãe, de atender seus pedidos para comprar isso ou aquilo para os netos amados dela, de chegar em casa e compartilhar meu dia e de receber um conselho sempre sábio e muito religioso: “se te sentir incomodada, reza!” e, claro, de ficar só sentada, conversando e vendo o tricô ou crochê ir se transformando em algo lindo para uso próprio ou para presentear alguém querido. Fico me perguntando se um dia a dor da perda diminui...Diminui? Saudade de tomar café da tarde com minha irmã durante a semana, ficar jogando conversa fora, de achar graça do riso fácil dela quando falava alguma besteira; mas, com os dias mais atribulados, filhos crescendo, muito mais responsabilidades, o tempo que dedicávamos uma a outra se esvaiu como areia entre os dedos e, me vi sozinha, com um grande muro invisível separando nossos mundos. Sinto saudade da camaradagem diária com minhas amigas, de ficar ligando para saber como estão, de combinar o café ou o chope para o final da tarde e estar lá, sem furar o programa, de ter mais tempo juntas e poder abrir meu coração, dizer como ando me sentindo e tentar dar boas risadas da situação. Saudade do tempo em que eu não tinha saudade, onde rir era mais fácil que chorar e a dor não fazia parte do meu livro da vida, saudade de achar que nunca me sentiria sozinha. É bom escrever, colocar no papel e, ao reler, perceber que somos privilegiados por ter consciência de que, para termos uma história precisamos passar por etapas de crescimento, amadurecimento, aceitação, perdas e, claro, saudade. E, no fundo, sei que isso não tem a ver com a idade; tem a ver com o coração e, se ele está batendo forte, pulsando vida, essa saudade precisa ser vivida, sentida e chorada, pois, é assim que nos tornamos fortes.   

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Dentadura

Assistindo TV – que é o meu passatempo favorito – vejo vários comerciais sobre produtos diferentes e, alguns com promessas de grandes mudanças na vida do consumidor. Não acredito na maioria e, acredito menos ainda naqueles que são “avaliados” por grandes estrelas da televisão, pois, tenho minhas dúvidas se eles realmente testam o que vão apresentar, aquilo que vão vender para seus fãs. Mas, o comercial que me chamou a atenção outro dia foi um sobre dentadura e, fiquei pensando em arrancar todos os meus dentes, colocar postiços e comprar o produto, afinal, as pessoas do comercial pareciam mais felizes, mais deslumbrantes, mais desencanadas e, claro, sem ter que ir ao dentista de 06 em 06 meses para revisão, limpeza, canal, cáries, todas essas drogas que, em algum momento da vida, nos derrubam.  O produto prometia uma vida nova, podendo o usuário comer de tudo, sair sem medo de abrir a boca e a danada saltar na cara de alguém, enfim, tudo normal como se os dentes tivessem nascido com quem a estivesse usando. E, o comercial colocou 03 mulheres de meia-idade (me incluo nessa categoria desde o último dia 03...5.0 já é meia-idade, né?), em um dia normal de compras, passeios e um final fatídico: o chope no barzinho...quer final melhor? Bem, e nessa parada para a hidratação do corpo, aparecem 03 coroas enxutaços, paquerando as 03, cheios de olhares e piscadelas...E, olhando o comercial, percebi que todos os meus dentes na boca nunca me ocasionaram um momento daqueles, cheio de malícia e promessas de momentos a dois, regados a chope e, claro, ao produto que mantém a dentadura bem grudada dentro da boca, sem perigo de na hora “h” ficar agarrada em algum lugar que possa a vir a ser prejudicado mais tarde...vamos pular essa parte; o que importa é que, apesar de ter escrito sobre isso em tom de brincadeira, achei legal que as pessoas que não tiveram como cuidar de seus dentes naturais, tenham  a chance de viver momentos normais com sua dentadura e se esbaldar sem medo de que algo constrangedor venha a ocorrer com sua boca. Claro que continuarei cuidando dos meus dentinhos, mas, vou ficar torcendo para numa próxima saída, quem sabe, eu tenha a mesma sorte das “meninas” do comercial e conquiste alguém com meu sorriso mais que natural e bem saudável.  

quarta-feira, 28 de março de 2012

Calor ou Frio?

Fico lendo e ouvindo a opinião das pessoas quanto ao inverno e verão e percebo que todos têm gostos diferentes e, quem gosta do verão acha estranho que alguém goste do frio que o inverno nos traz e, claro, vice-versa: quem vai entender gostar de um dia quente, onde o suor, em alguns momentos, deveria ser nossa única vestimenta? Já tive minhas opiniões – já gostei mais do inverno do que o verão e, claro, em algum momento da minha vida, gostei mais do verão do que do frio, mas, se pararmos para pensar, as duas estações são boas para testar nosso estado de espírito, nossa boa vontade em encarar a vida, o dia-a-dia. As duas estações são gostosas de ser vividas, ambas têm suas peculiaridades e, claro, seu lado negativo; mas, o que importa é vivê-las, saborear seus gostos, sentir seus cheiros, viver cada segundo que nos proporciona. E, ficamos tão encantados com as duas que esquecemos que, entre elas, tem a primavera e o outono que, servem – além de seguir o curso natural das coisas, para nos deixar preparados para enfrentar o calor ou o frio da estação seguinte.  Fiz uma comparação entre as duas e, para minha surpresa, descobri que, com boa vontade e bom humor, conseguimos sobreviver sem deixar a peteca cair.
VERÃO

DISPOSIÇÃO
PÉS DESCALÇOS
ALEGRIA
VENTILADOR
PRAIA
CERVEJA GELADA
PERNAS DE FORA
CABELOS AO VENTO
MÃOS CUIDADAS
UNHAS PÉS PINTADAS
CHIMARRÃO PARA MATAR A SEDE
BARES E FESTAS SEMANAIS
SOL
SALADAS E COMIDA LEVE
“SAUDABILIDADE”
BRONZEADOR


INVERNO
 PREGUIÇA
PÉS “ENMEIADOS”
INTROSPECÇÃO
AQUECEDOR
EDREDON
VINHO TEMPERATURA AMBIENTE
POLAINAS E CALÇAS
CHAPÉUS E MANTAS
LUVAS
PINTAR PRÁ QUÊ?
CHIMARRÃO PARA ESQUENTAR
BARES E FESTAS ? RARAMENTE
CHUVA
SOPAS E MUITO “COLESTEROL”
RINITE DIÁRIA
CREME PARA PELE SECA











quarta-feira, 21 de março de 2012

Cansando de Esperar

Sabe quando o lugar onde trabalhamos já não é mais o “nosso” lugar? Aquele onde tínhamos prazer de realizar tarefas, de passar o dia e voltar prá casa com a certeza do dever cumprido? Pois é, isso acabou.....Ando me sentindo cansada de tudo, de todos; não tem mais ambiente, nem vontade de fazer nada. E, na minha opinião, quando se chega a esse ponto, temos que buscar outras direções, outro ambiente. Foi o que fiz – fui atrás do que me faria mais feliz “financeiramente” e, sinceramente, depois de 30 anos de trabalho, sem nunca ter ganho qualquer tipo de benefício financeiro além do salário mensal, tenho que ser hipócrita e escolher  o que pagará minhas contas e me deixará mais folgada no final do mês. Mas, mesmo sabendo de todo descontentamento latente em mim, as pessoas parecem não entender que ninguém é dono de ninguém; sou funcionária e não escrava, onde o patrão decide se vai me largar ou não, mesmo eu não sendo mais útil. Vou continuar na batalha prá trocar de “casa” e, quem sabe, aproveitar melhor os 03 anos que faltam prá me aposentar, com um pouco mais de relaxamento e mais grana para respirar melhor. Nunca fui de me mixar pro trabalho, sempre fiz tudo de acordo com o que me pediam e, às vezes, me puxava prá não deixar meus colegas no sufoco, mas, percebi que todo esse esforço, essa vontade de ser correta, não faz sentido nenhum para quem “comanda”; o que importa é ser político, é ter “costas quentes” e, se você é uma pessoa comum, um servidor que só tem que cumprir ordens, problema seu. Vire-se. Tente sair da teia da aranha prá ver o que acontece: enreda-se mais e continua no mesmo lugar que não te dá mais prazer, não te acrescenta nada mais profissionalmente e nem pessoalmente. Uma vez, em uma conversa com um “superior”, eu disse que não venderia a alma ao diabo por uns trocados a mais, pois, onde estava meu trabalho estava sendo reconhecido e seria devidamente recompensado. Mas, depois de 01 ano fazendo bem meu trabalho, ouvindo ameaças de processos daqui e dali, gritos, xingamentos injustos e idiotas, decidi que é preferível tratar diretamente com o chifrudo do que com chifrudos disfarçados de anjos. O chifrudo verdadeiro é direto, sincero e não deixa margem a dúvidas sobre o que realmente espera de ti, mesmo com uma ponta de maldade. Os disfarçados, usam de tua boa vontade para te enganar e, mais tarde, descartar e ignorar tua presença. Vou continuar atrás do que quero e, se não conseguir, só me resta sentar no meu cantinho e esperar o dia passar correndo.