Com a nova idade chega o saudosismo que, tenho certeza, está presente em todos nós, mas, sempre acaba se manifestando quando nossa sensibilidade está mais aflorada. E, a saudade se manifestou em todo o meu ser nesta semana, muito mais forte, muito mais dolorida. Saudade de pequenas bobagens, de grandes momentos, de pessoas inesquecíveis, de gestos simples, de palavras de carinho. Senti saudade de paquerar, de sentir as tais “borboletas” batendo suas asas coloridas no meu estômago, de encontrar alguém que me faça sentir especial, alguém que me mostre qualidade no desejo, verdade no querer, cumplicidade na relação e que não exija quantidade no sexo, porque quantidade pede “elasticidade, disposição física e muita energia”, o que, ultimamente, não é o meu ponto mais forte....estou sendo sincera. Saudade de ouvir as gargalhadas da minha mãe, de atender seus pedidos para comprar isso ou aquilo para os netos amados dela, de chegar em casa e compartilhar meu dia e de receber um conselho sempre sábio e muito religioso: “se te sentir incomodada, reza!” e, claro, de ficar só sentada, conversando e vendo o tricô ou crochê ir se transformando em algo lindo para uso próprio ou para presentear alguém querido. Fico me perguntando se um dia a dor da perda diminui...Diminui? Saudade de tomar café da tarde com minha irmã durante a semana, ficar jogando conversa fora, de achar graça do riso fácil dela quando falava alguma besteira; mas, com os dias mais atribulados, filhos crescendo, muito mais responsabilidades, o tempo que dedicávamos uma a outra se esvaiu como areia entre os dedos e, me vi sozinha, com um grande muro invisível separando nossos mundos. Sinto saudade da camaradagem diária com minhas amigas, de ficar ligando para saber como estão, de combinar o café ou o chope para o final da tarde e estar lá, sem furar o programa, de ter mais tempo juntas e poder abrir meu coração, dizer como ando me sentindo e tentar dar boas risadas da situação. Saudade do tempo em que eu não tinha saudade, onde rir era mais fácil que chorar e a dor não fazia parte do meu livro da vida, saudade de achar que nunca me sentiria sozinha. É bom escrever, colocar no papel e, ao reler, perceber que somos privilegiados por ter consciência de que, para termos uma história precisamos passar por etapas de crescimento, amadurecimento, aceitação, perdas e, claro, saudade. E, no fundo, sei que isso não tem a ver com a idade; tem a ver com o coração e, se ele está batendo forte, pulsando vida, essa saudade precisa ser vivida, sentida e chorada, pois, é assim que nos tornamos fortes.
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