Meias em Rivera
Fui a Rivera com uma amiga – meio que “mula” dela e, como
foi minha primeira experiência, fiquei fascinada
por aquele paraíso de odores maravilhosos que saía a cada porta de loja que
passávamos. Mas, ao mesmo tempo, do lado de fora, éramos atropeladas – a todo
momento, por vendedores ávidos em nos enfiar goela abaixo pares e mais pares de
meias, de uma forma insistente, cansativa e desagradável. A pergunta que surgia
em minha cabeça, a cada um que chegava
chegando repleto de meias, era: “34 graus...usar meia aonde com esse calor?”.
Como isso aconteceu o tempo todo, começamos a levantar algumas possibilidades
para tanto desespero e falta de noção: as meias eram feitas de cocaína e, nosso
lado CSI começou a imaginar situações, tipo, compraríamos as meias e, na
Receita Federal, nos fariam descer e meias seriam colocadas em bacias com água
morna para testes de presença de coca e, claro, nos ferraríamos porque as meias
seriam todas feitas da droga, a mais pura e, como explicaríamos isso? Outras
situação, seria o ar condicionado do ônibus estar hiper-super-muito gelado e
colocarmos as meias para aquecer nossos pés, sair para andar um pouco no
corredor esticando as pernas e o tapete
do ônibus ficar todo marcado de branco com o desenho dos nossos pés....quanta
loucura, não?? Afinal, qual seria o objetivo de venderem meias feitas de
cocaína para pessoas que apenas usariam as meias em seu lugar de uso: os pés.
Viagem pura a nossa. Mas, claro que perguntamos
por que vendiam tantas meias e responderam que era o ganha-pão deles, que era
melhor que roubar...Mas, a explicação não convenceu e voltamos para casa com a
pulga atrás da orelha, desconfiando que, de alguma maneira, aquelas meias
conseguiam atravessar as fronteiras e fazer com que pessoas desavisadas andassem
desfilando pó branco por aí e, misturada a essa ignorância, muito chulé também.
Quando a imaginação é fértil, sobram insinuações e muita diversão.
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