A natureza está se vingando muito bem de nós, meros humanos, que insistimos em mexer com os brios dessa força que não temos sequer idéia de todo seu poder. É chuva que vem com tudo, alagando e levando tudo que vem pela frente; é vento que derruba casas, arranca árvores, contorce ferros; é sol que chega para dar uma secada no que a chuva deixou ensopado; é frio que nos tonteia porque não sabemos, com certeza, onde terminou o inverno e começou a primavera. A doideira está tão grande que, pela manhã, saí com sol, de óculos escuros, com um ventinho não tão frio, quando cheguei na parada da lotação, percebi que meu óculos estava cheio de pingos e me dei conta de que estava chovendo – claro que não tirei eles do rosto, o sol “ainda” estava brilhando. Quando cheguei no centro, o vento havia aumentado sua força e começava a nublar; como fui caminhando do centro até meu local de trabalho – isso deve dar uns 15, 20 minutos – fui sentindo calor e imaginei que o dia seria quente. Agora, sentada dentro da minha sala quentinha, janelas fechadas, estou ouvindo a fúria do vento lá fora, fechou geral o tempo e o sol se foi, assim como minha esperança de que esquente até o final da tarde e, pior, está caindo aquela chuvinha fina, que só serve para embaçar nossos óculos e molhar nossa roupa, pois, com esse vento forte e a indecisão da chuva em saber prá que lado vai virar, não tem como usar uma sombrinha - o jeito é encarar as gotículas quase invisíveis que caem, mas, acabam deixando suas marcas em nossas roupas sequinhas e quentes. E, mesmo com toda essa loucura da natureza, vejo que as pessoas continuam sem se preocupar com suas atitudes diárias, não respeitando espaço nenhum, não fazendo uso do bom senso para que essas enchentes, alagamentos, bueiros entupidos não sejam uma tortura para quem tem noção de que, cada vez que chove, os rios sobem, os esgotos não dão vazão á água que fica nas ruas e o lixo se espalha por todos os lados. Não vejo dificuldade em separar o lixo, colocá-lo em sacos bem fechados, deixá-lo dentro do meu pátio e esperar que a coleta seletiva passe e recolha tudo. Vejo que tem muita gente que se acomoda porque sabe que, em algum momento, alguém vai passar e recolher a garrafa pet que está largada na frente do seu portão, a lata de cerveja que foi descartada no meio da rua ou a caixa de leite que foi colocada dentro da lixeira, mas o vento forte carregou. Para mim, virou uma atitude normal voltar para casa, depois de sair com meu cachorro, e levar algumas dessas tralhas para colocar dentro do lixo seco que recolho e, toda sexta-feira, entrego ao lixeiro. Não vejo dificuldade nessa ação, o que vejo é um relaxamento coletivo, um pensamento pobre de que qualquer tragédia aquática que se abata sobre uma cidade é culpa, exclusivamente, do governo. Se todos pensassem no coletivo, muitas coisas ruins que acontecem por aí, certamente, seriam evitadas. Tento fazer minha parte, mas, sou apenas uma entre tantas outras poucas que sei que têm esse cuidado. Como mudar a mentalidade das pessoas? Trabalharei o cérebro para achar uma solução, antes que eu também seja inundada por essa onde de pouca vontade em ajudar a cidade e preservar a natureza.
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