Tive um sonho muito estranho a noite passada: acho que iria me mudar ou viajar para algum lugar – não sei direito e, claro, precisava deixar meu cachorro com alguém. Lembro que minha mãe (desencarnada) estava no sonho, meu pai e minha irmã também e, não sei porque, minha irmã ficou de cuidar do cachorro. De repente, ela estava na praça em frente a minha casa, sem o cachorro; perguntei onde ele estava, pois, não precisaria mais deixá-lo com outra pessoa – acho que não teria mais viagem ou mudança – sei lá, sonhos são umas loucuras do nosso inconsciente; o lado bom é que vamos e voltamos de onde queremos e mudamos de idéia quando bem entendemos....rsrsrsrsrs....Bem, ela me respondeu que o havia deixado na casa de alguém; me bateu um desespero, comecei a chorar e implorar para me dizer onde, na casa de quem meu cãozinho estava e ela, sem falar, só me olhava e apontava para um lugar qualquer. Acordei com o coração aos saltos, o corpo meio tremendo e olhos molhados de lágrimas que havia derramado no sonho, o que me leva a crer que eu continuava a choradeira pós-sonho....isso é assustador, não é? Mas, quando acordei, olhei para o cantinho onde meu little dog dorme e, claro que muito aliviada, vi que ele continuava lá, ressonando como uma criança que armazena energia para gastá-la assim que despertar. Continuei deitada, pensando no sonho e lembrando da aflição que senti quando achei que tinha perdido meu cão; percebi que toda a dor que vivi quando da perda da minha mãe, foi se armazenando e, para tentar aplacar um pouco o que sentia, acabei me dedicando muito mais aos meus sobrinhos, passando tardes com minha irmã, cuidando de meu pai que teve um contratempo com o coração e, sem mais nem menos, anos depois desse triste evento em minha vida, um simples sonho, vem me mostrar que todas as coisas que fiz, ações que realizei, não foram o suficiente para aplacar essa falta, esse espaço vazio que ela havia deixado na minha vida, nos meus dias e nas minhas noites sem ter com quem me abrir. Descobri que esse bichinho que cruzou o meu caminho, presenteado por pessoas especiais, virou o meu talismã, tornou-se a peça-chave para acabar com a carência de me doar, de dar amor, de cuidar de alguém. Descobri que ele tornou-se o filho que não tive; o sobrinho que necessitava de mim quando mal sabia andar e, agora, se vira sozinho e ficou maior que eu; a irmã que ligava para bater papo e ficar bebericando um café, mas, no atual momento, tem tantas atribuições que não sobra tempo nem para ela; o pai que não sabia entrar na loja e comprar sua própria camisa e, hoje, tem cartão de crédito e reaprendeu a viver. Enfim, não queria ficar tão agarrada a esse cachorro como se ele fosse a minha tábua de salvação, mas, ele é o mais próximo que tenho de alguém que depende de mim, que exige minha atenção, meu carinho. Ele me fez ser uma pessoa mais emotiva, menos dura comigo mesma e, me fez perceber que voltar para casa ainda é a melhor coisa no final do dia, pois sei que ele estará lá, abanando seu rabinho, pulando nas minhas pernas e pedindo, apenas, que eu o afague para saber que é amado e, eu, claro, com toda essa festa de carinho, tenho certeza de que sou amada também. Acho que uma parte do vazio que minha mãe deixou, começa a se preenchido.
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