Outro dia, meio sem fazer nada, entrei em um chat – não vou dizer que foi a primeira vez, porque não foi....já fazia, na verdade, uns 02 anos que não entrava, mas, na bobeira, entrei. E, mesmo depois de tanto tempo sem acessar o que é conhecido como um potencial e seguro lugar para conhecer pessoas, percebi que continua tudo igual. Poucas são merecedoras de nossa atenção e, não sou exigente, hein?? Até porque, se fosse, não entraria não é mesmo? Mas, se começamos a ler o absurdo que as pessoas escrevem, as perguntas estúpidas que fazem e, o quanto se oferecem por dinheiro, ficamos de cabelo em pé; e, permanecemos lá, quietos, aguardando que alguém nos convide para uma conversa, ou, na intuição mesmo, algum nick nos chame a atenção e chamamos para o bate–papo. Já conheci algumas pessoas bem legais, outras deixaram a desejar, algumas foram inesquecíveis e viraram amigos e, a maioria, foi um “riozinho que passou em minha vida” e...acabou. A curiosidade sempre é grande e gosto de saber o que acontece nas redes mundiais de papo online (lindo isso, não??) e, claro, para isso, preciso me infiltrar e entrar no clima, como diz uma amiga minha: se a situação ou o local são diferentes das tuas crenças, “entra no clima”. Mas, mesmo entrando de mente aberta, com boa vontade, está ficando difícil agüentar tanta abobrinha, tanta mentira e enrolação juntas; ok, sei que vão pensar que “isso não é lugar para arrumar alguém”, “pode conhecer algum maníaco”, “algum explorador de velhinhas”, também penso nisso, mas, é interessante ver o jogo todo que as pessoas fazem para tentar arrancar alguma coisa do outro e, como disse no começo, é um lugar potencialmente seguro, afinal, se o papo não está legal, encerra-se o assunto, bloqueia-se o indivíduo e caímos fora (ou, procuramos por outro...rsrsrsrsr), sem dar informações além daquelas já colocadas no início da conversa: nick, idade e estado civil...só, nada mais – o resto vai ser só aquilo que se gosta de fazer nas horas vagas, o que se procura no chat...etc..etc..etc. O que mais me incomoda, são as mentiras deslavadas que contam e, que se nosso radar não detecta, acabamos caindo na lábia certeira desses aproveitadores de plantão; e, se a carência por colo é grande, então, nem se fala, nos deitamos no divã on line e abrimos nosso rosário de confissões e segredos mais desejosos de serem desvendados e, claro, saciados. Na maioria das vezes, os chats são uma total decepção, e, mesmo que não acreditemos neles, sempre entramos com a esperança de que conosco será diferente; mas, outras vezes, são divertidos e cheios de coisas novas, conversas estranhas e promessas sem sentido que nos alegram um pouco mais o dia e tornam menos carente a nossa solidão. Não vou deixar de acessar, óbvio que não; afinal, já disse, sou aberta a novas experiências virtuais, novos conhecimentos através de um teclado que, mesmo sem que se perceba, expõe nossos medos e, na verdade, funciona até como uma terapia, pois quando relemos o que se escreveu, enxergamos dentro de nós mesmos e podemos entender porque as pessoas se refugiam nesses sites em busca de uma companhia legal: medo de colocar a cara a tapa e sofrer novamente. Pelo menos, comigo é assim: o virtual me anima e dá segurança; a realidade me assusta e desencanta.
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