quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Beijos matinais...

Manhã começando com beijo...através da janela da lotação, parada em um sinal, percebi o casal despedindo-se apaixonadamente...abraços, beijo e pé esquerdo levantado, como naqueles filmes românticos e mais antigos, onde o beijo do homem da sua vida mexe tanto com seu coração e seu corpo, que o sinal de que o carinho está agradando é dobrar a perna e manter o pé em linha reta, apontando para o chão. E, claro, fiquei divagando sobre isso, antes de abrir o livro que estou lendo (a menina que não sabia ler), pensando em todos os casais apaixonados que, naquele mesmo momento, em lugares diferentes, estariam praticando o mesmo gesto de despedida. Não tenho este tipo de despedida faz muito tempo e, sinceramente, não fiquei com inveja da cena que presenciei (até, porque, o cara nem fazia meu tipo...apesar de, já ter dito antes, depois de uma certa idade, não existe mais o tipo certo); fiquei, apenas, imaginando se eram namorados recentes, casados há pouco tempo ou, até amantes, quem sabe... Falo isso, porque não é comum encontrar casais de 15, 20, 30 anos, demonstrando esse tipo de intimidade em público; quando essa intimidade existe, é feita entre quatro paredes, sem expectadores. Me pergunto: porque esse frescor do início de uma relação vai morrendo com o passar do tempo, com o melhor conhecimento do outro? O que muda? O que acontece, de verdade? Acaba o desejo? A excitação pelo toque do outro vai para onde? A intimidade acaba sufocando o desejo do dia-a-dia? Sei que são perguntas que – penso eu – ninguém consegue responder, até porque, relacionamentos não são fáceis; não é fácil o relacionamento com nosso interior, imagina com o do outro....Mas, foi bom ver que ainda existem pessoas que não têm vergonha de amar e mostrar isso e, mesmo não sendo eu envolvida naquele abraço, a visão me fez sentir que ainda existe esperança de novos amores, novos abraços, novos pés levantados quando a boca certa beijar a nossa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário