quinta-feira, 3 de novembro de 2022

ANSIEDADE


Ansiedade. Palavra que assusta, intimida e acaba com nossa paz.

A - antecipação dolorosa de qualquer coisa, seja ela boa ou não.

N - negação - negar que é ansioso, que sente pânico de algumas situações, que tem medo.

S - sufoco - tudo parece mais angustiante do que realmente é.

I - insegurança - o medo bate de repente, a imaginação corre na frente de cada situação que surge somente no nosso pensamento.

E - expectativa de que tudo vai passar, que vai se acalmar, tudo volta ao normal.

D - desespero - o ar não vem, a respiração tranca no meio do caminho, o peito dói.

A - ajuda - é o passo mais importante. Pedir ajuda de um profissional que tenha empatia pelo seu problema.

D - dúvida - começamos a questionar nossa sanidade, querendo saber o que provoca toda essa dor, essa loucura insana que se apossa de nós.

E - esperança - de melhorar, de deixar a medicação de lado e tentar ter uma vida mais leve e sem sobressaltos.

Minha definição de ansiedade é essa: ar trancado, dor no peito, bocejar para forçar a respiração, medo de morrer, medo da solidão e, o pior de tudo, é não saber quando isso vai acontecer, o que vai causar, onde será o estopim. Sem as respostas, fica tudo mais difícil e doloroso, pois, na verdade, estamos em luta com um fantasma, algo que não podemos tocar ou controlar e, com certeza, isso nos deixa 100% mais ansiosos, pois, do nada somos nocauteados por coisas que nem nós mesmos sabemos.


terça-feira, 1 de novembro de 2022

TENTANDO "SER" IDOSA

 




      Quando era mais jovem e ouvia falar que “é bom envelhecer”, sempre imaginei que, chegando a tal “melhor idade”, faria as mesmas coisas que minha avó e minha mãe costumavam fazer: cuidar dos maridos, da casa, dos filhos e, como distração, se atracavam nas agulhas de crochê e tricô, enchendo os netos de roupas quentinhas, todas trabalhadas nos mais incríveis detalhes e, para não deixar nada para trás, a casa era toda enfeitada com lindos trilhos de crochê e conjuntos que coloriam tudo.


     Posso dizer que minha mãe era, para a época um pouco fora do padrão, não porque não fizesse tudo o que coloquei aqui, mas, porque trabalhava fora, ajudava nas despesas da casa, nos orientava da melhor maneira que podia, parecia estar sempre um passo a frente das mulheres da idade dela. Não era perfeita, mas, era o exemplo de mulher que eu queria ser quando crescesse e tomasse consciência que, para tudo que desejamos fazer, existe um obstáculo a ser ultrapassado. Era guerreira, ilimitada, plena e, com certeza, uns 50% de tudo isso foi deixado no nosso DNA – meu e de minha irma.


    Mas, hoje, não me sinto dentro do grupo das senhoras de 50-60 anos. Não sou jovem o suficiente para enlouquecer ou madura demais para me sentir idosa. Ás vezes, fico pensando se as senhoras da minha idade também passam por isso, por dúvidas, por receio de serem julgadas, por medo de não fazer valer a verdadeira idade. O pior, é sentirmos que temos limitações, tipo, não posso correr muito porque cansa, fico mais ofegante que o normal; se subir em uma escada a tontura vem e haja habilidade para não despencar no chão; se rir demais o xixi desce sem dar tempo de chegar ao banheiro; as dores ficam mais comuns e quase diárias; os olhos já não ajudam na leitura, na distância, perto demais...e, mesmo dentro de todo esse panorama descrito por mim, ainda não me sinto pronta para ser “idosa”, para deixar o cabelinho todo branco, colocar um avental e ir para o fogão fazer gordices para o povo.


    O século XXI está aí para que possamos sentir o doce da vida e não o peso da idade. Somos seres únicos e prontos para viver. Somos luz e energia. Somos pura teimosia, pois, mesmo os limites batendo na nossa porta, continuamos a fazer o que sempre fizemos, com um pouco mais de lerdeza, mas, com muito mais vontade de quebrar barreiras.


    Às vezes, bate o medo. Medo de tudo acabar e não ter mais tempo de fazer as coisas que gosto, de curtir mais meus amigos, de estar ao lado da minha família, de levar meu Forks para passear – ele também já tá na faixa idosa. Mas, se permitir que todos esses pensamentos me apavorem, o tempo fica menor e a dose da Sertralina aumenta. Então, vamos levando a vida e deixando ela nos levar, porque ela é bonita, é bonita e é bonita.

sexta-feira, 28 de outubro de 2022




Hoje, não sei o motivo, me descobri órfã. Perdi meus pais: minha mãe há 19 anos, quando ela tinha somente 59 e, com certeza, tinha ainda muita vida pela frente; meu pai se foi há 05 anos atrás, com 84 anos e, mesmo já tendo vivido muitas coisas boas ou não, acho que dava para ir um pouco além dos 84. 

Percebi que não fiquei órfã apenas da presença física, mas, fiquei órfã do abraço apertado, da gargalhada contagiante, do olhar de ternura, do conselho certeiro, da bronca, do deboche, de muitos momentos que, agora, existem apenas nas minhas lembranças e, juro, tento manter tudo vivo dentro do meu coração. Não posso - e nem quero, esquecer tudo o que sempre nos uniu, tudo que meus pais deixaram como herança para que pudéssemos seguir nossos caminhos andando sobre os seus passos.

Eles eram tão diferentes e tão iguais que, as diferenças de um acabava completando o outro e, assim, seguiram juntos por mais de 40 anos, numa relação cheia de altos e baixos, de superações, de companheirismo.

Sinto uma falta enorme deles. Faz falta chegar em casa e saborear um chazinho com bolachas, contando meu dia e acompanhando o vai e vem das agulhas de crochê nas mãos prendadas da minha mãe, me sentir aconchegada e em casa. Faz falta ver meu pai todo faceiro, enfeitado e perfumado para o baile de domingo e eu dando conselhos: avisar quando chegasse lá e quando estivesse saindo, para esperar com a luz da rua acesa e, enquanto não chegasse, eu não dormia.

Eles eram minha base, eram a certeza de que eu, mais adulta, iria compensá-los por tudo o que nos proporcionaram, dar conforto e tranquilidade. Só que a vida não nos dá um manual de como proceder, de quando vamos nos separar de quem amamos, não nos avisa quando nos dará uma rasteira e, só nos resta aceitar suas regras, tentar andar nessas linhas loucas e irregulares que ela coloca em nossos caminhos.

E, sem instruções, ela nos tira, mas, acho que com dó de nosso sofrimento, tenta amenizar nossa dor e envia anjos que, por incrível que pareça, não deixamos de sofrer, mas, o sofrimento acaba amenizado pelo sorriso encantador da infância que começa a surgir na família, acendendo novamente a esperança de momentos de muito amor e ótimas lembranças.

Que meus pais recebam sempre nosso amor no plano em que se encontram.

quinta-feira, 27 de outubro de 2022

A LUA ME INSPIROU

 O ano é 2022 e, depois de quase 03 anos sem colocar nada no papel, hoje, olhando para o céu percebi que a lua sorria e, juro, me deu uma vontade de sentar em frente ao computador e escrever...sobre qualquer coisa, sobre a vida, sobre tudo e nada. Bem, depois desse descanso que dei ao teclado, volto querendo rebentar a boca do balão e, olha que odeio balão (cheiro, barulho, formato). Muitas coisas aconteceram nesse tempo ausente, mas, não perdendo o bom humor e a positividade, nunca, volto para contar alguns "causos" e algumas bobagens. Adianto que, a idade chegou e me deixou um tanto quanto esquecida de datas, momentos e alguns pontos das coisas que vou falar. Voltando à lua...já perceberam quão bela ela é em suas formas e, mesmo que não se perceba, ela nos inspira, atiça nossa imaginação e enche nossa mente de curiosidades? Sempre penso: como São Jorge se esconde lá dentro com seu cavalo e aquela baita lança que abate dragões? Aliás, onde ficam esses dragões? De onde surgem? Do que se alimentam? E, quando observamos melhor, as formas que nela se instalam são tão curiosas, diferentes e, digamos, assustadoras, mas, não menos belas. Na verdade, não tenho muito assunto para esse "reescrever", mas, estou tentando recomeçar, me reconectar com as letras e colocar para fora todo esse palavreado enclausurado dentro de mim há tanto tempo. Passamos pelo COVID, pelas loucas decisões do Presidente da Rússia em atacar a Ucrânia, pelo futebol brasileiro cheio de altos e baixos, pelas perdas de grandes personalidades, pelas previsões furadas e sem noção de algumas falsas videntes. Enfim, um ano sem esse tipo de situação não seria um ano normal. Ah, e tem, ainda, as eleições presidenciais, onde os simpatizantes de partidos brigam por qualquer "a" que o outro diga; tem os malucos que ficam se ofendendo como se o cara que ganhar vá, após a vitória, apertar sua mão e agradecer pelos xingamentos proferidos aos eleitores da oposição.  O mundo está maluco, as pessoas estão perdidas; às vezes, parece não termos para onde correr, onde expor nossa opinião sem sermos julgados, crucificados ou, no momento atual, cancelados. Mas, tudo faz parte da engrenagem desses lugares doidos onde nos instalamos e, claro, temos que aprender a nos encaixar, mas, sem perder nossa visão imparcial de tudo o que nos rodeia e que, futuramente, de alguma maneira, possa nos ajudar a descobrir porque estamos aqui e como sobreviver nessa selva louca e insegura chamada mundo.

quinta-feira, 6 de junho de 2019

Junho. O ano está na sua metade e, como sempre, nem percebemos - tudo passa muito rápido, acontece muito intensamente, assusta, em alguns momentos. A vida parece estar perdendo um pouco seu sentido diante de tanta confusão criada pela ganância, vontade de ser mais, de ter mais e de se encaixar em algum lugar no mundo. Está tão fácil enredar o outro, criar situações embaraçosas em prol de um alpinismo social que, mesmo que a suposta vítima tenha razão, acaba jogando toda a verdade dentro de um mar de dúvidas bobas e interessantes de se correr atrás. Tem um ditado que diz: "quando um não quer, dois não brigam", mas, quando um quer demais tirar proveito de algo e o outro se apercebe disso, as coisas descambam de vez e o circo se arma. A tecnologia é um triunfo nesse nosso mundo onde, mesmo em 2019, ainda existam lugares sem o básico para a sobrevivência de seus ocupantes, mas, ao mesmo tempo, é uma arma poderosa para quem souber usar essa ferramenta. Em um show, a necessidade de filmar é maior da que de assistir ao vivo, sentir a vibração, pois, precisa expor, mostrar para o mundo que você está ali, que tem poder e que pode usufruir desses momentos; vai jantar, o prato sempre é a melhor foto, ao lado daquela sobremesa maravilhosa. O real parece ter dado lugar ao virtual; estamos entrando em um estado de reclusão, de solidão e de medo de sair de trás dos teclados para que a vida nos estapeie e nos faça acordar para o que de melhor existe: o sol lá fora, a vida pulsante pedindo passagem, o ar - mesmo poluído e que, mesmo assim, nos faz sentir viva. Mas, com certeza, não estamos sós, pois, nossa vida é regulada, é vigiada o tempo todo. Quando essa fase passar, teremos a chance de, novamente, olhar no olho, pegar na mão e sentir as tais borboletas no estômago.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

2019. FEVEREIRO. Segundo mês do ano e, juro, já parece que estou há 360 dias nele. Isso se chama "necessidade de férias"....URGENTE. O ano passado foi difícil, pesado, cansativo ao extremo, mas, conseguimos sobreviver e chegarmos até aqui.

terça-feira, 29 de janeiro de 2019


2017. MARÇO. Fomos para Natal-RN - gente, que lugar lindo. De sonho mesmo. Claro que falo da parte turística, onde tudo é perfeito, limpo e, com solução para todas as nossas dúvidas. Andei de buggy, sem emoção, mas, meu útero não entendeu isso e quase saiu do meu corpo na primeira descida mais louca; fiz mergulho - se é que dá para chamar aquilo de mergulho: enfiar a cara dentro da água, mas, continuar agarrada no barco...lembrando dá vontade de rir, mas, o pânico foi maior, acreditem; dirigi um triciclo elétrico - sei lá como chamam aquilo, me senti toda besta, me achando toda.

2017.