quinta-feira, 6 de junho de 2019

Junho. O ano está na sua metade e, como sempre, nem percebemos - tudo passa muito rápido, acontece muito intensamente, assusta, em alguns momentos. A vida parece estar perdendo um pouco seu sentido diante de tanta confusão criada pela ganância, vontade de ser mais, de ter mais e de se encaixar em algum lugar no mundo. Está tão fácil enredar o outro, criar situações embaraçosas em prol de um alpinismo social que, mesmo que a suposta vítima tenha razão, acaba jogando toda a verdade dentro de um mar de dúvidas bobas e interessantes de se correr atrás. Tem um ditado que diz: "quando um não quer, dois não brigam", mas, quando um quer demais tirar proveito de algo e o outro se apercebe disso, as coisas descambam de vez e o circo se arma. A tecnologia é um triunfo nesse nosso mundo onde, mesmo em 2019, ainda existam lugares sem o básico para a sobrevivência de seus ocupantes, mas, ao mesmo tempo, é uma arma poderosa para quem souber usar essa ferramenta. Em um show, a necessidade de filmar é maior da que de assistir ao vivo, sentir a vibração, pois, precisa expor, mostrar para o mundo que você está ali, que tem poder e que pode usufruir desses momentos; vai jantar, o prato sempre é a melhor foto, ao lado daquela sobremesa maravilhosa. O real parece ter dado lugar ao virtual; estamos entrando em um estado de reclusão, de solidão e de medo de sair de trás dos teclados para que a vida nos estapeie e nos faça acordar para o que de melhor existe: o sol lá fora, a vida pulsante pedindo passagem, o ar - mesmo poluído e que, mesmo assim, nos faz sentir viva. Mas, com certeza, não estamos sós, pois, nossa vida é regulada, é vigiada o tempo todo. Quando essa fase passar, teremos a chance de, novamente, olhar no olho, pegar na mão e sentir as tais borboletas no estômago.

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