quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Lotação - mais uma vez

Mais uma vez meu tema será “lotação”, que é o meu meio de transporte diário e, claro, sempre ocorre algo que acaba influenciando alguns usuários do micro-ônibus. Bem, percebo que algumas pessoas, quando entram, escolhem um assento e, como num passe de mágica, deitam a poltrona para trás, com sinais de que já acordaram cansados e como se a viagem fosse durar mais de 05 horas quando, na verdade, o tempo máximo até o destino final é de, no máximo, 20 minutos....20 minutos, gente....não precisa dormir, roncar e babar até chegar onde deseja. Mas, deitam a poltrona e nem sequer olham para ver quem é o ocupante da poltrona de trás, não sabem se há espaço suficiente para essa pessoa e se, de algum modo, vai deixar essa mesma pessoa desconfortável...não, apenas se espicham todo e quem está atrás que se lixe. E, outro dia, aconteceu comigo; sentei e mesmo o espaço entre os bancos sendo mínimo, um rapaz chegou, sentou na frente e se jogou para trás – por pouco não grudei os dentes na cabeça dele, como se a lotação tivesse sido feita só para ele. Fiquei fula da vida; cutuquei e pedi para puxar um pouco a poltrona para a frente e, com toda a educação do mundo, ele o fez; em outro dia, aconteceu o mesmo, mas, era uma adolescente e, quando pedi para puxar a poltrona, me olhou feio, ajeitou a mesma para a frente e trocou de lugar. Quando essas coisas acontecem, fico pensando em vários argumentos para usar se alguém disser que não vai atender meu pedido e, ainda não usei nenhum, mas, quando for preciso, o argumento maior será: se pego lotação, pago para isso e quero conforto, assim como quem deitou na poltrona. Bonitinho, não? rsrsrsr....Outra coisa que me deixa chateada: todas as janelas fechadas em dia de frio e o ar desligado: chego a ficar com falta de ar. As pessoas parecem ter medo de pegar um ventinho na cara, parecem preferir pegar o vírus do outro, uma gripe, uma tosse; sei lá, uma pereba qualquer. Quanto sento perto da janela, a primeira coisa que faço é abrir a vivente, isto quando não está selada  e meu braço não tem força para puxar uma fresta e, o pior, ninguém ajuda, como se fizessem um pacto de ficar sufocados ali dentro, com um ar viciado, numa mistura de vários odores, germes e pensamentos. Mais uma coisa que me incomoda na lotação: gente de pé...porque carregar passageiro em pé se o certo é só passageiro sentado? E, além disso, têm uns que entram sabendo que não tem lugar para sentar e ficam grudados na gente, jogando bolsa na cara, enfiando sacola no nosso colo, numa intenção única de que peguemos seus pertences ou, gentilmente, cedamos nossos lugares. Comigo, não! Primeiro que não vou de pé – já entrei e quando vi que não tinha lugar para sentar e o motorista se fez de bobo e não me avisou, pedi para descer e, mesmo resmungando, abriu a porta e saí - já disse: gosto de ir de lotação para meu conforto e estou pagando por isso. Pode parecer uma coisa egoísta e mesquinha de minha parte, mas, não pego nada e nem dou lugar; afinal, se a pessoa viu que não tinha lugar para sentar, porque não desceu? Bom, essas são minhas anotações referente a passageiros de lotação e, quem sabe um dia, todos que utilizam o meio, aprendam que o transporte não é só para eles, mas, para todos aqueles que compartilham a vontade de andar confortável e com segurança (nem tanta, ultimamente).    

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