Estava na lotação e ouvi uma menininha, de uns 06 ou 07 anos, falando com a mãe: “lembro quando eu tinha 04 anos...blábláblá....” e, deixei de ouvir o resto porque me dei conta de que não lembro da minha infância. Claro que não lembro a maioria das coisas, lembro de bem poucas na verdade, mas, como pude esquecer da época em que a inocência imperava dentro de mim? E, juro que não é nenhum caso de infância maltratada, pelo contrário, não poderia ter tido pais melhores, que sempre se dedicaram a mim e a minha irmã, com muito amor. Esse esquecimento deve ser coisa da minha cabeça mesmo, pois, muitas vezes, as pessoas com quem convivo, começam a tocar em alguns assuntos do passado, pontuando alguns momentos mais relevantes e eu, óbvio, fico com cara de boba, pois tenho que me puxar para lembrar o que vesti na semana passada. Mas, voltando ao papo da menininha, achei legal ela lembrar o que aconteceu há 02 ou 03 anos e, ouvindo ela falar, parecia ter ocorrido ontem. E, como vou lembrar de uma infância que aconteceu há uns 40 anos atrás? É judiar da memória da “tia”, não é?? O que lembro, mesmo não sendo muito, foi legal para mim: batizados de bonecas – clássico entre meninas que sonham crescer, casar e ter filhos (isso, na “minha” infância); das voltas de bicicleta, dos tombos dos caroneiros, da calça boca de sino enganchada na correia; dos jogos de futebol no “campinho” que, hoje, é uma praça, a qual não é dada muito valor e nenhuma atenção. Lembro das brincadeiras de esconde-esconde, pega-pega, de passar o anel – tudo muito divertido e inocente. E, me perguntei: será que essa menina se diverte inocentemente? Será que é feliz, como eu fui na minha infância de poucas lembranças? O bom de tudo, é que essas poucas lembranças ficaram guardadas no meu cérebro e gravadas no meu coração, fazendo de mim a pessoa que sou hoje, sempre com um “quê” divertido e moleque da criança que ficou para trás, mas, que me tornou um adulto bem resolvido e feliz.
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