O Natal já passou e, depois de 07 anos, foi o menos dolorido de todos. A saudade esteve presente (como em todos os dias), mas, foi mais doce, mais interna, menos aparente. Consegui passar o Natal sem lágrimas, sem me recolher após o primeiro cumprimento. Foi diferente. Resolvi, no dia 25 ir a Guaíba, visitar minha tia, primos e afilhado; saí cedo e, depois de querer pagar a passagem do ônibus, descobri que era “passe livre”, isso significa que: os ônibus estarão cheios, toda criança que normalmente não paga passagem irá sentada e você de pé, todo morador de rua pegará o ônibus para passear pela cidade – nada contra, deixo bem claro; mas, é meio desgastante sair em dia de passe livre. Só que, nesse dia especial (e por ser cedo: 08h40min)o ônibus estava vazio e peguei na corrida, porque chegamos juntos a parada. Bem, esse era o meu ônibus até o ponto onde pegaria o de Guaíba, o que dá uns 10 minutos; desci na Praça Pinheiro Machado( que fica entre a Avenida Farrapos e a Avenida Presidente Roosevelt, de onde tenho uma visão geral da Farrapos, por onde os ônibus passam e vejo quando os da empresa Guaíba estão chegando). Passaram uns 20 minutos, eu na parada e o senhor que cuida da praça, varrendo prá lá e prá cá e mais uns 06 vagabundos sem fazer nada – não nego que fiquei meio receosa, mas, tinha meu super guarda-chuva para me defender se precisasse (ou da chuva ou de um vagabundo mais desejoso de minha bolsa) e, vi 03 ônibus da empresa adentrarem a Av. Farrapos. Fiquei aguardando, porque em menos de 05 minutos eles chegariam e eu embarcaria em um deles toda feliz, rumo à casa da minha querida tia; e, os minutos correndo...nada de nenhum deles chegar e, eu já estava espraguejando porque começava a me cansar. Nada...tic-tac...tic-tac...Nada...De repente, não sei porque, virei para o lado e, quase me deu um treco: vi os 03 ônibus, um atrás do outro, entrando na Av. Presidente Roosevelt, pela Cairu, uma quadra antes da onde eu estava. Juro, fiquei sem ação...acho que me deu até tontura...sei lá....nem pensei no momento, apenas, me dirigi para a parada em que eles passaram e, claro, eu não havia embarcado...em nenhum deles. No caminho (uma quadra, apenas, mas, para tentar correr e pegar um ônibus, seria como andar umas 02 horas – tudo fica mais lento quando a pressa bate), liguei para o meu pai, chorando de raiva, querendo pegar o meu ônibus e voltar para a tranqüilidade do lar; mas, ele com toda a calma que é sua marca registrada, me disse para esperar o próximo, ir para Guaíba...etc etc etc....Liguei para minha prima em Guaíba e contei o que tinha acontecido...na verdade, sumiu toda minha sanidade, fiquei sem saber o que fazer,porque estava cega de raiva por não saber da mudança de itinerário; por ter levantado cedo para ganhar um tempo a mais no dia; por ter que sair cedo para pegar ônibus vazio; por ter que sair com o dia nublado, abafado e, ainda por cima, feriado...enfim, ela me aconselhou a pegar o primeiro que passasse, menos Eldorado e San Souci e, quando chegasse perto, ligar que me buscariam na parada...adivinhem qual veio primeiro??? Eldorado...rsrsrsrsr...Mas, em seguida, apareceu um que me levaria, enfim, ao meu destino. E, assim foi. Cheguei em Guaíba quase 02 horas após sair de Porto Alegre, mas, valeu a pena; como sempre, fui bem recebida, tomei umas geladinhas com meu primo, comi carne de javali ou rinoceronte ou búfalo – sei que foi uma das três, bati muito papo, dei boas risadas. Passei um Natal diferente. Realmente. Voltei para casa, mais rápido e com muita chuva. Só que, desta vez, foi mais tranqüilo, afinal, estava voltando para meu lar doce lar.
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