Fui no show dos Jonas Brothers, sim! Poderia dizer que fui para só acompanhar minha sobrinha, para que não corresse riscos voltando sozinha para casa – poderia dar muitas e variadas desculpas. Mas, optei por dizer a verdade: fui porque curto os guris, acho bem gostoso ouvir aquele rockezinho light e por ser um grupo que prega valores familiares muito legais. E, claro, porque – segundo minha sobrinha – sou VIP na Disney: assisto tudo, ainda mais que, nos finais-de-semana todas as séries que assisto durante a semana repetem e, entre assistir a programação da TV aberta e a variedade infantil-adolescente da Disney, opto pela segunda, sem medo de errar. De repente, isso pode ter algo a ver com o que não tive na infância: uma profusão de programas onde posso escolher aquilo que mais me agrada, onde posso ouvir músicas e escolher a que me faz bem ao ouvido, onde posso me conectar com meus sobrinhos de idades variadas e com gostos meio parecidos com os meus. Juro que não é nenhum resgate frustrado de uma adulta que não teve todas essas chances na adolescência...até porque, fui uma adolescente meio abobada: brincava de boneca até os 15 anos....mas, isso não me impediu de amadurecer e, ainda assim, poder curtir isso agora, nessa fase muito, muito, muito, mas muito mesmo, mais madura. Sabe o que me fascina? a energia que essas fãs despendem na idolatria por seus escolhidos. Tudo é incondicional. Tudo é imenso. Tudo é radical. O ídolo, mesmo totalmente distante, torna-se mais íntimo que o amigo mais íntimo; sabem tudo dele: o que come, o que gosta, o que lê, o que sonha. Acho bonita essa entrega, esse carinho com que os recebem e, no show dos Jonas vi isso, nitidamente. A idade é muito variada, mas, não vai dos 8 aos 80 – até porque alguém com 80 que tentasse dançar o primeiro acorde, ficaria totalmente travado; vai dos 8 aos 18, com uma paixão explícita no derramamento incessante de lágrimas de emoção. Os olhos brilham tanto que as luzes do ginásio poderiam ser totalmente desligadas, trazendo uma grande economia de energia; as batidas do som dos corações parecem querer se sobrepor ao som da banda que tanto mexe com todas. Enfim, é uma “histeria coletiva” do bem e, mesmo com a diferença de idiomas, o amor consegue ultrapassar essa barreira e, nos faz perceber que não há limites para nada; os jovens são fiéis ao que amam -mesmo que esse amor tenha prazo de validade, se entregam, se doam totalmente, até o próximo ídolo nascer. Hoje, são os fãs determinados a conseguir um olhar que seja de seu ídolo; amanhã, terão a lembrança dessa fase de tietagem e, terão a certeza de que valeu a pena viver isso. Já fui tiete, já sonhei com meus ídolos. Hoje, acompanho uma tiete. E, mesmo não tendo mais idade para esse tipo de show (nem pernas, ombros, coluna...rsrsrsr), fui com minha sobrinha e, sinceramente, adorei estar ao lado dela, partilhando essa emoção que via saindo de seus olhos; foi lindo, pela primeira vez, ver a alegria dela ao ver e ouvir, ao vivo, seu ídolo, sua paixão. Mesmo ficando completamente surda pela gritaria, cansada pelo tempo em pé, faria tudo novamente. Nada disso importa, não há incômodo nenhum, quando temos a oportunidade de curtir bons momentos ao lado de quem amamos.
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