Porque, nessa época do ano, as pessoas começam a se mostrar um pouco mais sensíveis, mais amigas? Não consigo entender como usam o tal “espírito natalino”, o “clima de final de ano” para exercitarem coisas legais que poderiam ter feito durante o ano inteiro e, de repente, se estressado bem menos e chegado ao final de dezembro um pouco mais relaxadas, mais light, para curtir as tais festas junto com a família e/ou amigos. Sei que não é fácil atravessar um ano inteiro tentando sorrir o tempo todo, ser bonzinho, ser simpático, colocar as contas em dia, cuidar de pequenos detalhes que podem evitar enormes catástrofes econômicas (ao nosso bolso, claro); às vezes, é difícil ser educado, ser humilde, ser compreensivo com a dificuldade do outro, aceitar o erro – por mais simples que seja – e não criticar...Sim...É tudo muito difícil. Mas, se podemos nos “programar” para termos esse espírito do bem, a partir de novembro até o mês de dezembro, porque não nos conscientizarmos que, se esse tipo de atitude for uma realidade durante o ano inteiro, tudo pode ficar muito mais gostoso de ser vivido e, principalmente, será muito mais interessante conviver com nossa própria companhia. E, aceitando nossa companhia – cheia de manias e vontades, poderia ficar mais simples aceitar o próximo, conviver com ele em um ritmo mais sociável, menos desgastante. Já fui mais admiradora das festas natalinas; já curti decorar árvores, comprar enfeites, iluminar a frente da casa com aquela infinidade de luzinhas - cheias de desenhos estranhos quando acesas, já curti, também, comprar presentes, escolher o presente que era a “cara da mãe”, a “cara do pai”, dos sobrinhos, da irmã, do cunhado, das tias, primos, tios, etc.... Mas, isso, agora, está localizado em um lugar tão distante dentro do meu cérebro que, sinceramente, precisaria de um GPS para encontrar essa alegria que se esvaiu de mim, essa vontade que um dia existiu de curtir o Natal em família, de beber todas no Ano Novo, pulando em um pé só, enfiando sementes de romã dentro da carteira, de comer lentilha e ter esperança que o próximo ano seja melhor que o que está acabando. Acho legal quem ainda tem esse espírito, essa esperança...não desfaço de quem acredita, pois essa vontade de que o próximo ano venha com mais coisas positivas, com energia melhores e com um pouco mais de humanidade entre as pessoas, eu também já tive. E, não perdi nada disso porque deixei de ter esperanças, porque deixei de acreditar que tudo é possível...apenas, perdi o interesse, digamos, “comercial” por tudo isso... Na verdade, a esperança de um ano melhor está sempre dentro do meu coração; mas, quando alguém a quem amamos nos deixa nessa época do ano, tudo fica muito marcante, muito mais difícil de ser ultrapassado. Momentos legais que vivemos, vêm a nossa mente como uma película de cinema e, num safanão, nossas lembranças tornam-se vivas, fazendo com quem já partiu se faça mais presente, aumentando a saudade e a vontade de voltar ao passado. Só que o presente é o aqui e o agora; então, o jeito é não perder nossa fé e, tentar passar as festas natalinas junto à família e, esperando que, o próximo ano, o espírito natalino se apresente a partir do primeiro dia do novo ano.
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