segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Beijando o Chão


Andei caindo. De novo! Não tenho osteoporose – fiz uma “densitoalgumacoisaóssea” e deu tudo bem e, segundo minha ginecologista, tenho osso sobrando. Não tenho labirintite ou qualquer coisa que possa me apagar, tirar do ar e me fazer cair de boca no chão. Na verdade, o que aconteceu foi uma fatalidade ou, na verdade, um pouco de falta de noção de espaço entre minha canela e um maldito sofá. Fui fazer um favor no intervalo de almoço – coisa que nunca fiz e, agora, nunca mais farei – e, acabei no HPS, com 09 pontos na testa, 02 vacinas e dores no corpo inteiro, por mais de duas semanas. O que aconteceu foi que, saindo da copa de onde trabalho, tentando encaixar a tampa da garrafa térmica mal acabada cheia de água quente para um infeliz que queria “tomar chimarrão”, bati com a canela numa porcaria de um sofá, colocado exatamente na saída da porta e que, naquele dia, estava estrategicamente posicionado entre meu corpo e o chão. Caí inteira, como um coco despencando de um coqueiro – coqueiro mínimo, porque não sou um pessoa dotada de muitos centímetros de altura; parecia tudo em câmera lenta e, ainda sinto um certo pavor só de lembrar da queda, do som da queda e, claro, do resultado da queda. Incrível! Foi um tombo de cinema (exagerada...rsrsrsrsrsr), daqueles em que o astro principal exige dublê para a cena e, eu, fui a estrela e a dublê, fazendo papel duplo e, pior, que nem ao Framboesa de Ouro vou concorrer. Bem, fiquei estendida, de corpo inteiro, ouvindo algumas pessoas falando, sentia que vinham na minha direção, mas, eu só via o sangue que pingava de algum lugar do meu rosto, direto para o chão. Fiquei paralisada pensando de onde saía toda aquela sangüera mas,  não tive tempo de pesquisar e, como sentia meu nariz e minha boca normais, então, imaginei que seria de algum lugar acima do nariz: a testa, claro. Me levantaram, ajudaram a sentar e estancaram o sangue que escorria pelo meu rosto. Depois de me acalmarem, me levaram ao ambulatório - que fica no térreo do prédio, para ver qual a extensão do estrago; lá, perceberam que teria que levar pontos e me encaminharam ao HPS. Nove pontos! Direto! Sem dó nem piedade. Fui muito bem atendida e, muito rapidamente, também; o medico que me atendeu, conversou, me deixou relaxada e, depois de enxergar algumas vezes aquela agulha indo e vindo em minha direção, em um momento de comiseração, ele resolveu colocar um paninho no meu rosto, deixando só a testa de fora, então, me senti em um episódio de Grey’s Anatomy – com o rosto coberto, aquela luz forte dando “luz” para que o médico acertasse a “pontuação” (meio exagerada a comparação, mas, a sensação foi essa mesma – quem estava lá era eu, ok??). Tudo anestesiado, ponto vai, ponto vem e, de repente, ele diz: “Márcia, se sentir dor, avisa”; eu, quieta. Aí, a voz, de novo: “Se estiver doendo, avisa, ok, Márcia?” e, me dei conta de que era para mim que ele falava e, respondi: “Carla, meu nome é Carla!”...Ficou meio sem jeito e disse: “Ah, por isso não estava me respondendo.” Dããããã.....claro que não respondi, não era comigo; eu não era a única na sala, vai que ele estivesse me suturando e falando com outra e, pior, depois pensei: será que ele estava com a mulher certa? Será que estava suturando o local correto?? Me deu vontade de levantar e dizer prá ele “Meu nome não é Johnny...ops, Márcia” – seria engraçado ter um momento de indignação com uma agulha pendurada na testa......Depois de tudo ajeitado, fui para casa, salva e não muito sã; e, quando o corpo esfriou a realidade se descortinou à minha frente: meu corpo inteiro doía – do lóbulo da orelha até o dedão do pé, nada escapou. Se piscasse, doía; se sorrisse, doía; se pensasse, doía.....nunca mais quero sentir isso, é horrível. Depois de algumas aplicações de pomadas poderosas e fedorentas, comprimidos potentes para dor, fui fazer R-X da cabeça é das costelas e, graças a Deus, não quebrei ou trinquei nada. A cabeça continua no lugar, só com 02 riscos pequenos na testa, tipo Harry Potter e, juro, arde quando alguém indesejável chega perto de mim, tipo Voldemort – inimigo do bruxinho marcado. As costelas, pela força do impacto contra o chão, continuam doloridas, mas, intactas. Na verdade, apesar da gravidade do tombo, tenho que me sentir privilegiada, poderia ter sido pior: não quebrei nariz, dentes e nem o óculos, que saltou longe da minha cara. Mais uma vez, isso veio comprovar que tenho o corpo fechado e a proteção de santos muitos fortes que gostam de mim. Que continuem assim e me tirem dessas armadilhas que pintarem no meu caminho ou, melhor, no meio das minhas canelas.

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