
Andei caindo. De novo! Não tenho osteoporose – fiz uma “densitoalgumacoisaóssea”
e deu tudo bem e, segundo minha ginecologista, tenho osso sobrando. Não tenho
labirintite ou qualquer coisa que possa me apagar, tirar do ar e me fazer cair
de boca no chão. Na verdade, o que aconteceu foi uma fatalidade ou, na verdade,
um pouco de falta de noção de espaço entre minha canela e um maldito sofá. Fui
fazer um favor no intervalo de almoço – coisa que nunca fiz e, agora, nunca
mais farei – e, acabei no HPS, com 09 pontos na testa, 02 vacinas e dores no
corpo inteiro, por mais de duas semanas. O que aconteceu foi que, saindo da
copa de onde trabalho, tentando encaixar a tampa da garrafa térmica mal acabada
cheia de água quente para um infeliz que queria “tomar chimarrão”, bati com a
canela numa porcaria de um sofá, colocado exatamente na saída da porta e que,
naquele dia, estava estrategicamente posicionado entre meu corpo e o chão. Caí
inteira, como um coco despencando de um coqueiro – coqueiro mínimo, porque não
sou um pessoa dotada de muitos centímetros de altura; parecia tudo em câmera
lenta e, ainda sinto um certo pavor só de lembrar da queda, do som da queda e,
claro, do resultado da queda. Incrível! Foi um tombo de cinema
(exagerada...rsrsrsrsrsr), daqueles em que o astro principal exige dublê para a
cena e, eu, fui a estrela e a dublê, fazendo papel duplo e, pior, que nem ao Framboesa
de Ouro vou concorrer. Bem, fiquei estendida, de corpo inteiro, ouvindo algumas
pessoas falando, sentia que vinham na minha direção, mas, eu só via o sangue
que pingava de algum lugar do meu rosto, direto para o chão. Fiquei paralisada
pensando de onde saía toda aquela sangüera mas, não tive tempo de pesquisar e, como sentia meu
nariz e minha boca normais, então, imaginei que seria de algum lugar acima do
nariz: a testa, claro. Me levantaram, ajudaram a sentar e estancaram o sangue
que escorria pelo meu rosto. Depois de me acalmarem, me levaram ao ambulatório -
que fica no térreo do prédio, para ver qual a extensão do estrago; lá,
perceberam que teria que levar pontos e me encaminharam ao HPS. Nove pontos!
Direto! Sem dó nem piedade. Fui muito bem atendida e, muito rapidamente, também;
o medico que me atendeu, conversou, me deixou relaxada e, depois de enxergar
algumas vezes aquela agulha indo e vindo em minha direção, em um momento de
comiseração, ele resolveu colocar um paninho no meu rosto, deixando só a testa
de fora, então, me senti em um episódio de Grey’s Anatomy – com o rosto
coberto, aquela luz forte dando “luz” para que o médico acertasse a “pontuação”
(meio exagerada a comparação, mas, a sensação foi essa mesma – quem estava lá
era eu, ok??). Tudo anestesiado, ponto vai, ponto vem e, de repente, ele diz: “Márcia,
se sentir dor, avisa”; eu, quieta. Aí, a voz, de novo: “Se estiver doendo,
avisa, ok, Márcia?” e, me dei conta de que era para mim que ele falava e, respondi:
“Carla, meu nome é Carla!”...Ficou meio sem jeito e disse: “Ah, por isso não
estava me respondendo.” Dããããã.....claro que não respondi, não era comigo; eu
não era a única na sala, vai que ele estivesse me suturando e falando com outra
e, pior, depois pensei: será que ele estava com a mulher certa? Será que estava
suturando o local correto?? Me deu vontade de levantar e dizer prá ele “Meu
nome não é Johnny...ops, Márcia” – seria engraçado ter um momento de indignação
com uma agulha pendurada na testa......Depois de tudo ajeitado, fui para casa,
salva e não muito sã; e, quando o corpo esfriou a realidade se descortinou à
minha frente: meu corpo inteiro doía – do lóbulo da orelha até o dedão do pé,
nada escapou. Se piscasse, doía; se sorrisse, doía; se pensasse, doía.....nunca
mais quero sentir isso, é horrível. Depois de algumas aplicações de pomadas
poderosas e fedorentas, comprimidos potentes para dor, fui fazer R-X da cabeça
é das costelas e, graças a Deus, não quebrei ou trinquei nada. A cabeça
continua no lugar, só com 02 riscos pequenos na testa, tipo Harry Potter e,
juro, arde quando alguém indesejável chega perto de mim, tipo Voldemort – inimigo
do bruxinho marcado. As costelas, pela força do impacto contra o chão,
continuam doloridas, mas, intactas. Na verdade, apesar da gravidade do tombo,
tenho que me sentir privilegiada, poderia ter sido pior: não quebrei nariz,
dentes e nem o óculos, que saltou longe da minha cara. Mais uma vez, isso veio
comprovar que tenho o corpo fechado e a proteção de santos muitos fortes que
gostam de mim. Que continuem assim e me tirem dessas armadilhas que pintarem no
meu caminho ou, melhor, no meio das minhas canelas.
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