quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Bagunça organizada....

Assistindo a um dos meus seriados, ri de uma situação que, aparentemente, para os homens é incompreensível: o casal entra no closet dela e, está tudo a maior bagunça, roupa no chão, sapatos espalhado por todo o canto – aliás, isso não se aplica a mim, pois odeio bagunça, tudo embolado, misturado....gosto de tudo nos seus lugares e, aquilo que não consigo colocar no lugar, junto em um canto onde ninguém enxergue, chute ou fique falando depois, ou seja, é uma “bagunça organizada”. Enfim, lá dentro, ele olha apavorado e comenta: “-que bagunça...gostaria de saber o que se passa na sua cabeça”. Ela, mais que depressa, responde: “-nesse momento? Estou em Paris e você é meu cartão de crédito.” Achei muita graça da cena, porque, geralmente, quem deixa a toalha molhada pelo caminho, as meias jogadas de qualquer jeito, os sapatos sujos pelo quarto, o material do futebol largado em qualquer canto, são os homens e, nós, ficamos atrás, catando tudo, limpando aqui e ali, para que a coisa fique o mais organizada possível. Mas, ali, mostrou uma coisa diferente, bem o retrato da nossa atualidade, onde a mulher está mais ocupada fora de casa e com muito mais compromissos profissionais e, de alguma maneira, isso afetou o nosso lado da perfeição doméstica, onde tudo tem que estar brilhando, no lugar, sem que um milímetro de nada seja mexido. Estou fazendo essa análise por mim mesma, porque, antes de ter sido “presenteada” com muito mais tarefas e responsabilidades, eu costumava chegar em casa ajeitando tudo, limpando cozinha, tentando deixar o menos possível para o dia de folga; hoje, chego em casa, preparo um lanche, tomo meu banho e me jogo cama, relaxando na frente da TV, curtindo meus seriados e, só pensando em “faxina”, em “organização doméstica”, no final-de-semana e, de preferência, no domingo que é um dia de preguiça total e, não tem nada de interessante na TV. Na cena do seriado, percebi bem isso: desde que consigamos encontrar o que queremos no meio da nossa bagunça, ela pode ficar lá, até o próximo domingo ou, quem sabe, a próxima vontade de arrumar as coisas. E, como a personagem, que respondeu que estava em Paris e que ele era o cartão de crédito, achei o máximo, porque mostrou bem que o que importa, além de todas estas responsabilidades extras na nossa vida, é sabermos que, mesmo na bagunça, nossas coisas estão lá, no lugar onde as colocamos e que, quando precisarmos delas é só sentar, relaxar, dar um sonhadinha básica e, quando voltamos à terra, tudo volta ao normal e nos encontramos...e, encontramos aquilo que procurávamos, sem estress ou culpa alguma..

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