Sol. Preguiça total. Que vontade de ganhar a rua e deixar esse calor natural me cobrir toda e renovar minhas energias, tirar essa “dureza” que habita em meus ombros, esse cansaço que insiste em me fazer companhia. Ando cansada, chateada e com pouca paciência para muitas coisas e, claro, ir para o trabalho é uma delas (se não a principal). Quando chego em casa tudo ganha novo sentido, mesmo que eu saiba que tem um fogão sujo (que meu pai deixou literalmente imundo quando esquentou comida, passou café, ferveu leite e, nem se deu ao trabalho de dar uma enganada com o esfregão ou com uma esponja ensaboada) me esperando para ser usado no preparo da comida, mesmo que tenha roupa para ser colocada na máquina ou para recolher do varal e guardar e, mesmo que eu tenha que chegar e dar muuuitaa atenção ao meu “baby-dog”, tenho muita disposição para encarar tudo isso, sem reclamar, porque sei que estou no reduto mais seguro, onde me sinto mais à vontade, onde ninguém vai invadir com ordens idiotas e pedidos absurdos. Quando estou em casa, tudo é ótimo, tudo está no seu lugar mesmo em meio a bagunça; sinto o aconchego, a energia que ali existe, enfim, nosso lar não pode ser comparado a nada, pois, ainda é o melhor lugar do mundo para estar. E, depois dos afazeres domésticos, banho e minhas séries favoritas, quando o sono bate, é só espichar o braço, apontar o controle para a TV e cair no sono, relaxando totalmente. Mas, quando o relógio desperta na manhã seguinte, a primeira reação é dar um tapa no relógio, como se estapeasse meu maior inimigo, virar para o lado e dar mais uma cochilada básica, até o susto me tirar dos devaneios dos sonhos que querem chegar e me trazer de volta a dura realidade que me espera. Levanto correndo, meio estonteada, me arrumo, pego tudo o que tenho que pegar e me vou à rua, apressada para pegar a lotação e arrumar um lugar na janela – para poder escancará-la e, além de arejar o ambiente, fazer o vento me acordar de vez. Quando vou ficando cada vez mais afastada de casa e chegando mais perto do prédio, o astral vai baixando, vai dando uma vontade de voltar correndo prá minha cama, pro meu cachorro....rsrsrsrr.....Mas, tenho que me portar como gente grande e enfiar um lindo e cínico sorriso no rosto, levantar os ombros e pisar firme e forte do portão até meu local de trabalho, para iniciar mais uma jornada de “sim”, “claro”, “não tenho certeza”, “já pedi para o fulano”....etc.....e, aguardar ansiosa as duas melhores horas do dia: o almoço, onde podemos sentar, conversar e dar algumas gargalhadas – isto com pessoas escolhidas a dedo e, claro, o final do expediente, onde o retorno para casa é muito mais do que bem- vindo, é uma verdadeira dádiva para meu corpo, mente e coração.
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