Comer, Rezar, Amar......três palavras que, separadas, podem nos levar a um mundo de novas descobertas, conhecimentos variados de nós mesmos. O filme é isso: a autora tentando encontrar o real motivo para estar aqui, fazer parte desse universo louco onde vivemos atrelados a muitas regras, como casar e ser feliz para sempre, ter uma casa para cuidar, um marido para satisfazer. E, mesmo tendo tudo isso, ainda faltava algo em sua vida: a aventura de poder ir, sem ter endereço certo, sem saber quando voltar, desfrutando de sua própria companhia, conhecendo pessoas novas e com boa energia. Na primeira parada, a Itália, a comilança correu solta, sem culpas, sem medo de exagerar nos pedaços de pizza ou pratos de massa, absorvendo os sabores, os cheiros, enfim, tudo aquilo que a Itália sempre representou, do ponto de vista turístico, claro: um mar de pessoas que falam com gestos, que colocam seu lazer em primeiro lugar, que amam sem reservas, que tentam descobrir uma palavra que os defina. Nessa parte do filme, juro que cheguei a sentir o sabor daquela pizza e o cheiro de um prataço de massa que Julia Roberts detonou com um grande sorriso - naquele bocão que causa inveja a muitas mulheres (eu me incluo também) e é o desejo de 99,99% da população masculina; senti o paladar daquele monte de vinho que sorveram e eu, olhando o filme e me imaginando lá (em um futuro não tão próximo, acho), me enchendo de taças e taças desse néctar que, certamente, me faria sentir a Itália em toda sua imponência e explorar tudo, sem restrições ou receio do novo, do desconhecido. Quando foi para a Índia, o panorama mudou totalmente, pois, em busca de um retiro onde descobrisse o que realmente buscava - encontrar-se, ela se afastou e tentou, através da meditação, uma resposta para suas dúvidas e, para mim, foi a parte mais difícil e um pouco massante, assim, como no livro, só que bem mais reduzido, claro. Mas, com o trabalho voluntário, ao lado de pessoas do mundo inteiro e completamente diferentes dela, mesmo que a meditação não tenha funcionado do jeito que imaginou, descobriu que ela era uma extensão de algo muito maior, quase que divino e, com calma e muito decidida, resolveu que era hora de partir. E, em Bali, tudo mudou: da paisagem ao estado de espírito e, se todos tivéssemos a chance de fazer uma jornada assim, escolher os lugares onde gostaríamos de estar sozinhos com todos os nossos medos e dúvidas, a vida seria, além de mais fácil de ser aceita, muito mais divertida e com escolhas simples. Mas, em Bali, ela descobriu que toda a jornada se resumia a aceitar que o que buscava, na verdade, era encontrar o amor, não aquele amor que se junta os trapinhos e a cabana no meio do mato serve de abrigo, não! Encontrou o amor que queria as mesmas coisas que ela: a liberdade de ir e vir e o outro entender; a vontade de ficar em qualquer lugar que o outro estivesse; descobriu que amar não é se prender a regras que a sociedade impõe, mas, criar suas próprias regras e viver uma relação sem pressões ou cobranças. Descobriu que podia ser ela mesma ao lado de alguém que a enxergava exatamente como era. Comer, Rezar, Amar... três palavras separadas que, em uma longa jornada, fizeram alguém se encontrar, descobrir prazeres e aceitar o novo, com um pouco de resistência, mas, no final dessa mesma jornada, com a certeza de que tudo o que buscamos estará sempre dentro de nós, não importa o local onde buscarmos.
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