Casamento Real. A notícia da semana. Esqueçam as falcatruas da política, deslizamentos, guerra do tráfico, mortes nas estradas, alagamentos, furacões, enfim, qualquer tragédia passou a ser insignificante diante desse belo e atual conto de fadas. Achei legal as pessoas ficarem na expectativa pela passagem do cortejo, na curiosidade pelo vestido da noiva, como seria a festa, quem seriam os convidados; mas, no final, todos queriam a mesma coisa: estar presente nesse belo conto de fadas. As solteiras desejando encontrar seu Príncipe, mesmo não sendo o original, mas, que seja aquele que lhe tire o ar e lhe trate como uma Princesa; algumas casadas, sonhando em tornar o marido o Príncipe com quem casaram, outras, desesperadas para que este não vire sapo. Os homens, solteiros ou casados, achando tudo o maior circo e a oportunidade para mostrar a suas companheiras que, mesmo sem tanta pompa, a relação de cada um com sua escolhida, ainda é a melhor. Bem, cada um sabe de sua vida, de seus relacionamentos e deve ser feliz a sua maneira; mas, fiquei lendo em algumas revistas/jornais que, a partir do momento em que disse “SIM”, a Princesa começou a perder um pouco de sua liberdade, não podendo fazer coisas banais como comer frutos do mar ou chorar em público. Please, porque não arrebanhar mais fãs derramando lágrimas e lágrimas de prazer, alegria, tristeza, raiva, ódio? Imagina, ela chorando em frente aos súditos porque a Rainha a proibiu de usar aquela bolsa maravilhosa que ela comprou numa barbada, quando era solteira? Ou, porque queria comer um prataço de camarão e ninguém permitiu? E, a sobremesa, que estava de salivar, foi retirada quando a Rainha resolveu que o jantar havia terminado? Todos os súditos cairiam de amor por ela e a elevariam ao patamar de Rainha do Plebeus. Será que dá para conviver com tantas regras, etiquetas e proibições nesses nossos dias, onde tudo se pode e tudo é possível? Nossa liberdade e espaço são muito importantes para que nos inibam e nos anulem, mesmo que isso nos leve a um reinado. E, mesmo nessa profusão de coisas loucas dos nossos dias, não somos rainhas de nós mesmas? De nosso tempo, de nossos desejos e sonhos? Falta o Príncipe...ok, falta...mas, para encontrar um original, só indo para a Europa e, isso não torna possível que se encontre um na primeira esquina e, claro, que ele caía a nossos pés apaixonado; então, fiquemos com nossos nativos. Apesar de tudo, achei interessante toda essa euforia em torno desse casamento; mostra que o romantismo ainda existe e que, ainda, é possível casar por amor e desejar ser feliz. Seja lá fora ou aqui, em nossa amada Pátria.
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