
Vinha calmamente caminhando para o trabalho, num exercício gostoso de observar as coisas a minha volta, pensando no que escrever para o meu blog e, comecei a pensar na minha vida amorosa. Na verdade, nunca tive uma vida amorosa e nunca fui namoradeira. Sempre fui muito na minha, tímida, até e, o que vou colocar aqui, não me envergonha nenhum pouco, é tudo verdade, faz parte da minha história. Comecei a namorar tarde para os padrões da sociedade – com 25 anos e, digo com toda a certeza, comecei com o pé esquerdo. Mas, claro que na época eu achava tudo muito divino, muito bonito e, consegui viver nessa enganação por longos, longos, longos, 05 anos. Só que, quando o destino resolve que o teu caminho já está traçado e, nem com o teu livre arbítrio tu vai mudar isso, não adianta: é como o destino quer, as coisas entram nos eixos, tudo vai para os lugares certos. E, comigo, não foi diferente: não era aquela relação de 05 anos que comandaria meu, digamos, “destino amoroso”; quando esta relação estava abaixo da linha crítica de onde um relacionamento que nunca funcionou bem pode chegar, uma luz se abriu e, de repente, meu coração começou de verdade a palpitar. Descobri que um homem pode ser gentil, educado, um verdadeiro amante e, também, charmoso e sexy, daqueles que exalam “sexura” por todos os lados, até sem fazer nada ele consegue ser visto, desejado e, como a tia aqui não é de ferro, caiu como uma pata. Entrei com tudo, atolei até o último fio de cabelo em algo que eu achava que era especial e, depois de tanto comer “feijão com arroz”, enfiar a boca naquele pratão de “salmão” era a glória pura da culinária romântica. Só que, mesmo que todas as vias tenham dois lados, as minhas - por obra desse destino que quer me mostrar algo que ainda não descobri o que é, tem um lado só: o meu. Só eu me encanto, só eu me apaixono, só eu me entrego, só eu sofro, enfim, só eu sinto as tais borboletas na boca do estômago (o meu deve ter boca, nariz e olhos, porque me jogo com tudo). E, lá se foram mais uns bons pares de anos – não vou citar o quanto, porque a situação vai ficar mais caótica que a primeira e, sinceramente, vou me sentir meio idiota por ter deixado a coisa rolar por tanto tempo. E, de repente, em meio a vários altos e baixos, me apresentaram o MSN, três letrinhas mágicas, que me levariam a conhecer muita gente, que me mostrariam que existiam outras pessoas interessantes e “conhecíveis”; mesmo que eu tenha resolvido que MSN significasse “Muito Sem Noção”, resolvi encarar o bicho e aprendi a usar a ferramenta. Gente, conheci cada figura: tinha aquele que dizia ter 1,80cm e quando conhecia, não tinha mais de 1,60cm (isso, sendo muito otimista,ok?); tinha o que dizia ter tido muitas relações e não sabia porque nenhuma havia dado certo, mas, quando no final do primeiro encontro, ele planejava teu próximo final de semana, na casa dele, ajudando a cuidar do cão dele, fazer comidinha caseira para ele, dava para entender sem problema nenhum porque estava sozinho. Havia o gostosão, alto, bonito, simpático, cheio de gás, mas, que não me inspirou nada...sabe o que é um cara desses não inspirar nada? E, descobri que, realmente, tem que ter química e, nós funcionávamos só no MSN, frente a frente, não rolava nada; tem o cara que, num primeiro olhar, não se dá nada por ele, mas, depois de um tempinho, já consegue imaginá-lo como um possível namorado e, depois de estar quase aceitando isso, descobre que ele quer ficar contigo, mas, na condição de “ficante” mesmo, sem compromisso....aí, não dá....tô fora.....Tem o estrangeiro, que mora lá do outro lado do oceano e relata que adoraria ter uma noite de amor maravilhosa contigo, cheio de detalhes picantes, desde que a mãe dele nos surpreendesse.....isso é doença, não é?? Desse nem me despedi...bloqueei direto.... O outro estrangeiro, resolveu que tinha que controlar de quem eu ficava amiga, que tatuagem não é algo legal (tenho 02) e que eu teria que viver só para ele...me poupe.....tchau!!! Quando mulheres da minha idade estão há muito tempo sem alguém (mesmo que na clandestinidade), passamos a imagem de que somos exigentes, cheias de frescuras, que é impossível não ter achado um homem que satisfaça nossos desejos; mas, na verdade, não exigimos nada demais, queremos alguém que esteja pronto para nós, alguém que esteja disposto a estar ao nosso lado, mesmo que em casas separadas; queremos alguém que doe um pouco do seu tempo para o cinema a dois, para o café no meio da tarde, para um filminho no DVD, para assistir a um jogo de futebol tomando uma cervejinha e discutindo alguns lances (não fico só olhando pernas ou bumbum dos jogadores, ok?). Viu, se isso for ser exigente, então, não sei o que significa ser acessível ou estar pronta para o amor. Foi ótimo escrever tudo isso, foi como uma terapia colocar para fora essas poucas coisas, mas, que, me deixaram mais leve e, ao reler, percebi que não tenho culpa de estar sozinha, o culpado são eles por não me querer ao seu lado.