Se a lotação está com a capacidade de "sentantes"
esgotada, não tem que colocar mais ninguém e, claro, de pé. Desculpe, mas,
quando isso acontece, toda minha boa educação some, como num passe de mágica.
Se a pessoa entra e fica de pé, bem próxima a mim, não cedo meu lugar: o
motorista não tem que ir parando e colocando extras para dentro da lotação e,
se ele para e avisa que não tem lugar - o que não deveria fazer, pois, se
lotou, continua até descer todo mundo - e, mesmo assim, a criatura sobe, se
sujeitando a ir de pé até o final da linha, o problema é dela que se arriscou.
Porque vou abdicar do meu conforto, pagando caro por isso, só para ser
politicamente correta? Não...não levantei azeda, mas têm algumas coisas que me
incomodam e, isso de ficar enfiando gente a torto e direito, sem segurança
nenhuma, me deixa louca: com quem faz e com quem se sujeita a isso. Mas, essas
coisinhas pequenas, perto de toda uma vida, não significam nada; só que, quando
essa mesma vida nos dá algo para pensar, nos prega peças (enormes, quando ainda
não sabemos o teor desse enredo), nos deixa mais alertas para tudo o que nos
rodeia, para quem anda ao nosso lado. Todo gesto, por menor e mais
insignificante que seja, sempre acaba tendo uma conseqüência, sempre nos dá
aquela cutucadinha básica - igual aquela do face: você não sente, mas, sabe que
levou uma cutucada, para acordar, para se manifestar, para realizar a vida! No
meu parco conhecimento, acho que fomos criados para gerar gentilezas, ter boa
educação, respeitar nossa intuição e aceitar nossas limitações, mas, quando a
vida chega num roldão louco e nos dá uma voadora, ficamos imaginando o porque
de tantas coisas. Não achamos respostas, nenhuma que nos satisfaça ou sustente
o lema "gentileza gera gentileza", "educação gera
reconhecimento" e, tudo isso junto, deveria gerar saúde emocional e
física. Mas, regras foram feitas para que as exceções surgissem e, por mais que
tentemos exercitar nossa cidadania de forma correta e, de acordo com a
nossa não tão pura consciência, as
coisas saem dos eixos, nos fragilizam, nos mostram que querer não é
simplesmente poder. Juro que tento exercitar meu lado bom, meu lado zen de ver
as coisas e sentir as pessoas, mas, tem uma hora que cansa ser bonzinho - mesmo
que fingindo(rsrsrsr), porque, mesmo assim, a natureza não perdoa. A vida dá
uma sambada na nossa cara e mostra que ninguém é feliz o tempo todo, o dia
inteiro; ela faz a "bandida" e nos avisa: ACORDA! Respira, relaxa e
toca o barco, porque, um lugar a mais ou a menos na lotação, não vai tirar ou
trazer tua saúde de volta, não vai te fazer mais ou menos feliz, afinal, tu
está fazendo tua viagem bem sentadinha, então, deixa o azedume (que, repito,
não me pertence) de lado, abre bem os olhos e deixa a natureza agir dentro de
toda sua sabedoria e perspicácia. Seja feliz!
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