Outro dia escrevi sobre estar
“quase” na Melhor Idade e, depois de ler e reler o texto, percebi que, apesar
de ser bom envelhecer com maturidade, tranqüilidade e um pouco de experiência,
o ruim de chegar a idade - onde achamos que já sabemos tudo da vida, é que começamos a ver o mundo menos bonito,
menos colorido, menos inocente. Fico vendo as pessoas mais velhas sendo
diretas, dizendo o que pensam sem se importar se magoam o outro ou não e, somos
assim mesmo, tiramos proveito dessa “dita” experiência para soltar o verbo,
despejar tudo o que nos incomoda no outro – ou quem sabe, nos mata de inveja. Os
mais velhos criticam o jeito do jovem vestir, falar, andar, jogar o cabelo para
todos os lados, sentar, enfim, tudo o que não podiam fazer em sua juventude,
pois, eram duramente fiscalizados por padrões extremamente rígidos e que
tolhiam até seu jeito de pensar. Algumas pessoas de mais idade conseguem
acompanhar essas mudanças, essa modernidade que nos enfiam goela abaixo e que, usada
de maneira saudável, tem seu proveito. Mas, outras, não conseguem se adequar a
tanta liberdade de expressão, tanta coisa explícita esfregada sem pudor em seus
rostos repletos de rugas de repressão, de receio de aceitar o novo, o atual. E,
em algumas coisas concordo que há liberdade demais e controle de menos, mas,
tudo é fase, tudo é uma questão de boa vontade e de permitir que o novo entre
em nossa vida. O jeito é levarmos tudo com muito bom humor, afinal, o jovem de
hoje será o idoso de amanhã e, certamente, pensará exatamente como pensamos
hoje. Não vamos reprimir nossos pensamentos, até porque, a expectativa de vida
aumentou muito, então, teremos que conviver com muita coisa que não nos agradará
e, no fundo, só nós, mais “experientes”, sabemos que a juventude é um sopro na
nossa vida, passa rápido, então, deixemos a vida se encarregar de cada um de nós,
o jovem e o idoso e, quem sabe, um dia encontremos o ponto de equilíbrio para
uma convivência aceitável e tolerância diária. Ótima idade a todos.
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